sexta-feira, 1 de novembro de 2013

JOÃO CARLOS FERNANDES - DIRETOR DA IVAN MARROCOS


Se insistirmos em chamá-lo pelo nome de batismo João Carlos Alves Fernandes, dificilmente vocês irão saber de quem se trata, inclusive, sua Portaria não foi publicada antes, porque o pessoal responsável pela publicação no Diário Oficial achava que o nome estava errado, pois não constava o Maracanã. É isso mesmo, estamos falando do novo Diretor da Casa da Cultura Ivan Marrocos Carlinhos Maracanã, que mesmo sem ter a Portaria publicada assumiu. “A responsável pelo DRH da Secel me informou que a Portaria foi assinada quinta feira dia 31”. (Justamente no momento que estávamos gravando esta entrevista). “A Eluane pediu que eu indicasse um nome para dirigir a Casa da Cultura e eu me indiquei, ela aceitou e aqui estou eu”. Uma das primeiras ações do Carlinhos Maracanã como Diretor da Ivan Marrocos foi montar sua equipe de trabalho que conta com o João Zoghbi (Artes Plásticas), Selmo Vasconcelos (Literatura), Gilson Castro (Desenho) Tote e Edson Caula (Manutenção). “Vamos manter a agenda deixada pelo Geraldo Cruz que conta com programação até o dia 4 de janeiro daí pra frente, a programação será nossa”. Acompanha como passará a funcionar a Casa da Cultura Ivan Marrocos sob a direção do João Carlos Alves Fernandes – Carlinhos Maracanã.


ENTREVISTA


Zk – Como vai ficar a programação da Casa da Cultura?
Carlinhos Maracanã – Tivemos a preocupação de manter a agenda feita pelo diretor anterior, não só pela pessoa, mas, pela questão do artista que já tinha se preparado. Se não me engano essa agenda termina no dia 4 de janeiro.

Zk – Isso quer dizer que você só poder realizar algum evento depois do dia 4 de janeiro?
Carlinhos Maracanã – Não é bem assim! Primeiro estamos montando nossa equipe cujo principal objetivo nesse momento, é preparar o Calendário de Eventos para 2014.

Zk – Inclusive estamos informados que uma de suas primeiras ações será a realização da Semana da Consciência Negra. Como é que vai acontecer essa comemoração?
Carlinhos Maracanã – O Zoghbi é o branco mais preto que existe em Rondônia. Há muitos anos fizemos esse trabalho na Casa da Cultura e como ele tinha reservado a data de 20 de novembro que é o dia da Consciência Negra, juntou a fome com a vontade de comer. Apesar de não podermos realizar a peça “Zumbi”, que foi escrita pelo Zoghbi, eu e o Nazareno que está dependendo apenas de patrocínio, vamos colocar em prática algumas ações.

Zk – Você pode adiantar a programação?
Carlinhos Maracanã – As atividades irão começar no dia 16 de novembro com a exposição de 40 quadros que foram doados pelo Cláudio Vrena e o Zoghbi sugeriu que o próprio Vrena faça uma escultura de Zumbi em cerâmica, durante a exposição e o Selmo Vasconcelos sugeriu que fizéssemos uma alusão entre os Barbadianos e os Haitianos. A programação vai acontecer do dia 16 ao dia 20 de novembro na Casa da Cultura Ivan Marrocos.

Zk – Além do Selmo Vasconcelos quais outras pessoas fazem parte de sua equipe?
Carlinhos Maracanã – É aquela história, ninguém sabe de tudo, então convidei as seguintes pessoas para me ajudar na administração da Ivan Marrocos: João Zoghbi será o responsável pelas artes plásticas; O Selmo Vasconcelos vai cuidar da parte da literatura; convidei o Gilson Castro, pois quero que ele coordene as Oficinas de Desenho, tenho também o Augusto que a gente chama de Tote e o Edson Caula que se autodenominam como Peões da Casa que vão cuidar do prédio como um todo. Temos a garantia da nossa superintendente, juntamente com o gerente de cultura Kim de dar um visual diferenciado para o “Quintal” da casa onde faremos funcionar as oficinas, logicamente que a pretensão é cobrir aquela parte que chamamos de quintal, é claro que não vamos esquecer das nossas rodas de samba, chorinho, bolero, rock, valsa etc.

Zk – É verdade que neste dia 4 segunda feira, a festa de aniversário da Diplomatas do Samba vai ser na Ivan Marrocos?
Carlinhos Maracanã – É verdade sim. A Diplomatas do Samba vai promover o lançamento do samba enredo para o carnaval de 2014 que por sinal, é de minha autoria. Quer dizer, a festa dos 55 anos da escola de samba Os Diplomatas acontecerá segunda feira dia 4, na Casa da Cultura Ivan Marrocos. A Diplomatas foi criada no dia 4 de novembro de 1958. Aliás, não é a primeira vez que a Casa recebe uma escola de samba, recentemente a escola Asfaltão apresentou seu enredo durante coquetel servido na Ivan e agora, será a vez da Diplomatas, isso quer dizer, que estamos abertos para todos os segmentos culturais.

Zk – Como surgiu o convite para você assumir a Casa da Cultura
Carlinhos Maracanã – Certo dia a secretária Eluane Martins perguntou se eu tinha o nome de alguma pessoa para dirigir a Casa da Cultura porque ela estava montando sua equipe de trabalho e gostaria de colocar alguém de sua confiança na Casa. Respondi da seguinte maneira: Se eu lhe der um nome e a pessoa não corresponder a senhora vai cobrar de mim. Então faço o seguinte: em vez de indicar eu me indico! E ela perguntou e você aceita? – Aceito! E ela – então vamos tocar o barco. Conversei com o Geraldo Cruz que pediu que eu assumisse logo, pois há três anos não sabia o que era gozar férias e então, com a aquiescência da Eluane assumi a Casa mesmo antes de sair a Portaria. Repito, mantendo toda a agenda deixada pelo Geraldo. Lembrando que 2014 festejaremos os 20 anos da Casa da Cultura.

Zk – Tem um Projeto que você já realizou, inclusive na Casa da Cultura. Sabe do que estou falando?
Carlinhos Maracanã – É o Salão do Humor. Inclusive o trabalho vencedor foi o do artista Joeser Alvarez “Zekatraca do Papo Amarelo”. O secretário Emerson Castro pediu que voltássemos a realizar o Salão de Artes de Rondônia – SART e dentro da programação do SART vamos realizar o 4º Salão do Humor no mesmo formato, ou seja, com as Artes Gráficas, os Desenhos e todas as nuances da questão do humor. Na literatura vamos criar um espaço na biblioteca que é o Cantinho da Leitura no qual daremos o nome de José Hailton – Bahia uma homenagem ao grande poeta que por aqui passou.

Zk – Como foi que você veio parar em Rondônia?
Carlinhos Maracanã – O capitão Bira era meu amigo em Brasília e veio pra cá como comandante da polícia em Cacoal. No dia 12 de fevereiro de 1982 parti de Brasília rumo a Cacoal pra ficar na casa do Bira. Naquele tempo a BR-364 praticamente não existia, era um lamaçal só, tanto que saí de Brasília numa segunda feira e cheguei aqui num sábado. Eu cansado de tanto descer e subir para empurrar o ônibus nos atoleiros, passei dormindo por Cacoal e vim parar em Porto Velho e não consegui sair mais. Entre tantas pessoas que conheci na época destaco a família do Athaíde que me abrigou, conheci o Hiran Brito Mendes que me apresentou a dona Marise Castiel e você que depois me levou para trabalhar na rádio Caiari e depois Parecis. Gosto de lembrar na primeira vez que entrei no ar: Você me convidou para ir até o estúdio da rádio e quando o programa entrou no ar, você disse, me espera aí que vou tomar um café lá embaixo que era a lanchonete do Roberto Saci e não voltou mais, o sonoplasta que era o Moacir Lamego quando terminou de tocar a música acendeu a luz do estúdio e fez sinal pra eu falar e eu não sabia o que dizer e ele insistiu: “Fala alguma coisa pros ouvintes” e assim comecei no rádio rondoniense, graças a você.

Zk – É verdade que você pediu demissão do governo por não ter nada o que fazer?
Carlinhos Maracanã – Pois é, consegui emprego na secretaria de administração o Hiran Brito Mendes era meu chefe. Chegava ao serviço lia os jornais e depois não tinha nada o que fazer, quando estava para completar um ano, cheguei e disse pro Hiran que queria ir embora e apesar das ponderações dele, fiz o oficio pedindo demissão do serviço público. Perdi a oportunidade que ser enquadrado como funcionário federal, já pensou! Sai do governo mas não fui embora de Porto Velho, fui fazer samba com um tal de Silvio Santos, Babá e outros bambas, toquei no Reza Forte uma casa de samba freqüentada por muita gente, como Flavio Daniel, Oscar Knight, Bainha e tantos outros.

Zk – E o apelido Maracanã como surgiu?
Carlinhos Maracanã – Ao lado da 17ª Brigada tinha uma boate “Savage” e ali tocavam o Bino Alencar e o Luiz da Cuíca. Certa noite o Luiz me convidou para tocar o surdo que era um instrumento chamado de Maracanã (Surdo Maracanã) e o Bino Alencar então passou a anunciar, ao Violão Bino Alencar, Luiz da Cuíca no Bongô e Carlinhos no Maracanã como o povo brasileiro tem mania de reduzir as coisas, com o tempo deixou o “NO” e ficou apenas Carlinhos Maracanã e hoje é só Maraca.


Zk – Para encerrar. A portaria de nomeação já saiu?
Carlinhos Maracanã – A Lilian que é a responsável por esse setor, me comunicou (quinta feira), que a Portaria Saiu. Então agora sou de fato e de direito Diretor da Casa da Cultura Ivan Marrocos.


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