Se
insistirmos em chamá-lo pelo nome de batismo João Carlos Alves Fernandes,
dificilmente vocês irão saber de quem se trata, inclusive, sua Portaria não foi
publicada antes, porque o pessoal responsável pela publicação no Diário Oficial
achava que o nome estava errado, pois não constava o Maracanã. É isso mesmo,
estamos falando do novo Diretor da Casa da Cultura Ivan Marrocos Carlinhos Maracanã,
que mesmo sem ter a Portaria publicada assumiu. “A responsável pelo DRH da
Secel me informou que a Portaria foi assinada quinta feira dia 31”. (Justamente
no momento que estávamos gravando esta entrevista). “A Eluane pediu que eu
indicasse um nome para dirigir a Casa da Cultura e eu me indiquei, ela aceitou
e aqui estou eu”. Uma das primeiras ações do Carlinhos Maracanã como Diretor da
Ivan Marrocos foi montar sua equipe de trabalho que conta com o João Zoghbi
(Artes Plásticas), Selmo Vasconcelos (Literatura), Gilson Castro (Desenho) Tote
e Edson Caula (Manutenção). “Vamos manter a agenda deixada pelo Geraldo Cruz
que conta com programação até o dia 4 de janeiro daí pra frente, a programação
será nossa”. Acompanha como passará a funcionar a Casa da Cultura Ivan Marrocos
sob a direção do João Carlos Alves Fernandes – Carlinhos Maracanã.
ENTREVISTA
Zk – Como vai ficar a programação da
Casa da Cultura?
Carlinhos Maracanã – Tivemos a
preocupação de manter a agenda feita pelo diretor anterior, não só pela pessoa,
mas, pela questão do artista que já tinha se preparado. Se não me engano essa
agenda termina no dia 4 de janeiro.
Zk – Isso quer dizer que você só
poder realizar algum evento depois do dia 4 de janeiro?
Carlinhos Maracanã – Não é bem assim!
Primeiro estamos montando nossa equipe cujo principal objetivo nesse momento, é
preparar o Calendário de Eventos para 2014.
Zk – Inclusive estamos informados que
uma de suas primeiras ações será a realização da Semana da Consciência Negra.
Como é que vai acontecer essa comemoração?
Carlinhos Maracanã – O Zoghbi é o
branco mais preto que existe em Rondônia. Há muitos anos fizemos esse trabalho
na Casa da Cultura e como ele tinha reservado a data de 20 de novembro que é o
dia da Consciência Negra, juntou a fome com a vontade de comer. Apesar de não
podermos realizar a peça “Zumbi”, que foi escrita pelo Zoghbi, eu e o Nazareno
que está dependendo apenas de patrocínio, vamos colocar em prática algumas
ações.
Zk – Você pode adiantar a
programação?
Carlinhos Maracanã – As atividades
irão começar no dia 16 de novembro com a exposição de 40 quadros que foram
doados pelo Cláudio Vrena e o Zoghbi sugeriu que o próprio Vrena faça uma
escultura de Zumbi em cerâmica, durante a exposição e o Selmo Vasconcelos
sugeriu que fizéssemos uma alusão entre os Barbadianos e os Haitianos. A
programação vai acontecer do dia 16 ao dia 20 de novembro na Casa da Cultura
Ivan Marrocos.
Zk – Além do Selmo Vasconcelos quais
outras pessoas fazem parte de sua equipe?
Carlinhos Maracanã – É aquela
história, ninguém sabe de tudo, então convidei as seguintes pessoas para me
ajudar na administração da Ivan Marrocos: João Zoghbi será o responsável pelas
artes plásticas; O Selmo Vasconcelos vai cuidar da parte da literatura;
convidei o Gilson Castro, pois quero que ele coordene as Oficinas de Desenho,
tenho também o Augusto que a gente chama de Tote e o Edson Caula que se
autodenominam como Peões da Casa que vão cuidar do prédio como um todo. Temos a
garantia da nossa superintendente, juntamente com o gerente de cultura Kim de
dar um visual diferenciado para o “Quintal” da casa onde faremos funcionar as
oficinas, logicamente que a pretensão é cobrir aquela parte que chamamos de
quintal, é claro que não vamos esquecer das nossas rodas de samba, chorinho,
bolero, rock, valsa etc.
Zk – É verdade que neste dia 4 segunda
feira, a festa de aniversário da Diplomatas do Samba vai ser na Ivan Marrocos?
Carlinhos Maracanã – É verdade sim. A
Diplomatas do Samba vai promover o lançamento do samba enredo para o carnaval
de 2014 que por sinal, é de minha autoria. Quer dizer, a festa dos 55 anos da
escola de samba Os Diplomatas acontecerá segunda feira dia 4, na Casa da
Cultura Ivan Marrocos. A Diplomatas foi criada no dia 4 de novembro de 1958.
Aliás, não é a primeira vez que a Casa recebe uma escola de samba, recentemente
a escola Asfaltão apresentou seu enredo durante coquetel servido na Ivan e
agora, será a vez da Diplomatas, isso quer dizer, que estamos abertos para
todos os segmentos culturais.
Zk – Como surgiu o convite para você
assumir a Casa da Cultura
Carlinhos Maracanã – Certo dia a
secretária Eluane Martins perguntou se eu tinha o nome de alguma pessoa para
dirigir a Casa da Cultura porque ela estava montando sua equipe de trabalho e
gostaria de colocar alguém de sua confiança na Casa. Respondi da seguinte maneira:
Se eu lhe der um nome e a pessoa não corresponder a senhora vai cobrar de mim.
Então faço o seguinte: em vez de indicar eu me indico! E ela perguntou e você
aceita? – Aceito! E ela – então vamos tocar o barco. Conversei com o Geraldo
Cruz que pediu que eu assumisse logo, pois há três anos não sabia o que era
gozar férias e então, com a aquiescência da Eluane assumi a Casa mesmo antes de
sair a Portaria. Repito, mantendo toda a agenda deixada pelo Geraldo. Lembrando
que 2014 festejaremos os 20 anos da Casa da Cultura.
Zk – Tem um Projeto que você já
realizou, inclusive na Casa da Cultura. Sabe do que estou falando?
Carlinhos Maracanã – É o Salão do
Humor. Inclusive o trabalho vencedor foi o do artista Joeser Alvarez “Zekatraca
do Papo Amarelo”. O secretário Emerson Castro pediu que voltássemos a realizar
o Salão de Artes de Rondônia – SART e dentro da programação do SART vamos
realizar o 4º Salão do Humor no mesmo formato, ou seja, com as Artes Gráficas,
os Desenhos e todas as nuances da questão do humor. Na literatura vamos criar
um espaço na biblioteca que é o Cantinho da Leitura no qual daremos o nome de
José Hailton – Bahia uma homenagem ao grande poeta que por aqui passou.
Zk – Como foi que você veio parar em
Rondônia?
Carlinhos Maracanã – O capitão Bira
era meu amigo em Brasília e veio pra cá como comandante da polícia em Cacoal.
No dia 12 de fevereiro de 1982 parti de Brasília rumo a Cacoal pra ficar na
casa do Bira. Naquele tempo a BR-364 praticamente não existia, era um lamaçal
só, tanto que saí de Brasília numa segunda feira e cheguei aqui num sábado. Eu
cansado de tanto descer e subir para empurrar o ônibus nos atoleiros, passei
dormindo por Cacoal e vim parar em Porto Velho e não consegui sair mais. Entre
tantas pessoas que conheci na época destaco a família do Athaíde que me
abrigou, conheci o Hiran Brito Mendes que me apresentou a dona Marise Castiel e
você que depois me levou para trabalhar na rádio Caiari e depois Parecis. Gosto
de lembrar na primeira vez que entrei no ar: Você me convidou para ir até o
estúdio da rádio e quando o programa entrou no ar, você disse, me espera aí que
vou tomar um café lá embaixo que era a lanchonete do Roberto Saci e não voltou
mais, o sonoplasta que era o Moacir Lamego quando terminou de tocar a música acendeu
a luz do estúdio e fez sinal pra eu falar e eu não sabia o que dizer e ele
insistiu: “Fala alguma coisa pros ouvintes” e assim comecei no rádio
rondoniense, graças a você.
Zk – É verdade que você pediu
demissão do governo por não ter nada o que fazer?
Carlinhos Maracanã – Pois é, consegui
emprego na secretaria de administração o Hiran Brito Mendes era meu chefe.
Chegava ao serviço lia os jornais e depois não tinha nada o que fazer, quando
estava para completar um ano, cheguei e disse pro Hiran que queria ir embora e
apesar das ponderações dele, fiz o oficio pedindo demissão do serviço público.
Perdi a oportunidade que ser enquadrado como funcionário federal, já pensou!
Sai do governo mas não fui embora de Porto Velho, fui fazer samba com um tal de
Silvio Santos, Babá e outros bambas, toquei no Reza Forte uma casa de samba freqüentada
por muita gente, como Flavio Daniel, Oscar Knight, Bainha e tantos outros.
Zk – E o apelido Maracanã como
surgiu?
Carlinhos Maracanã – Ao lado da 17ª
Brigada tinha uma boate “Savage” e ali tocavam o Bino Alencar e o Luiz da
Cuíca. Certa noite o Luiz me convidou para tocar o surdo que era um instrumento
chamado de Maracanã (Surdo Maracanã) e o Bino Alencar então passou a anunciar,
ao Violão Bino Alencar, Luiz da Cuíca no Bongô e Carlinhos no Maracanã como o
povo brasileiro tem mania de reduzir as coisas, com o tempo deixou o “NO” e
ficou apenas Carlinhos Maracanã e hoje é só Maraca.
Zk – Para encerrar. A portaria de
nomeação já saiu?
Carlinhos Maracanã – A Lilian que é a
responsável por esse setor, me comunicou (quinta feira), que a Portaria Saiu.
Então agora sou de fato e de direito Diretor da Casa da Cultura Ivan Marrocos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário