O Projeto Sonora Brasil que
em Porto Velho está sendo apresentado no Teatro 1 da unidade Sesc Esplanada.
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Apresenta na noite de hoje
(13), o Grupo Raízes de Tocos que vem da Bahia – É o autentico Samba de Roda da
Bahia que vai ser apresentado a partir das 20h30. Vamos lá cambada!
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Na matéria ao lado já
escrevi a respeito do espetáculo “Sons da Beira” apresentado pelo Bira Lourenço
e o Katatau.
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E digo que o show dos percussionistas
de Porto Velho não pode ser considerado como Cultura.
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Sabem por que: Porque Porto
Velho não tem nenhum evento que pode ser considerado cultura do seu povo.
Acontece que o Projeto Sonora Brasil que está percorrendo os estados do Centro
Oeste/Norte e Nordeste este ano, é voltado para cultura popular que utiliza
tambores e batuques em suas apresentações. Por isso já assistimos os tambores
do Marabaixo e do Batuque de Macapá (AP); O Samba de Cacete de Vacaria
praticado na cidade de Cametá no estado do Pará.
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Enquanto isso o Rio Grande
Sul comparece com o Alabê Ôni que é formado por pesquisadores da história do Tambor
de Sopapo – o Grande Tambor. Podemos dizer que o grupo não representa a cultura
popular do Rio Grande do Sul uma vez que se trata de um estudo que busca
resgatar uma tradição de tempos atrás, portanto é instrumento de pesquisa e não
de cultura popular.
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É aqui que chegamos onde
queremos. Rondônia e no caso Porto Velho sua capital, não tem nenhum movimento
musical que possa ser considerado cultura do seu povo, aquela que é oriunda de
seus antepassados. Não temos tradição do segmento da dança, pois, as praticadas
em nosso estado e capital, são todas importadas de outras regiões brasileiras.
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A exceção da regra em nosso
caso, é a “Dança do Seringador” praticada apenas por algumas pessoas do
distrito de Nazaré localidade do Baixo Rio Madeira. Pelo lado religioso o que
podemos classificar como cultural do estado de Rondônia, é a Festa do Divino
que é praticada no Vale do Guaporé.
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Culturalmente falando, não
temos nenhum ritmo que possa ser classificado como tradição do povo de
Rondônia.
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Por isso classificamos o
espetáculo e aí é Espetáculo com letra Maiúscula, “Sons da Beira” apresentado
pelos percussionistas Bira Lourenço e Katatau Batera como Espetáculo de Arte e
não show cultural
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Agora como Arte Sonora,
poucos no Brasil e no mundo, podem ser comparados ao “Sons da Beira”. Tenho
certeza que o nome do espetáculo é uma idéia do Bira Lourenço e não poderia ser
o mais adequado, afinal de contas, o som que eles nos transmitem, nos leva a
pensar que realmente estamos à beira de um rio no meio da floresta amazônica.
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Ouvimos e sentimos
nitidamente, a corredeira do rio, os trinados dos pássaros e em determinado
momento nos chega aos ouvidos, o som da moto-serra que se confunde com a draga
que suga o ouro do fundo do rio.
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Enquanto as lavadeiras metem
o cacete para tirar o encardido da roupa, as balas (nos garimpos) são ouvidas
nitidamente. “Menina olha o boto...Será que é boto cor de rosa ou boto
tucuxi...” É não, é o caboclo remando sua canoa ao som do baticum do Binho.
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Não sei se estou exagerando,
no meu entender não estou não. O Sons da Beira, é digno de um Naná Vasconcelos
que com certeza, baixou nos percussionistas Bira Lourenço e Katatau. Valeu!
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