segunda-feira, 12 de agosto de 2013

LENHA NA FOGUEIRA - 13.08.13



O Projeto Sonora Brasil que em Porto Velho está sendo apresentado no Teatro 1 da unidade Sesc Esplanada.

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Apresenta na noite de hoje (13), o Grupo Raízes de Tocos que vem da Bahia – É o autentico Samba de Roda da Bahia que vai ser apresentado a partir das 20h30. Vamos lá cambada!

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Na matéria ao lado já escrevi a respeito do espetáculo “Sons da Beira” apresentado pelo Bira Lourenço e o Katatau.

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E digo que o show dos percussionistas de Porto Velho não pode ser considerado como Cultura.

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Sabem por que: Porque Porto Velho não tem nenhum evento que pode ser considerado cultura do seu povo. Acontece que o Projeto Sonora Brasil que está percorrendo os estados do Centro Oeste/Norte e Nordeste este ano, é voltado para cultura popular que utiliza tambores e batuques em suas apresentações. Por isso já assistimos os tambores do Marabaixo e do Batuque de Macapá (AP); O Samba de Cacete de Vacaria praticado na cidade de Cametá no estado do Pará.

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Enquanto isso o Rio Grande Sul comparece com o Alabê Ôni que é formado por pesquisadores da história do Tambor de Sopapo – o Grande Tambor. Podemos dizer que o grupo não representa a cultura popular do Rio Grande do Sul uma vez que se trata de um estudo que busca resgatar uma tradição de tempos atrás, portanto é instrumento de pesquisa e não de cultura popular.

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É aqui que chegamos onde queremos. Rondônia e no caso Porto Velho sua capital, não tem nenhum movimento musical que possa ser considerado cultura do seu povo, aquela que é oriunda de seus antepassados. Não temos tradição do segmento da dança, pois, as praticadas em nosso estado e capital, são todas importadas de outras regiões brasileiras.

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A exceção da regra em nosso caso, é a “Dança do Seringador” praticada apenas por algumas pessoas do distrito de Nazaré localidade do Baixo Rio Madeira. Pelo lado religioso o que podemos classificar como cultural do estado de Rondônia, é a Festa do Divino que é praticada no Vale do Guaporé.

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Culturalmente falando, não temos nenhum ritmo que possa ser classificado como tradição do povo de Rondônia.

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Por isso classificamos o espetáculo e aí é Espetáculo com letra Maiúscula, “Sons da Beira” apresentado pelos percussionistas Bira Lourenço e Katatau Batera como Espetáculo de Arte e não show cultural

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Agora como Arte Sonora, poucos no Brasil e no mundo, podem ser comparados ao “Sons da Beira”. Tenho certeza que o nome do espetáculo é uma idéia do Bira Lourenço e não poderia ser o mais adequado, afinal de contas, o som que eles nos transmitem, nos leva a pensar que realmente estamos à beira de um rio no meio da floresta amazônica.

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Ouvimos e sentimos nitidamente, a corredeira do rio, os trinados dos pássaros e em determinado momento nos chega aos ouvidos, o som da moto-serra que se confunde com a draga que suga o ouro do fundo do rio.

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Enquanto as lavadeiras metem o cacete para tirar o encardido da roupa, as balas (nos garimpos) são ouvidas nitidamente. “Menina olha o boto...Será que é boto cor de rosa ou boto tucuxi...” É não, é o caboclo remando sua canoa ao som do baticum do Binho.

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Não sei se estou exagerando, no meu entender não estou não. O Sons da Beira, é digno de um Naná Vasconcelos que com certeza, baixou nos percussionistas Bira Lourenço e Katatau. Valeu!

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