Na
madrugada de ontem (quinta feira 23), perdemos um dos mais ferrenhos
correligionários do MDB, o amigo Almir Canduri o Birula casado
com a dona Maria Brito da Rocha a Nelci.
Nos
conhecemos ainda criança, na taberna do seu Canduri na esquina da José de
Alencar com a Dom Pedro II no bairro Caiari onde brincávamos embaixo das
mangueiras existentes no quintal da casa muito bem cuidado pela dona Nenem
esposa de Jovito Canduri
Depois,
quando foi criada a Loteria Esportiva, trabalhamos juntos no escritório do seu
Cláudio Batista Feitosa na rua Barão do Rio Branco justamente registrando os
jogos dos apostadores de Porto Velho e Guajará Mirim. Quando o Almir deixou o
escritório do seu Cláudio se mudou para Guajará Mirim onde passou a dirigir o
hotel Fenix a época, de propriedade do seu irmão Izanor. Depois, Almir passou a
ser o proprietário do Hotel que transformou no ponto de referência dos
portovelhense que visitavam a Pérola do Mamoré. A gente era tão amigo que eu
ficava constrangido quando ia a trabalho a Guajará e dava preferência por ficar
no Hotel Fenix pois o Almir não aceitava receber minhas diárias e nem de quem
estivesse comigo, ha poucos anos, pernoitei no Hotel e quando me acordei no
outro dia já era quase dez horas da manhã e assim que desci a escada o
empregado encarregado do hotel me recebeu preocupado:
-
Ainda bem que o senhor acordou, seu Almir está lhe esperando na sala da casa
dele para tomar café com o senhor.
Ali
sentamos e ficamos até perto do meio dia, com o Almir me contando os
acontecimentos políticos da Pérola do Mamoré.
Há
alguns anos o entrevistei e conheci muitos ‘causos’ pitorescos protagonizados
pelo Almir.
Vamos reproduzir alguns:
Numa
campanha política, fui assistir o comício dos adversários e o candidato Curió
ao me ver, saiu-se com essa. ‘”Tem uma pessoa que está aqui, que mete o pau na
secretária de educação por trás, eu não, quando tenho que meter o pau, meto
pela frente’.
Quem é o
Almir Canduri?
Almir Canduri – Nasci em Porto Velho em 1950 e depois vim
pra Guajará-Mirim. Meu pai é o seu Jovito Canduri Pinheiro. Dos meus dez
irmãos, só quem é Canduri sou eu, meu nome é Almir Canduri Pinheiro meus irmãos
nenhum tinha o sobrenome Canduri, porém, todos nós éramos e somos conhecidos
como Canduri. Hoje a história se repete, meu filho chama-se Fábio Rocha
Pinheiro e minha filha Fernanda Rocha Pinheiro, entretanto são chamados de
Fernanda Canduri e Fábio Canduri.
Minha mulher
chegou a se esconder debaixo da cama para não ser perturbada pelos cobradores.
Teve um ano que o nosso Supermercado quando acabou a campanha, não tinha nada.
Minha mulher me encontrou no outro dia da apuração, sentado em cima de uma
caixa, com a mão no queixo olhando para as prateleiras totalmente vazias, eu
dava tudo aos eleitores e eles não correspondiam nas urnas.
Os
enterros que eu fazia entraram para a história do folclore político de Guajará-Mirim
e do Brasil. Eu saí enterrando tudo quanto achava que não estava correto. Fazia
umas passeatas com enterros simbólicos. Eu ia ao Mercado Municipal e avisava
“os pés” inchados de que tal hora iria enterrar tal coisa ou pessoa. Comprava
umas garrafas de cachaça e colocava dentro do caixão que era para a turma
comparecer. Acontece que certa vez o morto era de verdade e foi então que o
caldo entornou.
Zk – O que foi que aconteceu?
Almir Canduri – Numa dessas tinha morrido de fato um
cidadão e a viúva veio comigo e pediu o carro para fazer o enterro. Acontece
que no mesmo dia, estava programado o enterro da Ceron para as cinco horas da
tarde. Ainda pedi ao motorista que não passasse pelo Boca Negra e nem pelo
Mercado com o defunto de verdade, para evitar qualquer problema.
Foi mesmo
que não pedir. Quando ele passou com o enterro verdadeiro pelo Boca Negra e
pelo Mercado os “Pés inchado” começaram a soltar foguete, pei, pei, pei o
foguete comendo no centro e o pior, foi que eles queriam porque queriam abrir o
caixão pra tirar a cachaça, só que naquele caixão ia realmente um morto.
Com
aquela confusão do abre-não-abre o caixão, a viúva já baixando o “cacete” nos
“pé inchado”, foi então que o motorista correu no hotel onde eu estava e me
avisou o que estava acontecendo. Cheguei lá estava à viúva segurando o caixão e
a turma querendo abrir pra tirar a pinga.
Aí
comecei a explicar: Esse aqui ainda não, nosso enterro é outro enterro, e os
caras de cara cheia gritavam: Muito bem! Muito bem Canduri e soltavam foguete.
Eles pegavam aqueles mangara de banana e tacavam em cima do caixão. “Filha da
“p” libera nossa cachaça”. E eu gritava parem, parem e não tinha jeito. E a
viúva já passando mal dizia: “Ai meu Deus, nunca imaginava que esse povo odiava
tanto meu marido”. Tive que levar a viúva pro hospital no carro que estava o
defunto. Quando chega o médico e vê o caixão diz: “Você ta brincando comigo,
lugar de defunto não é no hospital não, é lá pro necrotério.
Doutor
vou lhe explicar, mas ele não queria saber de explicação. Peguei o carro com o
defunto e levei pros parentes enterrarem de verdade. Nessas alturas já estava
anoitecendo. Teve o caso da candidata a vereadora.
A gente
passava a campanha fazendo os comícios em cima de uma pick-up. Acontece que no
último comício, alugamos dois caminhões colocamos uma aparelhagem de som e a
candidata na hora do seu discurso falou assim: “Meus conterrâneos, estou muito emocionada e muito nervosa, hoje pela
primeira vez estou fazendo esse comício com esse povo todo. Passei a campana
todinha “TREPANDO” em cima de uma C-10 e hoje to “TREPANDO” em cima de um
caminhão”.
Assim era
o Almir Canduri o Birula. Descansa em paz amigo!
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