Odoiá Bahia – Como disse na coluna de
ontem, esse samba rendeu muitas histórias bacanas.
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Naquele ano (1974), os Diários
Associados através do jornal O Alto Madeira de Porto Velho-RO e Rádio Baré de
Manaus, sob a coordenação do jornalista Vinicius Danin, realizaram o 1°
Festival de Música de Rondônia - FEMUR .
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Inscrevemos o samba Odoiá Bahia.
Aliás montamos uma equipe de compositores para participar do Festival. Essa
equipe contava com Silvio Santos, Bainha, Neguinho Menezes e Jorge Andrade.
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A parceria Silvio e Bainha inscreveu
o samba Odoiá Bahia, Menezes participou com duas composições: “É triste Sim” e
"Exaltação ao Rio”. Silvio inscreveu a marcha rancho “Amor de 4 Dias”,
Bainha o samba que falava das lendas da Amazônia. O Jorge Andrade foi o
interprete do Odoiá Bahia e Exaltação ao Rio.
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No final, os cinco vencedores do
Festival foram: em 1° lugar Odoiá Bahia de Silvio Santos e Bainha; 2° lugar uma
música (forró) de autoria do Walmir Miranda; 3° lugar “É Triste Sim” de
Menezes, 4° lugar a música sobre a Amazônia do Bainha e em 5° lugar Exaltação
ao Rio do Menezes. A única música da nossa turma que não foi premiada foi a
minha marcha rancho “Amor de 4 Dias”, assim mesmo, porque esqueci parte da
letra durante a apresentação.
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Quer dizer, a parceira Silvio e
Bainha foi a primeira de Porto Velho a vencer um festival de música no então
Território Federal de Rondônia.
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Na noite da divulgação do resultado
do festival, a festa foi na quadra do Ferroviário ali na Sete de Setembro. A
moçada da Pobres do Caiari estava lá torcendo e com o resultado fez a maior
festa.
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Acontece que no mesmo Festival o Babá
estava concorrendo com o samba enredo que ele havia feito para a Diplomatas do
Samba e o tema era sobre a Amazônia. Ao tomar conhecimento do tema da
Diplomatas e que o Babá iria concorrer no Festival com ele, Bainha compôs seu
samba com o mesmo tema e derrubou o da Diplomatas feito pelo Babá nas
eliminatórias.
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Quer dizer, a Pobres do Caiari
derrotou a Diplomatas do Samba mais uma vez. Daí a turma da Caiari ter feito a
maior festa para o nosso Samba Odoiá Bahia.
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Subimos a Ladeira da Euclides da
Cunha no rumo da casa da Dona Marise com o troféu de campeão e fomos recebidos
com muita festa, mas...
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E sempre tem um mas, uma das filhas
da professora Marise achou de hostilizar o Bainha dizendo que ele estava na
Caiari como espião da Diplomatas.
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Antes que o clima ficasse muito
pesado, dona Marise interviu, abraçou o Bainha e disse que ele não se
importasse com o que a “menina” tinha falado, pois ela confiava nele.
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Ainda como Mestre Bateria Bainha foi
muito hostilizado por alguns batuqueiros, até que pegou um dos líderes do
“levante”, em plena avenida Sete de Setembro num dia de semana, e deu-lhes uns
catiripapos.
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A noite durante o ensaio da escola a
turma passou a respeitar de verdade o Mestre Bainha.
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Quem cantou o samba na avenida foi o
Jorge Andrade.
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Abro espaço para fazer uma correção.
Na história do Samba de enredo “Isto é Brasil” coloquei que o interprete na avenida tinha sido o Jorge Andrade quando
na verdade, quem cantou o samba nos ensaios e na avenida foi o Maestro Zé
Borges. Tá reparado!
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O Bainha só viu a fantasia dele
montada, minutos antes da escola começar a se armar na avenida Carlos Gomes em
frente a casa da Dona Marise.
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Porém, o resultado daquele carnaval
foi que a Pobres do Caiari ganhou DEZ em todos os quesitos. Odoiá Bahia - Caiari tetra campeã do carnaval de rua de Porto Velho!
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