quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lenha na Fogueira - 23.01.15


Odoiá Bahia – Como disse na coluna de ontem, esse samba rendeu muitas histórias bacanas.

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Naquele ano (1974), os Diários Associados através do jornal O Alto Madeira de Porto Velho-RO e Rádio Baré de Manaus, sob a coordenação do jornalista Vinicius Danin, realizaram o 1° Festival de Música de Rondônia - FEMUR .
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Inscrevemos o samba Odoiá Bahia. Aliás montamos uma equipe de compositores para participar do Festival. Essa equipe contava com Silvio Santos, Bainha, Neguinho Menezes e Jorge Andrade.

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A parceria Silvio e Bainha inscreveu o samba Odoiá Bahia, Menezes participou com duas composições: “É triste Sim” e "Exaltação ao Rio”. Silvio inscreveu a marcha rancho “Amor de 4 Dias”, Bainha o samba que falava das lendas da Amazônia. O Jorge Andrade foi o interprete do Odoiá Bahia e Exaltação ao Rio.

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No final, os cinco vencedores do Festival foram: em 1° lugar Odoiá Bahia de Silvio Santos e Bainha; 2° lugar uma música (forró) de autoria do Walmir Miranda; 3° lugar “É Triste Sim” de Menezes, 4° lugar a música sobre a Amazônia do Bainha e em 5° lugar Exaltação ao Rio do Menezes. A única música da nossa turma que não foi premiada foi a minha marcha rancho “Amor de 4 Dias”, assim mesmo, porque esqueci parte da letra durante a apresentação.

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Quer dizer, a parceira Silvio e Bainha foi a primeira de Porto Velho a vencer um festival de música no então Território Federal de Rondônia.

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Na noite da divulgação do resultado do festival, a festa foi na quadra do Ferroviário ali na Sete de Setembro. A moçada da Pobres do Caiari estava lá torcendo e com o resultado fez a maior festa.

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Acontece que no mesmo Festival o Babá estava concorrendo com o samba enredo que ele havia feito para a Diplomatas do Samba e o tema era sobre a Amazônia. Ao tomar conhecimento do tema da Diplomatas e que o Babá iria concorrer no Festival com ele, Bainha compôs seu samba com o mesmo tema e derrubou o da Diplomatas feito pelo Babá nas eliminatórias.

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Quer dizer, a Pobres do Caiari derrotou a Diplomatas do Samba mais uma vez. Daí a turma da Caiari ter feito a maior festa para o nosso Samba Odoiá Bahia.

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Subimos a Ladeira da Euclides da Cunha no rumo da casa da Dona Marise com o troféu de campeão e fomos recebidos com muita festa, mas...

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E sempre tem um mas, uma das filhas da professora Marise achou de hostilizar o Bainha dizendo que ele estava na Caiari como espião da Diplomatas.

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Antes que o clima ficasse muito pesado, dona Marise interviu, abraçou o Bainha e disse que ele não se importasse com o que a “menina” tinha falado, pois ela confiava nele.
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Ainda como Mestre Bateria Bainha foi muito hostilizado por alguns batuqueiros, até que pegou um dos líderes do “levante”, em plena avenida Sete de Setembro num dia de semana, e deu-lhes uns catiripapos.

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A noite durante o ensaio da escola a turma passou a respeitar de verdade o Mestre Bainha.

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Quem cantou o samba na avenida foi o Jorge Andrade.

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Abro espaço para fazer uma correção. Na história do Samba de enredo “Isto é Brasil” coloquei que o interprete na avenida tinha sido o Jorge Andrade quando na verdade, quem cantou o samba nos ensaios e na avenida foi o Maestro Zé Borges. Tá reparado!

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O Bainha só viu a fantasia dele montada, minutos antes da escola começar a se armar na avenida Carlos Gomes em frente a casa da Dona Marise.

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Porém, o resultado daquele carnaval foi que a Pobres do Caiari ganhou DEZ em todos os quesitos. Odoiá Bahia - Caiari tetra campeã do carnaval de rua de Porto Velho! 

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