Pra amar tem gay, sapatão e tem
piranha, simpatia é quase amor, nessa vida tão estranha...
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Eis o refrão do samba de enredo
“Simpatia é Quase Amor”, da escola de samba Os Diplomatas no carnaval de 1987.
A história foi assim:
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O compositor Silvio Santos da escola
de samba Pobres do Caiari, insatisfeito com a diretoria da sua escola, em
especial, com o presidente Haroldo Castiel, que havia dado a vitória através de
voto de minerva para o samba do Bainha, que havia empatado com o seu nas notas
dos jurados, para o enredo “Sob o Límpido Azul
do Céu, o Verde Selvagem da Amazônia”.
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Atendeu o convite do compositor
Torrado para juntos, concorrerem na disputa do samba enredo da escola de samba
Os Diplomatas.
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O compositor da azul e branca
relutou, pois não queria trair sua escola de samba do coração, a Pobres do
Caiari da qual foi um dos fundadores.
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Acontece que todo dia no Chaveiro do
Manelão Torrado o aperriava para terminar o samba que ele havia começado e
falta apenas parte da ultima estrofe e o refrão.
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Por outro lado o carnavalesco da
Diplomatas do Samba Flávio Daniel tomando conhecimento que Silvio estava
chateado com a direção da Caiari, o procurou e o instigou a concorrer com um
samba no concurso da Diplomatas.
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O dia do fechamento das inscrições
foi chegando e nada do Silvio se decidir se terminava o samba do Torrado ou se
faria uma composição apenas sua para concorrer, porém o que pesava mesmo era o
seu amor pela Caiari.
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Deixa que o Silvio já estava com sua
parte do samba pronto, com letra e melodia. E deu 19, 20, 21, 22 horas e o
Torrado já muito nervoso, pois estava vendo à hora dar meia noite (prazo máximo
para a entrega da Fita Cassete com a melodia e letra do samba) chegar e o
Silvio sem se decidir.
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Por volta das dez e meia da noite, e
depois de vários pedidos do Torrado, Silvio com o gravador ligado. Pegou seu
tan tan e pediu para o torrado cantar a parte do samba que ele havia feito...
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Conta a história que arlequim e a
colombina, sorridentes no carnaval a brincar, encontraram o pierrô apaixonado e
ele se, pois a chorar. Não chora pierrô, não chora! Faça como o trovador em
serenata que a sua musa cantava assim:
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Oh deusa da minha rua, meu último
desejo afinal, minha musa inspiradora, meu chão de estrelas nesse carnaval. Na
gafieira...
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Seguia o baila calmamente quando
cupido de mansinho ali chegou, dançando a noite inteira alegremente, com
Afrodite, linda deusa do amor...//... Amor de uma dama de aluguel, comandada
por um empresário de bordel...
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Aí parava a letra do Torrado e a
Melodia, e então o Silvio cantou na mesma balada: Ai que saudade...
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Ai que saudade da Lapa, onde o malandro
era senhor e coronel.
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Pra amar tem gay, sapatão e tem
piranha. Simpatia é quase amor, nessa vida tão estranha... Era o refrão que
faltava. Torrada pulou de alegria.
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Manelão também super empolgado com a
conclusão do samba de seus amigos Torrado e Silvio se avexou... Vamos logo que
ta pra dar meia noite.
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Chegamos à residência do Flávio
Daniel em frente ao 3° DP, faltavam três minutos para o encerramento das
inscrições e lá estavam esperando o samba da parceria Silvio e Torrado os
diretores Leônidas, Roosevelt e Flávio Daniel.
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Resultado, o samba ganhou a disputa e
foi gravado pelo cantor Quinzinho famoso puxador de samba enredo do Rio de
Janeiro e a escola foi campeã no carnaval de 1997, em cima do “Límpido azul do
céu” da Caiari.
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