Em tempo de campanha
eleitoral, muitos candidatos convidam para reuniões nas quais discutirão os
problemas que afligem os movimentos culturais em Rondônia e em especial em
Porto Velho.
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Não sei os demais colegas,
mas, já estou cansado de participar dessas reuniões cujos candidatos prometem
mundo e fundos. “Quando eleito vou trabalhar em prol do desenvolvimento
cultural e apoio aos grupos de vocês etc”.
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Os candidatos sabem que os
movimentos culturais congregam grande contingente de eleitores, que podem
ajudar e muito, na eleição de qualquer candidato seja a governador, senador,
deputado federal ou deputado estadual.
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Apesar do TRE não ter
divulgado ainda qual será em média, o coeficiente eleitoral para a eleição
deste ano, pelo que acompanhamos nos pleitos passados. Um deputado estadual
dependendo da coligação, pode ser eleito com pouco mais de 5 mil votos ou até
menos.
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Agora vamos aos números. Só
os grupos folclóricos filiados à Federon concentram mais de 8 Mil eleitores. É
só fazer as contas. São mais de 40 grupos filiados à entidade e cada grupo
reúne entre brincantes e diretores em média 200 pessoas, sem contar com os
artesãos (costureira, carpinteiro, iluminador, decorador, pintor, aderecista,
marcador, entre outros).
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Se formos contabilizar com o
pessoal das escolas de samba, vamos ter mais aproximadamente 5 Mil eleitores
envolvidos diretamente e indiretamente com o carnaval. Sem falar nos blocos de
trio elétrico.
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Ainda temos os artistas
plásticos, atores e atrizes (olha que o movimento teatral em Porto Velho é bem
significativo), basta acompanhar festivais de teatro como o Amazônia Encena na
Rua.
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Não existe maior contingente
de formadores de opinião que o pessoal integrante dos segmentos culturais. Um
diretor de teatro pode influenciar na eleição de qualquer candidato, basta
durante a apresentação do seu grupo, passar para a plateia se estar ou não
satisfeito com aquela pessoa, falar bem ou mal de determinada administração.
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Agora, imaginem quando isso
é declarado pelo sistema de som de qualquer arraial, como o Flor de Cacto e
outros que concentram durante suas realizações mais de 30 Mil pessoas.
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Mesmo sabendo desse
potencial dos grupos que compõem o segmento cultural em Rondônia, os deputados
ou os políticos de um modo geral, não fazem nada pela cultura.
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Aí quando chega o período
eleitoral, convidam para reunião. Por que não fizeram nos quatro anos que
permaneceram como governador, senador, deputado federal ou deputado estadual.
Se não fizeram nada durante o mandato como é que vão fazer agora?
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A Cultura em Rondônia vive
mendigando apoio há muito tempo e ninguém faz nada para amenizar a dor do
desprezo vivida pelos segmentos culturais.
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Apesar de sermos um dos
primeiros estados a implantar o Sistema Estadual de Cultura, até hoje esse Sistema
não pode sair do papel por falta de responsabilidade de quem de direito.
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A documentação tá toda
pronta e dentro dos conformes, mas, o Fundo de Cultura homologado pelo
governador, não recebeu até hoje o repasse que foi aprovado pelos deputados e
aprovado pelo executivo, para poder financiar os projetos culturais do
segmento.
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É o empurra, empurra com a
barriga. Agora, querem reunir a categoria para discutir o futuro da cultura no
estado de Rondônia.
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O futuro da nossa cultura se
fosse depender dos políticos, com certeza já estaria se diluído no Banzeiro do
Rio Madeira.
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De qualquer maneira, antes
que o milênio se acabe, quem sabe!
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