A escola de samba Asfaltão e o grupo “Só Bambas” homenageiam nesta sexta feira 31 dentro do Projeto “Homenagem aos Baluartes do Samba”, os sambistas José Luiz Machado de Assis popularmente conhecido como Torrado e Eliezer dos Santos o Bola Sete (In Memória). A roda de samba de raiz vai acontecer na Tenda do Tigre a rua Jacy Paraná entre a rua Brasília e a Getulio Vargas no bairro Nossa Senhora das Graças com inicio as 20h00.
A escola de samba Asfaltão em parceria com o grupo “Só Bambas” homenageia a cada última sexta feira do mês uma dupla de sambistas considerados baluartes do ritmo que ambala principalmente os que gostam de desfilar em escola de samba. Os homenageados deste mês, são dois grandes baluartes da história do Samba de Porto Velho.
BOLA SETE
Eliezer Santos que foi muito conhecido como Bola Sete, nasceu no dia 11 de agosto de 1923, no município de Itororó no estado da Bahia. Chegou a Porto Velho em setembro de 1943, como soldado da Borracha, ano em que o Presidente Getulio Vargas assinou o Decreto de criação do Território Federal do Guaporé.
Trabalhou no Hospital São José, foi jardineiro e vendedor de bombons na praça Mal. Rondon.
Boxe luta livre e capoeira era o seu esporte favorito na época, por conta disso criou uma academia de luta livre.
Foi o primeiro cambista da cidade, como seus amigos gostavam de chamá-lo, porque vendia bilhete da loteria federal e escrevia jogo do bicho.
No samba e na boemia, conviveu com os grandes bambas e reis da noite da cidade e nesse ritmo de vida o transformaram em um dos precursores dos primeiros movimentos culturais e carnavalescos da cidade quando criou movimento das Pastorinhas (folclore brasileiro de influencia portuguesa que faz parte do ciclo natalino) e, juntamente com amigos fundou a escola de samba “Deixa Falar” em 1946.
A expressão: Negão não, cidadão de cor! (expressão carinhosa e alegre que respondia, sempre que os seus amigos, nas rodas de samba, o chamavam de negão) ficou marcada para sempre entre seus amigos e seus familiares.
Bola Sete faleceu aos 33 minutos do dia 13 de dezembro de 1985, no Hospital Prontocor.
Torrado – Intérprete e Compositor
José Luiz Machado de Assis, que quando criança vendia amendoim torradinho passou a ser chamado de Torradinho, hoje mais conhecido como Torrado, nasceu no dia 19 de março de 1948, na cidade de Manaus-AM. Foi criado no bairro do Boulevard Amazonas, à Av. Airão. Casado há 34 anos com a Srª Elizabeth (Bete), desta união nasceu os filhos Julio, Lissandra, Lícia e seis netos.
Criado no mundo do samba, desde o Boulevard até o bairro da Praça 14 de Janeiro, que originou seu começo no mundo do samba, em Manaus sua cidade natal. Sua primeira experiência como compositor, foi na escola de samba Estação 1ª do Boulevard do Amazonas, com o tema “Falem bem ou falem mal, mais Falem de mim isso é normal”.
Nos idos de 1963, foi desfilar como passista na Escola de Samba Mista da Praça 14 de Janeiro, que na época dominava o carnaval Amazonense.
Torrado que no quartel era conhecido como ASSIS, junto a militares e civis foi um dos fundadores da Escola de Samba Unidos Da Selva. No ano de 1974 seu tio Fernando Medeiros, em festa de aniversário da família reuniu seus filhos, sobrinhos e amigos e pediu para que eles fundassem uma nova Escola de Samba, pois o bairro da Praça 14 de Janeiro não tinha sua real alegria: “o samba”, e com a ajuda da Tia Lindoca foi fundado então, o Grêmio Recreativo Escola de Samba VITÓRIA RÉGIA, que até hoje para o Torrado é seu dengo e sua paixão.
Competindo pela sua nação Verde e Rosa foi coroado o 1º Cidadão do Samba da cidade de Manaus. Em sua escola já fez de tudo, foi porteiro, garçom, empurrador de carros alegóricos, batuqueiro, mestre de bateria, mestre sala, compositor e intérprete. Tendo sido premiado por três vezes, com o Estandarte de Ouro do Jornal “Acrítica”, como intérprete. Sempre fazendo parte do conselho do GRES VITÓRIA RÉGIA até os anos de 1990, quando após idas e vindas, veio morar definitivamente em nossa querida Porto Velho.
Desde 1968, a trajetória deste Bamba do samba em Porto Velho e Manaus, se confunde, pois, no período de carnaval, Torrado, vive literalmente em uma verdadeira “ponte aérea”.
Em 1972, em pareceria com Silvio Santos, fez sua primeira composição em Porto Velho para o Bloco do Purgatório que saia do Bar do Canto, e, com o mesmo parceiro em 1987, compôs o samba para a Escola que adotara como sua em Porto Velho, a Unidos da Castanheira e ainda os Diplomatas do Samba. Como compositor, brindou também várias outras agremiações e blocos de carnaval como Armário Grande, Pobres do Caiari, Galo da Meia Noite, Rio Caiari, Imigrantes, Chupa mais não baba e Outros.
Pela história, o legado, e, acima de tudo, pela resistência em defesa da cultura popular em especial da história do samba, a Família Asfaltão prestará esta justa homenagem a estes dois Baluartes do Samba.
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