segunda-feira, 30 de julho de 2012

DUELO NA FRONTEIRA


Acidentes e traições embalam o festival de Guajará




Nos dias 10, 11 e 12 de agosto, estará acontecendo na bucólica Guajará-Mirim, pacata cidade localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia, o mais extraordinário confronto estético de bumbá da região, certame de cultura popular que só perde em monumentalidade para o grandioso festival de Parintins.

O festival de Guajará-Mirim, também conhecido como Duelo na Fronteira, coloca frente a frente, em acirrada disputa, o Boi Bumbá Flor do Campo (Vermelho) e Boi Bumbá Malhadinho (Azul).

A pequena Guajará-Mirim se divide ao meio por conta desta grande disputa, atraindo os olhares de turistas do Brasil e do mundo inteiro.

Muitas batalhas são travadas antes da grande luta final, que está marcada para acontecer no Bumbódromo da cidade, o “Coliseu Tupiniquim” da Pérola do Mamoré.

Na guerra de bastidores vale tudo, inclusive seduzir artistas do boi contrário com vultosos cachês. Esta tática, adotada com frequência por emissários da Nação Azul e Branca tem esvaziado ateliês e barracões do Boi-Bumbá Flor do Campo.

Kilderi, artista da Equipe do Grande Coreógrafo Falcão, vindo de Parintins contratado pela Diretoria Vermelha, foi a última baixa nas fileiras de artífices do Flor do Campo.

No dia  22, Kilderi saiu para um passeio e ao retornar para o Ateliê de seu Mestre Falcão, foi só para pegar as malas, pois o mesmo já havia sido seduzido e encantado pelo “CANTO DA IARA AZUL”.

E assim caminha o Festival de Guajará-Mirim, recheado de traições, rasteiras e trapaças por trás das cortinas do grande palco.

Não bastando as intermináveis rasteiras de bastidores, o inesperado também contribui para elevar a tensão na região. Quarta feira passada 25, o levantador de toadas Sandro Menacho sofreu um acidente de trânsito e foi encaminhado para Porto Velho, para atendimento de emergência no Hospital João Paulo II.

Sandro Menacho desabafou da seguinte maneira: “Não adianta Contrário Agourento, a fratura no dedão do pé não vai me impedir de entrar na arena do bumbodrómo e cumprir com o meu papel”. Sandro lembra que é o Levantador de Toadas e não bailarino. Quem viver verá! (Escreve Ariel Argobe).

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