Acidentes e traições embalam o festival de Guajará
Nos dias
10, 11 e 12 de agosto, estará acontecendo na bucólica Guajará-Mirim, pacata
cidade localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia, o mais extraordinário
confronto estético de bumbá da região, certame de cultura popular que só perde
em monumentalidade para o grandioso festival de Parintins.
O
festival de Guajará-Mirim, também conhecido como Duelo na Fronteira, coloca
frente a frente, em acirrada disputa, o Boi Bumbá Flor do Campo (Vermelho) e
Boi Bumbá Malhadinho (Azul).
A pequena
Guajará-Mirim se divide ao meio por conta desta grande disputa, atraindo os
olhares de turistas do Brasil e do mundo inteiro.
Muitas
batalhas são travadas antes da grande luta final, que está marcada para
acontecer no Bumbódromo da cidade, o “Coliseu
Tupiniquim” da Pérola do Mamoré.
Na guerra
de bastidores vale tudo, inclusive seduzir artistas do boi contrário com
vultosos cachês. Esta tática, adotada com frequência por emissários da Nação
Azul e Branca tem esvaziado ateliês e barracões do Boi-Bumbá Flor do Campo.
Kilderi,
artista da Equipe do Grande Coreógrafo Falcão, vindo de Parintins contratado
pela Diretoria Vermelha, foi a última baixa nas fileiras de artífices do Flor
do Campo.
No dia
22, Kilderi saiu para um passeio e ao retornar para o Ateliê de seu
Mestre Falcão, foi só para pegar as malas, pois o mesmo já havia sido seduzido
e encantado pelo “CANTO DA IARA AZUL”.
E assim
caminha o Festival de Guajará-Mirim, recheado de traições, rasteiras e trapaças
por trás das cortinas do grande palco.
Não
bastando as intermináveis rasteiras de bastidores, o inesperado também
contribui para elevar a tensão na região. Quarta feira passada 25, o levantador
de toadas Sandro Menacho sofreu um acidente de trânsito e foi encaminhado para
Porto Velho, para atendimento de emergência no Hospital João Paulo II.
Sandro
Menacho desabafou da seguinte maneira: “Não adianta Contrário Agourento, a
fratura no dedão do pé não vai me impedir de entrar na arena do bumbodrómo e
cumprir com o meu papel”. Sandro lembra que é o Levantador de Toadas e não
bailarino. Quem viver verá! (Escreve Ariel Argobe).
Nenhum comentário:
Postar um comentário