sexta-feira, 16 de março de 2012

LENHA 17.03.12

Lenha na Fogueira

Voltamos a nos reportar sobre a falta de respeito para com o patrimônio histórico de Rondônia em especial, o acervo do que ainda resta da Est6ra de Ferro Madeira Mamoré, que completa 100 anos de inauguração no próximo mês de agosto.

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O poeta, escritor e historiador Antônio Cândido da Silva, nos enviou um e-mail com o artigo, VER, OUVIR E CALAR.

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Gostaria de publicar o que o poeta do Vagão dos Esquecidos escreve em seu artigo, na íntegra, porém como o texto ficou muito extenso, não é possível por falta de espaço.

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Ontem, publicamos o artigo da Ana Aranda que fala da Lei sancionada pelo então governador Ivo Cassol que Desafeta os trechos da Madeira Mamoré de interesses das empresas que estão construindo as Usinas do Madeira.

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A escritora Sandra Castiel bate na mesma tecla no site Gente de Opinião e recebe um comentário do jornalista Zola Xavier - “Sandra você deu, para mim, o pontapé inicial das comemorações do Centenário da Lendária Madeira Mamoré. Só assim poderemos ser justos com o passado e o presente, não vejo outro modo. O Montezuma fala do Harakiri cultural protagonizado pelas sucessivas administrações, mas penso que tratá-los com indiferença é pouco. Creio que sua crônica assume a dimensão de um manifesto!”

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Antônio Cândido da Silva em seu artigo nos enviado ontem lembra:

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“Em 31 de maio de 2008, publiquei matéria sobre os ilusórios benefícios que teríamos com a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau e, de lá pra cá, vários artigos em defesa do nosso patrimônio histórico e da despregada falta de respeito com a memória daqueles que construíram a história desta terra.

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O General Rodrigo Octávio Jordão Ramos quando comandante do Comando Militar da Amazônia finalizou um dos seus discursos com uma frase que hoje está escrita em todos os quartéis da Amazônia: Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.

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O General Rodrigo Octávio, diferente dos políticos de hoje, não veio para a Amazônia como os aventureiros que desembarcaram em Rondônia e hoje atropelam a Constituição Estadual, as leis, a história, os costumes e os sentimentos daqueles que conquistaram e mantiveram esse pedaço da Amazônia pensando, unicamente, em dias melhores para os seus descendentes.

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A ponte do Jaci Paraná está debaixo d’água e nada podemos fazer porque três desses aventureiros deram às empresas construtoras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, sem que a população soubesse disso, o “direito” de rirem das nossas caras. A Lei estadual número 1776, criada em 10 de agosto de 2007, de autoria dos deputados Alex Testoni e Neodi Carlos e sancionada pelo Governador Ivo Cassol, autorizou, atropelando o Art. Nº 264 da Constituição Estadual as empresas em questão a desrespeitar o que existe de mais sagrado na história de um povo que é o respeito às tradições e a memória dos seus antepassados.

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Segundo o escritor e poeta Matias Mendes, na última reunião da Academia de Letras de Rondônia, “parece que existe um pacto de silêncio quando o assunto é a destruição do patrimônio histórico de Rondônia.”

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O artigo do Cândido prossegue lamentando ou denunciando um bocado de mal feitos, praticados em nome de um suposto progresso que será vivido principalmente pelos habitantes de Porto Velho.

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Progresso “que já destruiu o Marco que divide os estados de Mato Grosso e Amazonas: Paralelos 8º 48”.

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Que destruiu as casas do bairro mais antigo de Porto Velho O Triângulo.

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Que ta pra levar o Casarão dos Ingleses e se isso acontecer a Igrejinha de Santo Antônio também vai junto, assim como o monumento em comemoração aos 100 anos da Independência do Brasil;

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Sem falar que quando abrirem todas as comportas das usinas de Santo Antônio e Jirau, os ribeirinhos das localidades que vão de Porto Velho a Humaitá perderão parte de suas terras, que serão levadas pela correnteza.

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Antônio Cândido lembra em seu artigo:

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“As pessoas que escrevem não são levadas a sério e todos se calam como se proibidos por uma lei do silêncio, ou prejudicados por uma letargia que os impedem de raciocinar e reagir. Poucas pessoas dão valor ao que defendemos porque a ganância ou a ignorância norteiam a vida dos demais. Os gananciosos se aboletaram no poder e dão aos eleitores a migalha de uma ponte ou uma estrada de chão e ganham o reconhecimento dos que acham que eles estão lhes fazendo um favor”.

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