LENHA 12.03.12

Lenha na Fogueira

As escolas de samba e a política em Porto Velho!

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Até a transformação de Rondônia em estado, nossas escolas de samba faziam parte ativa do jogo político praticado na cidade.

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Aliás, essa influencia durou mesmo depois da transformação do Território em Estado ou até meados da década de 1980

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Nesta coluna vamos lembrar alguns episódios relativos ao envolvimento político, existente dentro das escolas de samba Os Diplomatas e Pobres do Caiari.

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Basta lembrar que a escola de samba Os Diplomatas em sua fundação, tinha tudo para ser considerada da facção Cutuba, que tinha como principal líder Aluizio Pinheiro Ferreira, já que seu primeiro presidente Tário de Almeida Café, á época (1958), era diretor de Departamento na gestão do prefeito José Saleh Morebe que havia sido indicado pelo governador Enio dos Santos Pinheiro, primo de Aluizio Ferreira.

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E mais, o Waldemir Pinheiro da Silva – Bainha um dos seus fundadores era filho da dona Marieta Aluizista de carteirinha.

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Acontece que o Valério esposo da dona Jóia e Pai do Ricardo considerado os principais criadores da Diplomatas do Samba, eram do contra, ou seja, eram corriligionários de Joaquim Vicente Rondon e Renato Medeiros principais líderes da facção que ficou conhecida como Pele Curta.

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Porém, só depois que a escola de samba Pobres do Caiari foi criada em 1964 foi que a divisão política entre as duas agremiações ficou patente.

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Acontece que a Pobres do Caiari nasceu dentro do “território” dos Cutubas ou seja, no bairro Caiari

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Para completar, as duas escolas a partir do final da década de 1960 foram adotadas pelas carnavalescas Neire Azevedo (Diplomatas) e Marize Castiel (Caiari).

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E ainda teve a influencia das cores adotadas pelas duas escolas. Vermelho pela Diplomatas e Azul pela Caiari.

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O ngócio começa assim, pois o vermelho era a cor da bandeira dos Comunistas e o pessoal da Caiari passou a classificar os simpatizantes da Diplomatas como Comunistas. Era só guerra de nervos, pois a família Bernardo Simeão também era tida como cutuba, apesar de terem assumida a escola em plena ditadura militar quando as duas facções, cutuba e pele curta estavam aparentemente desarticuladas.

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Outro fator que fazia com que a Diplomatas fosse considerada “dos pele curtas”, era a liderança do Elieser dos Santos - Bola Sete, renatista de carteirinha e do Leônidas O’Carol Chester que também não concordava com os cutubas.

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Pelo lado da Caiari se formos citar os simpatizantes de Aluizio Ferreira não caberia neste espaço. Basta Lembrar seu Vivaldo Mendes pai do Hiran Brito, Capitão Ramiro, Hilda Maia, Capitão Esron Menezes, Vitor Sadeck e praticamente todos os moradores do bairro.

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Não é atôa que a partir do momento que dona Marize assumiu a escola em 1970, a Caiari passou a ganhar os títulos dos desfiles das escolas de samba.

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Até meados da década de 1980 a Caiari ganhou todos os títulos dos carnavais que desfilou: 1970, 71, 72 e 74 em 1973 a escola não se apresentou, o mesmo acontecendo entre os anos de 1975 a 1979 quando voltou com o tema “A Caiari Voltou com Ajuda de Xangô”.

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Aí venceu os carnavais de 1979, 1980, 1981, 1983, 1985 (empate com a Diplomatas), 1986, 1989 e 1991. Ùltimo título.

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A Diplomatas venceu os carnavais de 1959 a 1960; 1973, 1975, 76 e 77. Voltou a vencer em 1982, 1984, 1985 (empatada com a Caiari), 1987 e apenas um título nos anos 1990.

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Acontece que com a transformação do Bloco Unidos da Castanheira em escola de samba do grupo especial as duas consideradas grandes, perderam força e a Castanheira ganhou praticamente todos os títulos da década de 1990.

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Comparadas com a política, as escolas representavam à época os partidos: ARENA/PDS Caiari; MDB/PMDB Diplomatas e PFL Castanheira.

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Apesar do PTB do Chagas Neto exercer grande influencia na Pobres do Caiari na década de 1980. Vale salientar que o PTB foi também partido aliado a Aluizio Ferreira.

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Hoje, apenas uma escola de samba pode ser considerada como adepta de um partido político.

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É a atual campeã, Asfaltão que é em sua maioria integrada por militantes do Partido do Trabalhadores – PT.

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Basta lembrar que sua diretoria é toda filiada ao PT.

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Isso prova, que as escolas de samba de Porto Velho tem tudo a ver com as decisões políticas em Rondônia e principalmente na capital Porto Velho. Por isso o dito popular:

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“Tudo acaba em samba”!