terça-feira, 13 de dezembro de 2011

LENHA NA FOGUEIRA DIA 14.12.11

Lenha na Fogueira

Nosso querido amigo Zizi merecidamente, foi homenageado na tarde da última segunda feira na Câmara de Vereadores de Porto Velho com o Título de Amigo de Porto Velho.

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O autor da propositura foi o Vereador Cláudio da Padaria que nesse momento, merece todos os elogios possíveis de nossa parte e de quem sabe o quanto o Zizi foi e é importante para a preservação do hoje é Mercado Cultural.

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Apesar de ter a aparência de um nordestino, Zizi é amazônida nato, pois nasceu e se criou no Amazonas, cortou seringa e resolveu fixar residência em Porto Velho quando isso aqui ainda era Território Federal.

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Montou seu negócio no então Mercado Municipal pelo lado do Palácio do Governo e transformou seu Bar, em Ponto de Referencia dos movimentos grevistas que passaram a existir em Porto Velho tão logo o Território passou a Estado.

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Ponto de encontro de escritores, poetas, músicos e compositores, as mesas do Bar do Zizi que por sinal não passavam de três pelo lado de fora e outras três dentro do estabelecimento serviam de base para discussões dos vários seguimentos culturais, sociais e políticos de nossa cidade.

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Ali muitas ações foram articuladas e em sua maioria colocadas em prática.

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Além da cerveja geladinha, o poeta podia molhar a garganta com uma deliciosa cachaça e quando era tempo de natal e ano novo não faltava o vinho sangue de boi.

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Porém, o Bar dói Zizi ficou mais conhecido pela saltenha que era preparada pelas quituteiras contratadas pelo seu Zizi e eram fritas na cozinha que ficava no “forro” do bar e dalí, desciam dentro de uma cesta amarrada numa corda.

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Além da saltenha tinha refresco de cupuaçu, coco, maracujá, cajá e outras frutas regionais, além do picolé que era feito no balcão frigorífico do Zizi.

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Graças a resistência do Zizi os jovens de hoje, podem ver e sentir como era o nosso Mercado Municipal, cuja construção começou com a nomeação do nosso primeiro prefeito o Major Guapindaia em 1915 e Somente na administração do Prefeito Ruy Brasil Cantanhede, iniciada em junho de 1948, as obras de construção do Mercado Municipal tomaram novo impulso e, quatro anos depois, em 12 de junho de 1950, o prédio foi finalmente inaugurado, segundo escreve Antônio Cândido;

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Por tudo isso, o título concedido ao Zizi merece todos os elogios.

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O poeta da cidade Ernesto Melo escreveu os seguintes versos que são cantados todas as sextas feiras durante A Fina Flor do Samba:

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Ontem passando à toa no bar do Zizi como se fosse um filme do velho Mercado vi a casa Colombo como se eu viesse do Mourão & Irmãos do Mário Alfaiate, do Saleh Morheb depois do Bichara pela contra-mão;

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Vi o Ponto Caçula do Pedro Pacheco, depois o João,
o Velho Curica, a Maria Suja, molhei a palavra no Bar do Simão;

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Como é bom ver o tempo da boemia passo na Barbearia do Velho Firmino, Normando e Oziel, Zé Alfaiate, Wilson da “A Motorista”, quase que eu perco de vista o Pão do Raposo e o Bar do Manel.

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Onde era o Cabo? – Lá no Mercado Central! e o Zé Camacho? – Lá no Mercado Central! passando por fora pegava a Saltenha do Bar Bacurau; onde era o Degas? – Lá no Mercado Central! e o Tufic Matny? – em frente ao Mercado Central!

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Mas veio o fogo e foi queimando tudo ali veio a ganância e fez um prédio grande ali não ligou prá ninguém, não perguntou prá ninguém nem quis saber da história, o valor da memória que o Mercado tem foi derrubando, um bar aqui e outro ali

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Mas a história do povo

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Renasce de novo no bar do ZIZI.

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