Se existe um ofício inspirador e potente, este é o do contador de histórias. Afinal, é ele quem dá vida às palavras, às memórias e aos personagens dos contos, poemas, crônicas, parlendas e outros elementos da tradição oral.
Para
marcar o Dia Nacional do Contador de Histórias, celebrado em 20 de março, 19
profissionais de diferentes regiões do Brasil estarão reunidos no 1º Festival
Nacional de Contadores de Histórias no Ciberespaço.
Contemplado
pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), com recursos da
Lei Aldir Blanc, o 1º Festival Nacional de Contadores de Histórias no
Ciberespaço terá apresentações transmitidas pelas redes sociais, além de
oficinas com conteúdos que desvendam as técnicas e os encantamentos do tema
entre os dias 14 e 20 de março. Importante destacar que todos os
espetáculos contarão com recursos de acessibilidade, como tradução em Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) e audiodescrição.
A
ideia do Festival partiu do contador de histórias de São Paulo, Ademir
Apparicio Júnior, que acumula extenso currículo na área. Sobre a maratona
cultural, destaca: “Será uma oportunidade de reunir virtualmente grandes nomes
da contação de histórias de diferentes partes do Brasil e mostrar a riqueza e a
pluralidade desse extenso território”.
Identidades
partilhadas
Imagine
mergulhar num Brasil carregado de sotaques, mistérios, sabores e aromas.
Durante os sete dias de agenda, o internauta poderá conferir uma programação
intensa que revisita as identidades regionais de maneira lúdica e poética.
Após
o show de abertura “Palavra Tagarela”, sobre tradição oral e elementos do
folclore com os artistas Poliana Savegnago, Allan George da Silva, Márcio Bah e
Devanir Mille, o público poderá acompanhar 10 apresentações, que reunirão os
contadores de histórias Aline Alencar e Auritha Tabajaras (região Nordeste),
Joca Monteiro e Joana Chagas (região Norte), Ciro Ferreira e Rosilda Figueiredo
(região Centro-oeste), Camila Genaro e Cia “Ih, Contei!” com Elton de Souza
Pinheiro, Leandro Pedro da Silva e a fantoche Tifanny MeiaLoka (região
Sudeste), Liz Ângela de Almeida e Lucélia Clarindo (região Sul), além de 10
oficinas.
Para
encerrar essa agenda caprichada, os artistas Ademir Apparicio Júnior, Fabiana
Massi, Andrés Felipe Giraldo e Cimara Gomes Ferreira Fróis apresentam “A
História de Maria Dançarina ou A menina que desafiou o demo”.
“Nosso
desejo é o de fomentar e difundir a arte da narração de histórias, criar um
espaço de partilha e pesquisa entre artistas e público, compartilhar saberes a
partir de oficinas gratuitas e manter viva a fogueira da nossa própria história
a partir da contação, valorizando a nossa identidade regional, cultural e
ancestral”, destaca.
Patrimônio
imaterial
A
arte de contar histórias é um “patrimônio cultural imaterial”, acentua Ademir.
“Por meio das histórias relembramos nossas lendas, nossos antepassados, construímos
futuro e presente. As histórias podem ser ferramentas para aprendizagens de
diferentes áreas, como a geografia, a matemática, a ciência, a filosofia, e até
mesmo para difusão da literatura. Os contos são capazes de nos transportar para
outros espaços”, resume.
O
idealizador aponta, ainda, a importância “singular” para a fruição e troca
entre os contadores, o público e as histórias: “É uma oportunidade de fazer com
que a promoção à leitura aconteça de maneira lúdica e potente, podendo assim
aproximar o ouvinte e leitor ao fantástico universo das interpretações
produzidas pelas linguagens da palavra, do corpo, da voz e de tantos outros
elementos, que serão combustíveis para o faz de conta acontecer na sua
plenitude”.
O
Festival, com todo o encanto dessa arte, não poderia ocorrer em outra data. O
seu encerramento em 20 de março marca a comemoração do Dia do Contador de
Histórias, criado em 1991, na Suécia, com o principal objetivo reunir os
contadores e promover a prática em todo mundo.
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