Autor:
Sílvio M. Santos
Praça Mal. Rondon |
Nesta
edição damos continuidade às histórias que fazem parte do livro
de minha autoria, que está prontinho para ser publicado, “PORTO,
VELHO PORTO – HISTÓRIA DA CIDADE ONDE NASCI E VIVO”.
São
histórias que pesquisei em publicações de vários autores que se
preocuparam com a nossa história como Esron Menezes, Amizael Silva,
Abnael Machado de Lima, Yedda Bozarcov, Manoel Rodrigues, Hugo
Ferreira e em especial do meu amigo professor Francisco Matias,
porém, a maioria das histórias relatam fatos vividos por mim, já
que apesar de ter nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha
infância, adolescência e vivo até hoje, em Porto Velho. Muitas das
histórias que os amigos tomarão conhecimento a partir de hoje, são
exclusivas, pois foram vividas por mim, como é o caso do “Trem da
Feira” e muitas outras. Infelizmente pelas normas acadêmicas, meu
livro não pode ser considerado como de História, porém, as
histórias nele contidas, posso garantir, (a maioria. foram vividas
por mim) e as demais, são fruto de dias e dias de pesquisas.
Se
você empresário editor, se interessar em produzir o meu Livro,
entre em contato através do celular: (69) 9 9302-1960
No
tempo do Vaticano
Casa Seis |
Segundo
Esron de Menezes onde hoje, é a sede dos Correios na Presidente
Dutra com a Sete de Setembro existia um casarão. "Não sei por
que chamavam de VATICANO, ali funcionava um posto fiscal de Mato
Grosso". Talvez, prossegue o historiador, por ter sido a sede
dos Salesianos a população passou a chamar de "Vaticano".
Os
casarões construídos para abrigar os operários da Madeira Mamoré
ficavam entre a Rua Divisória (Presidente Dutra) e a Farquar. Na
hoje Sete Setembro, começando no meio da Rua Rogério Weber até a
sede do Sated era a Casa Três, onde é o Sated foi a pensão
Guaporé, onde está à sede do Ferroviário era o Clube
Internacional, no local onde hoje fica a Capitania dos Portos era a
famosa Casa Seis.
Na
Rogério Weber sentido Caiari onde hoje existe o Centro de Formação
de Professores foi o Hotel Brasil; Entre o mercado Central e o prédio
do relógio com frente para Farquar existia um casarão onde
funcionou a sede da prefeitura no tempo de Guapindaia. Já na década
de sessenta serviu como alojamento dos jogadores do time do
Ferroviário e abrigo dos "Arigós" (nordestinos que
chegavam em Porto Velho).
A
Casa do Bispo
Banda da Guarda Territorial - A Furiosa |
Atrás
do Palácio Presidente Vargas na Presidente Dutra com a D. Pedro II,
existe uma casa que segundo o Cap. Esron Menezes, foi construída
pelo comerciante Albino Henrique. "O governo comprou a
casa do Albino Henrique e transformou-a em residência do Secretário
Geral do Governo (uma espécie de vice-governador)". Lá
morou o doutor Hosana Bularmarques, doutor Pamplona e o Moacir de
Miranda o mais conhecido entre os Secretários.
Por
que dizem que ali era a casa do Bispo?
Porque
ali foi realmente o Bispado, o governo deu a casa para o Bispo e
depois tomou. Naquele tempo, não lembro se foi o governador Araújo
Lima ou se foi outro, quem deu a casa para o Bispo Dom João Batista
Costa morar e usar como bispado, depois, já no tempo da revolução
de 1964, veio o coronel Cunha Menezes e tomou a casa do Bispo".
A Catedral Metropolitana
A
primeira catedral de Porto Velho foi construída onde é o palácio
do governo. Acontece, conta Esron, que quando a construção já
estava bem avançada, inclusive com a "nave" praticamente
toda pronta, deu um temporal e derrubou tudo. Daí resolveram
construir a catedral no local onde ela está hoje, ou seja, em frente
à sede da Prefeitura Municipal.
As
retretas da Praça Rondon
Quando
eu completei quatro anos de idade, minha mãe veio morar em Porto
Velho logo após o sepultamento do meu pai em Guajará Mirim. Lembro
que para nos sustentar ela resolveu colocar "banca" na
feira livre, onde vendia comida aos beradeiros.
A
feira, quando aqui chegamos, funcionava em frente ao Mercado
Municipal justamente onde hoje é a praça Getúlio Vargas em frente
ao palácio.
Em
1952 a feira foi transferida para a então Rua do Coqueiro (hoje
Euclides da Cunha), entre a sede do Clube Internacional (hoje
Ferroviário) e a Usina de Energia Elétrica do Salft (sede da Ceron
hoje), onde ficou até 1.958, quando o governador Ênio dos Santos
Pinheiro Inaugurou o barracão da Feira Modelo que hoje é conhecido
como Mercado Central entre a Euclides da Cunha e a Farquar.
Deu
pra notar, que minha infância e adolescência foi vivida entre a
Beira do Madeira e a José de Alencar. Por muito tempo moramos na Rua
Farquar justamente em frente a Feira Modelo. Dali, vi o fogo destruir
a padaria do Raposo (onde é a Guitar Music), a destruição também
pelo fogo, dos Quiosques que existiam ao lado da Estação e da
Cooperativa da Estrada de Ferro.
Os
desfiles carnavalescos aconteciam na Presidente Dutra entre a D.
Pedro II e a Sete de Setembro, bom! O que quero dizer, é que um dos
pontos mais frequentados por nós e a população de Porto Velho aos
domingos, era a Praça Rondon. Na Rondon enquanto esperávamos o
início da primeira sessão do Cine Reski ficávamos paquerando as
meninas e curtindo a Retreta que era realizada pela "Furiosa"
a nossa Banda de Música da Guarda Territorial.
Todos
os domingos, a Banda estava lá. Quem não gostava de ficar rodando
na praça, ficava nas mesas do Restaurante e Bar Plaza que era bem ao
lado da praça (antes, a pista da esquerda da rua Presidente Dutra
separava a praça, do prédio aonde foi a loja Baú). O burburinho de
gente aumentava na Rondon, tão logo terminava a matinê do cine
Reski e do cine Brasil por volta das 18 horas e só terminava, quando
começava a segunda sessão do cine Reski por volta das 21 horas.
O
refrigerante da moda era o Grapete, a Coca Cola ainda não havia
chegado a Porto Velho e após a matinê, a gente ia tomar sorvete na
sorveteria Elite que ficava na Rua José de Alencar com a Sete de
Setembro, em frente à loja dos Reski. “Quem bebe Grapete,
repete” dizia o reclame. Seguindo pela Sete,
onde hoje é o Banco Santander era o cine Avenida, mais conhecido
como Cine Lacerda porque era da família Lacerda.
Cine Teatro Rescki |
Tinha
uma turma que preferia ficar no Clipper do João Barril que ficava no
meio da Avenida Sete com a presidente Dutra, os mais conservadores
preferiam o Café Central.
Quando
o Café Santos passou a funcionar, no prédio construído pelo
Joaquim Pereira da Rocha na esquina da Prudente de Moraes com a Sete
de Setembro, abalou um pouco o movimento da praça Rondon. Aliás, em
frente ao Café Santos ficava a Pernambucana que depois foi para onde
hoje é uma loja da Romera.
Na
praça Jonathas Pedrosa, que era cortada ao meio pela Rua José
Bonifácio, existia o Posto São Luiz e foi lá, o primeiro terminal
de transporte coletivo em Porto Velho cujos carros eram Kombi. A Sete
de Setembro da praça Jonathas Pedrosa até a Gonçalves Dias não
existia, era um buraco só. É por isso que existe a Rua Barão do
Rio Branco (era o desvio da Sete).
A
Porto Velho da minha infância e adolescência não passava da
Joaquim Nabuco, mas era muito gostosa de viver
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