As 1.467 obras de literatura inscritas na edição
deste ano do Oceanos – Prêmio de
Literatura em Língua Portuguesa concorrem nas categorias romance, conto, crônica, poesia e
dramaturgia com primeira edição em 2018 e publicadas em todo o mundo, desde que
originalmente escritas e editadas em português. Os livros participantes foram inscritos por 314
diferentes editoras. Neste ano, as publicações independentes, com edição do
próprio autor, somam 49 livros e representam 3,3% do total das inscrições.
Concorrem ao prêmio autores de 11 diferentes
origens. Entre os países de língua portuguesa, do continente africano são
quatro angolanos, publicados em Portugal; dois cabo-verdianos, um publicado em
Cabo Verde e um em Portugal; nove moçambicanos, sete publicados em Moçambique e
dois em Portugal, e um autor de São Tomé e Príncipe, publicado em Portugal. De
Portugal, foram inscritos 145 autores. Do Brasil, os inscritos são 1.300.
Há ainda
livros publicados em cinco países cujo idioma oficial não é o português: duas
obras da Alemanha, quatro dos Estados Unidos, dois da Irlanda, outro dois das
Ilhas Maurícias, no Oceano Indico, e um da Holanda.
Entre as
categorias avaliadas pelo Oceanos, a
poesia – com 690 livros – corresponde a 47% das inscrições. Os romances somam 446 obras e
representam 30,4% do total;
os livros de contos – 225 inscrições – perfazem 15,3%, seguidos por 82 volumes
de crônicas (5,6%) e 24 obras de dramaturgia (1,6%).
Apenas dois
livros inscritos em 2019 tiveram edições em mais de um país: O pai da menina
morta, do brasileiro Tiago Ferro, publicado no Brasil pela Editora Todavia
e em Portugal pela Tinta-da-China, e A mulher sobressalente, do
moçambicano Dany Wambire, pela editora moçambicana Fundza e pela brasileira
Malê. Na edição anterior, o número de livros editados em mais de um país foi
também pequeno: apenas três.
Agente de transformação
A manutenção
deste dado continua demonstrando a necessidade de se criarem instrumentos de difusão das literaturas em
língua portuguesa para buscar conhecimento recíproco entre as comunidades que
se expressam no idioma. Por outro lado, Oceanos
aparece como agente importante de transformação deste cenário, uma vez que
livros vencedores do prêmio têm sido publicados em novos territórios de língua
portuguesa.
É o caso de Karen, romance de Ana Teresa Pereira publicado em
Portugal e que, após vencer o Oceanos
2017, ganhou edição no Brasil. Outro exemplo é o livro de poemas vencedor
da edição de 2018, Câmera Lenta, de Marília Garcia, que foi editado
primeiramente no Brasil e ganhou, neste ano, edição portuguesa. O romance Hoje
Estarás Comigo no Paraíso, do português Bruno Vieira Amaral, também
vencedor do Oceanos 2018, será
editado neste ano no Brasil. Além dos exemplos mencionados, há diversos livros,
entre vencedores e finalistas de edições anteriores, que ganharam edição em outro
país de língua portuguesa após o prêmio.
Em 2019, o
corpo de 72 jurados – escritores, poetas, professores universitários,
jornalistas da cultura e críticos literários – busca tornar-se ainda mais
plural, com ampliação do número de países representados, para atender à
diversidade das obras inscritas. Na primeira etapa, compõem o júri um membro de
Angola; 51 do Brasil; um de Cabo Verde; dois de Moçambique e 17 de Portugal.
Eles irão escolher 50 obras semifinalistas e elegerão, entre si, os nove integrantes
do Júri Intermediário – que escolherá os 10 finalistas.
Nesta edição, o valor total da premiação foi
aumentado de R$ 230 mil, em 2018, para R$ 250 mil e o Oceanos passa a
contemplar três livros (as edições anteriores premiavam quatro), de modo a valorizar
a singularidade de cada prêmio. O livro vencedor receberá R$ 120 mil; o segundo
colocado, R$ 80 mil e o terceiro, R$ 50 mil, sendo que livros de diferentes
gêneros literários concorrem entre si.
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