Por Oscar
Dias Knightz (*)
Sambista,
Compositor e Carnavalesco
Muito
tem sido dito, comentado e propalado, nas redes sociais e outros meios de
comunicação, como rádio, televisão e imprensa escrita, a respeito da não
liberação de recursos financeiros e estrutura para a realização dos desfiles
das escolas de sambas, por parte dos poderes públicos, estadual e municipal. O
prefeito, de forma cínica e hipócrita apresentou como desculpa esfarrapada que
a não liberação de verba dar-se em função da utilização da mesma em outras
pastas, tais como, educação e saúde, coisa que todos nós sabemos não vai
acontecer, por questões legais, e mesmo que ocorresse o valor, R$ 300.000,00
não daria, de longe sequer para custear a manutenção mensal de uma UPA e
infinitamente resolver os problemas, nestas duas pastas, ocasionadas pela total
incompetência dos gestor do município.
Tenho
lido e ouvido muitas bobagens e comentários, principalmente, de pessoas que não
gostam de carnaval e fanáticos religiosos concordando com atitude perversa e
covarde do “mandatário” municipal, em relação ao nosso carnaval, notadamente
das escolas de samba, ora se você não gosta de carnaval vá pescar, fica em
casa, ou então vá para um retiro espiritual, mas respeite a tradição
secular e cultural do país, a identidade de um povo. A decisão do prefeito, tem
sim no seu bojo a cara da discriminação, do racismo e do preconceito social,
utilizou do jogo sujo tentando colocar os (06) seis blocos de carnaval contra
as escolas de sambas, numa reunião ocorrida no último dia 07/01/2019,
coordenada por um de seus representantes, onde foi deliberada sobre infra
estrutura para os ensaios e desfiles dos blocos de carnaval e foi noticiada, em
seguida, por um jornal eletrônico que os blocos apoiavam a decisão dele quanto
a não liberação da verba, pura mentira, característico e bem parecido com seus
slogan de campanha, “Porto Velho, deixa eu cuidar de você” Quero dizer ao
“prefeito” que carnaval é cultura e cultura faz parte da vida do povo
brasileiro e da cidade de Porto Velho.
Outra
babaquice é quando dizem que o dinheiro é público e não pode ser utilizada para
custear “despesa” de escola de samba. A respeito disso saibam que uma escola de
samba exercem um papel social e econômico, pois não cobram um centavo pelas
fantasias, as mesmas são doadas aos seus brincantes, o desfile, que traz
alegria e entretenimento à tão sofrida população, não é cobrado e é realizado
num único dia e no espaço fechado e reservado, sem ocasionar violência alguma
aos seus expectadores e brincantes, além de contribuir com um incremento na
renda familiar daqueles que trabalham na confecção e elaboração de enredos,
figurinos, alegorias (serralheiros, carpinteiros, pintores, artesões, ritimista (algumas pagam), ambulantes em
geral que ganham muito mais nesse período com a venda de bebidas de todas as
espécies, pipoqueiros, vendedores de comidas, o comércio local, etc. Portanto o
dinheiro investido tem seu retorno garantido localmente.
Como
frisei anteriormente, se o dinheiro é público, ele deve ser investido para o
bem da população, pois ele é o resultado da alta carga de impostos, uma das
maiores do mundo, que o povo brasileiro paga e é brutalmente usurpado na hora
do seu retorno, como benefício em prol da melhoria de sua qualidade de vida. Em
termos de cultura a fomentação, o apoio, a promoção e a difusão é assegurado
pela Constituição Federal, em seus artigos 215 e 216.
O
autor é - Sambista,
Compositor e Carnavalesco
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