Por Sílvio M. Santos
A comemoração dos 80 anos de idade do Bainha, me fez buscar nos
meus arquivos, o livro que está prontinho, esperando apenas patrocínio para sua
impressão e consequente publicação, cujo título é: “Histórias do Carnaval em
Porto Velho”.
Dona Labibe Bartolo brincou carnaval em Corso |
Na realidade, todo conteúdo dessa obra, pode ser lido no blog silviozekatraca.blogspot.com. br.
A intenção é, a partir desta edição do Diário da Amazônia,
publicarmos sempre às quintas-feiras, um capítulo do livro “Histórias do
Carnaval em Porto Velho”
Do Livro
Sem a pretensão de sermos considerado historiador, até porque, o
que passamos a publicar não pode ser considerado como pesquisa científica,
artigo ou outro termo usado para classificar estudos desenvolvidos por
pesquisadores graduados. O que vamos apresentar é nossa vivência no meio
carnavalesco de Porto Velho, como um dos fundadores das Escolas de Samba “Os
Pobres do Caiari”, “Mocidade Independente do KM-1”, da “Banda do Vai Quem
Quer”, “Bloco do Purgatório” e tantos outros de menor influência em nosso carnaval.
Principalmente o carnaval de rua.
Esron Menezes historiador |
Aqui o leitor vai ficar conhecendo como acontecia o carnaval de
Rua em Porto Velho, da década de 1920, até os dias atuais. Passamos também
pelas primeiras composições musicais de compositores radicados em nossa cidade,
precisamente no naipe musical do Samba e Marchinhas tradicionais.
Dos corsos, aos blocos dos clubes sociais, das escolas de samba
aos blocos de trio elétrico da atualidade.
Fatos pitorescos dos bastidores do nosso carnaval e muitas
outras histórias.
Acompanhe o primeiro capítulo do livro de Sílvio M. Santos
“História do Carnaval em Porto Velho”.
DESFILE DOS CORSOS
Foliões fantasiados desfilam pelas ruas em carros de passeio ou caminhões
Os desfiles de blocos e cordões carnavalescos, pelas ruas de Porto
Velho, acontecem desde a década de 1920, segundo dona Labibe Bártolo e o
historiador Capitão Esron Menezes – CEM.
Corso eram foliões brincando dentro dos carros |
Na época do Clube Internacional, da Rua da Palha, do Beco do
Mijo, no tempo que a Mãe de Santo Esperança Rita montou o “Batuque de Santa Bárbara”
no Mocambo! No tempo da Casa Três que ficava justamente onde hoje é a Rua
Rogério Weber entre Os Correios e a Praça dos Engraxates (Combatentes); da Casa
Seis onde hoje está a Capitania dos Portos na Rua Henrique Dias, da Pensão
Guaporé onde hoje é o prédio do Sated em frente ao Ferroviário pela Avenida
Sete de Setembro! No tempo do “Paraíso” que ficava na Avenida Farquar ali onde
hoje é o prédio da Embratel e da Pensão do Napoleão que se fosse hoje, seria
ali no canto da Rogério Weber com a Henrique Dias! No tempo do Hotel Brasil que
ficava no terreno onde hoje funciona o Centro de Formação dos Profissionais em
Educação da Prefeitura Municipal (Teatro Banzeiro). No tempo que o Ypiranga era
num casarão de madeira e sua frente ficava para a Farquar e os fundos, para a
Rua Euclides da Cunha e no mesmo casarão funcionava a Rádio Difusora do
Guaporé.
Bom! O que queremos dizer, é que o carnaval de Rua de Porto
Velho já existia e, como a cidade acabava onde hoje é a Praça Jonathas Pedrosa
(que nasceu Praça Amazonas), os foliões e seus blocos só iam até ali e
voltavam, na maioria das vezes dobravam na José de Alencar rumo a D. Pedro II e
desciam a Presidente Dutra até a Praça Rondon. Segundo Esron Menezes: Em
determinado carnaval, os jovens da sua turma, resolveram criar o "Bloco da
Cobra" (Não é aquele que os foliões se melavam de tinta preta e desfilavam
agarrados num “couro” de cobra) para perturbar os "Categas" que
frequentavam o Clube Internacional cujo prédio de madeira, era onde hoje está o
Ferroviário Atlético Clube. A alegoria foi feita de flande na oficina da EFMM.
"Acontece que não conseguimos entrar no clube e ficamos carregando a
“cobra” pela Sete de Setembro e escolhemos como local de descanso, a frente do
Cine Brasil (hoje Gazin) que já existia" Contou Esron.
Essa é a prova mais contundente, de que os desfiles dos blocos e
cordões em Porto Velho, primeiramente aconteceram na Avenida Sete de Setembro.
Na realidade, até a década de quarenta, o que mais predominava pelas ruas de
Porto Velho durante os três dias de carnaval, eram os desfiles dos chamados
Corsos, que consistia em foliões fantasiados em carros de passeios e até
caminhões que ficavam desfilando para o público que se colocava ao longo da
avenida, onde os Corsos desfilavam.
Isso durou até os blocos dos clubes sociais tomarem conta da
avenida... (continua 5ª feira).
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