Obra premiada no SART 2018 |
O artista multimídia Marlos Pinheiro amigo de longas datas me convidou para ir até a Casa da Cultura Ivan Marrocos onde ele presta serviço, que gostaria de me apresentar uma pessoa. “Que com certeza você vai querer entrevistá-lo”. O Augusto também funcionário da Ivan Marrocos já havia me ligado falando da mesma pessoa. Sexta feira pela manhã resolvi visitá-los e realmente fui surpreendido com as peças em arenito que estão expostas na Galeria Afonso Ligório. De repente chega um cidadão que o Marlos apresenta como sendo o autor daquelas maravilhas em arenito. “Paulo Pires”. “Morei em Rondônia na região de Rolim de Moura de 08 a 17 anos foram nove anos e ainda criança comecei a esculpir em madeira”.
Paulo uma pessoa simples que se transforma em “celebridade” quando o assunto é escultura em pedra e principalmente se Arenito. “A pedra me conquistou desde quando resolvi fazer alguma coisa diferente isso numa cachoeira perto de Cuiabá”.
Apesar
da exposição “Pensamentos de Pedra” estar programada para ser aberta
oficialmente na próxima sexta feira dia 27, as pessoas já podem apreciar as
peças do Paulo Pires no horário comercial na Casa da Cultura Ivan Marrocos -
Galeria Afonso Ligório.
ENTREVISTA
Zk – Vamos falar sobre sua
origem?
Paulo Pires – Sou filho de
Poxoréu (MT) e atualmente moro em Cuiabá. Há 34 anos trabalho com arte. Meu
nome é Paulo Pires de Oliveira. Ao longo desses 34 anos trabalhando com arte,
fui premiado 10 vezes.
Zk – Como é viver das artes
plásticas?
Paulo Pires – Não é tão
fácil assim não, tanto que durante 34 anos só consegui 10 premiações em salões
de artes, mesmo assim, não penso em desistir, hoje estou com 43 anos de idade.
Comecei aos 9 anos e desde lá não mais parei.
Zk – É a primeira vez que
você vem a Rondônia?
Paulo Pires – Já morei aqui.
Foram 14 anos morando na região de Rolim de Moura onde tive meu primeiro
contato com a arte. Naquele tempo comecei como Menor Aprendiz meus pais eram
rígidos no assunto trabalho e me colocaram como aprendiz numa marcenaria e eu
já com o tino de artista, pegava aqueles pedaços de madeira e levava pra casa e
foi dai que comecei a esculpir minhas primeiras peças que foram Bonequinhos. Eu
criava meus brinquedos. Meus bonequinhos era lutadores, eu os imaginava numa
academia de luta e ia criando eles lutando Karatê. Morei na região de Rolim dos
08 aos 17 anos de idade. Em 1990 voltei para Mato Grosso e passei dois anos
morando em Cáceres até que voltei a trabalhar com arte.
Zk – Produzindo o que?
Paulo Pires – Cárceres é
região de pantanal e tem muitos animais, inclusive muito pássaros então comecei
a desenvolver minhas esculturas fazendo araras, onças, tatus, tuiuiús,
tamanduás e o povo comprava. Esse estilo era considerado como Artesanato, porém
nunca abandonei a escultura, inclusive as próprias peças consideradas
artesanatos eram esculpidas. Eu fazia peças reproduzindo pássaros e animais da
região em tamanho grande e o povo gostava e comprava já era uma peça mais
elaborada.
Zk – Nessa exposição que
você está montando aqui na Galeria Afonso Ligório as peças foram trabalhadas de
que maneira?
Paulo Pires – São todas de
Pedra Arenito. Eu considero uma necessidade ter chegado à Pedra. Acontece que
em Mato Grosso muitos escultores trabalham com madeira e eu estava me achando
muito repetitivo e falei pra mim mesmo: tenho que sair disso, preciso criar
outras coisas. Como gosto muito de escrever fui dar umas andadas no mato e
nessas andadas encontrei uma bela cachoeira que fica perto de Cuiabá no
Distrito de Nossa Senhora Guia e então resolvi que ali seria um ótimo reduto
para minhas escritas e lá tem muita pedra e comecei a ter contato com lindas
pedras e comecei a esculpir, fiquei um ano esculpindo. Um ano depois que havia
descoberta a Pedra de Arenito fui premiado no XX Salão Jovem Arte Mato-grossense
era o ano de 2000. De pra cá não mais parei de trabalhar com Arenito. Graças a
Deus acho que vai demorar sair, porque cada dia é uma descoberta nova.
Zk – Tem arenito de todo
tamanho?
Paulo Pires – São vários
tamanhos 3, 4, 5 metros tenho particularmente no centro de Cuiabá quatro obras
públicas minhas que coloquei no Centro Histórico; tem duas na UFMT e tenho
também obras públicas em Campo Grande capital de Mato Grosso do Sul, que estão
dentro do saguão do Museu do MTS, essas peças fazem parte da exposição “Idade
da Pedra” que tem peças de mais três escultores que trabalham com arenito na
região de Aquidauana. Isso foi em 2007.
Zk – Vamos falar sobre a exposição que está na Casa da
Cultura?
Paulo Pires – O nome da
exposição é “Pensamentos de Pedra”. São 38 peças em vários tamanhos e preços.
Em 2003 fiz a exposição “Desejos da Pedra”, outra foi “Amor de Pedra” e aquela
de Campo Grande que foi uma solicitação minha “Idade da Pedra”. Em 2010 fiz a
“Almas de Pedra” na cidade de Rondonópolis.
Zk – Especificamente as
peças dessa exposição da Casa da Cultura, estão à venda por quanto?
Paulo Pires – Claro, todas
estão à disposição dos colecionadores e apreciadores das artes
plásticas/escultura. Os valores são bem acessíveis. Se o cliente for cuidadoso
uma peça dessa dura a vida toda. Conheço pessoas que compraram no início de
2000 e até hoje ornamento seus escritórios e galerias. Tem um desembargador de
Campo Grande que sempre me liga querendo mais obras. O engraçado é que ele
gosta mais de peças em miniatura o que não é fácil de esculpir.
Zk – Apesar das peças já
estarem na Galeria Afonso Ligório e até podem ser admiradas pelas pessoas, a
exposição ainda não foi aberta oficialmente. Quando vai acontecer essa
abertura?
Paulo Pires – A Margot Paiva
que é a diretora da Ivan Marrocos achou melhor abrir agora. Acontece que essa
exposição estava agendada pra acontecer em março, mas, como a agenda da Galeria
está cheia ela sugeriu que eu abrisse logo. A abertura oficial será sexta feira
dia 27. Mais as peças já podem ser admiradas e até adquiridas, passo o dia na
Casa da Cultura recebendo os visitantes. Venham conhecer a exposição
“Pensamentos de Pedra”.
Zk – Inclusive você é uma
dos artistas que teve obra premiada no Salão de Arte de Rondônia este ano. A
peça premiada faz parte dessa exposição?
Paulo Pires - Ela é
justamente quem empresta o nome a essa exposição “Pensamento de Pedra” está em
um lugar de destaque na Galeria Afonso Ligório afinal de contas ela me deu o
prêmio do Salão de Artes de Rondônia - SART
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