OLHO
‘Minha
família chegou a Campo Mourão em 1903 e todo mundo é muito honrado, pessoas
humildes, pouca escolaridade, mais extremamente respeitado. Os Irmãos Pereira
estão imortalizados. Quando vou à cidade, hoje Luisiana, onde nasci à rua
principal, chama-se Eugênio Alves da Rocha que é o pai da minha mãe’
ENTREVISTA
ULTIMO
CAPÍTULO
Zk –
Nos últimos dias a mídia vem dando destaque a uma declaração de um senador de
que, o ex-governador Confúcio Moura deixou o estado endividado. Tem fundamento?
Daniel
Pereira – De forma alguma! Na verdade, é uma fala do senador Cassol, uma fala
política.
Zk – E
o que realmente está acontecendo?
Daniel
Pereira – O estado tem três grandes problemas: A dívida do BERON que não foi o
Confúcio que fez; tem a situação da CAERD que não foi o Confúcio que fez e tem
aquele problema dos 700 policiais militares que foram pra folha da União e
voltaram. Eu pessoalmente fui ao Ministro do STF acompanhado com o senador
Raupp, deputada Marinha e deputado Garçom, presidente Maurão da Assembléia,
deputado Jesuino e deputado Só na Benção e o pessoal da Associação, acho que
conseguimos resolver. CAERD - O problema dela é que não se modernizou não se
atualizou como empresa e aí todos os governadores que passaram, também não
deram muita contribuição pra melhorar. BERON - É uma irresponsabilidade jogar
isso nas costas do governador Confúcio Moura. Proporcionalmente a mesma
responsabilidade que o Confúcio tem com relação à dívida do BERON o governador
Cassol também teve. O que aconteceu foi o seguinte: O estado de Rondônia
conseguiu suspender o pagamento da dívida. Isso foi um trabalho do Confúcio.
Nós não estamos pagando porque temos inclusive, um documento de um perito da
Justiça Federal que entende que a dívida do BERON é indevida do montante que
está sendo cobrada. Isso fez com que o Judiciário tenha suspendido o pagamento.
Zk –
Isso quer dizer o que?
Daniel
Pereira – O governo federal fez um alongamento das dívidas de todos os estados.
Nós pegamos e fizemos esse alongamento também porque isso é benéfico pra
população. Estamos trabalhando é pra zerar a dívida do BERON. O que o senador
tá fazendo, é transformando Brasília num palanque eleitoral. Ele deveria ter
explicado pra Rondônia o que foi feito nesses sete anos de mandato. Um senador
custa mais ou menos UM MILHÃO de Reais por mês, isso é uma fortuna gasta por
uma pessoa que tem mandato público. O que, que o mandato dele produziu?
Zk – O
senhor fala, que para os seus pais, a sua missão já foi cumprida ao assumir o
governo do estado. O que o senhor quer dizer com isso?
Daniel
Pereira – Jamais os meus pais colocaram como meta, que a missão seria ser
governador. A única coisa que meu pai queria em 1973 quando levou a gente pra
Terra Boa no Paraná, era que tivéssemos acesso a uma escola. Agora, uma coisa é
importante falar pra população, ele queria que a gente tivesse uma escola
formal.
Zk –
Quanto a nossa pergunta?
Daniel
Pereira – O que tenho dito, é que minha mãe, no dia que tomei posse como
vereador, me fez um pedido expresso, não era da natureza dela isso, foi muito
interessante: Se eu não conseguisse fazer nada com o mandato, não tinha
problema. O que ela me pediu, foi que eu não manchasse o nome da nossa família
que é o Pereira que vem do meu avô paterno e o Rocha que é do meu avô materno.
Quando ela me falou isso em 1989, não entendi muito bem, eu tinha vindo do Paraná
e não tinha voltado mais. Em 2006 já deputado estadual, voltei ao Paraná e em
Campo Mourão que é a cidade que meu pai e minha mãe nasceram. À avenida
principal é chamada Avenida Irmãos Pereira. Minha família chegou a Campo Mourão
em 1903 e todo mundo é muito honrado, pessoas humildes, pouca escolaridade,
mais extremamente respeitado. Os Irmãos Pereira estão imortalizados. Quando vou
à cidade, hoje Luisiana, onde nasci, à rua principal, chama-se Eugênio Alves da
Rocha que é o pai da minha mãe. Não sei se minha mãe quis dizer isso, mas, em
2006 quando fui lá compreendi: Ela quer dizer que, os meus familiares que não
tiveram mandatos políticos, que não tiveram grande formação escolar, deixaram o
nome deles na história por onde passaram. O mínimo que posso fazer é respeitar
esse legado à medida que vai passando, agora com o cargo de governador, passo a
ter outra expectativa. Campo Mourão tem pelo menos uns cinco livros que conta a
história da minha família. Minha avó saiu aos 17 anos de São Paulo grávida, fez
30 dias de viagem a cavalo com a minha tia na barriga, está enterrada em
Colorado do Oeste (emocionado). Tenho três filhos a Shirley, a Carla e o Alexandre
o que to tentando fazer, é não permitir de forma alguma, algum tipo de nódoa na
história dos meus familiares. Quando viemos pra Rondônia à única coisa que
queríamos era um pedaço de terra pra poder plantar, colher e sobreviver só
isso. O resto foi dado pro acréscimo.
Zk –
Isso quer dizer que a reeleição não está descartada?
Daniel
Pereira – Na verdade, minha vida política é o fruto do acaso, Eu não era nem
filiado a partido político em 1987, fui abrir a escola num domingo para
discutir a escolha de um candidato a vereador e eu que nunca pensei em ser
candidato, fui o escolhido. Em 1994, já tinha cumprido o mandato de vereador, o
partido que eu militava na época o PT fez um trabalho de articulação na região
Sul do Estado Vilhena, Colorado, Cerejeira, Corumbiara e Cabixi e eu fui
escolhido pra ser candidato a deputado estadual num processo de prévia. Minha
eleição de 94 não custou 10 Mil reais. Em 2013, no primeiro dia de mandato do
Dr. Mauro, no dia que ele tomou posse me ligou me convidando pra ser o
candidato dele a deputado federal. Eu não queria ser candidato, depois
discutimos a possibilidade de ser. Fui escolhido em convenção em 2014, oito
dias depois das convenções, troca o vice do Confúcio e eu viro candidato a vice-governador
e hoje estou aqui como governador, ou seja, o processo que participo dele nunca
foi nada planejado.
Zk – E
a reeleição?
Daniel
Pereira – Isso passa por uma série de fatores. O primeiro deles: tenho um
compromisso político com o senador Acir Gurgacz. O senador Acir é o meu
candidato se ele não sair, estarei livre pra ser candidato a governador. Acho
que uma candidatura a governador não pode ser fruto da vaidade pessoal. Tem que
ter um projeto coletivo, existe uma série de fatores que tem que acontecer
positivamente. Diante disso, tenho que trabalhar 120 dias e fazer uma avaliação
e esperar a conjuntura política decidir. O tempo vai dizer o que vai acontecer
pela frente.
Zk –
Agora vamos pra nossa área. Cultura?
Daniel
Pereira – A Sejucel ficou do mesmo tamanho, o professor Rodnei Paes continua
como titular. Existe algumas ações sendo feitas, acho que ainda são tímidas,
mais têm que melhorar.
Zk –
Turismo?
Daniel
Pereira – A área que mexemos de forma mais profunda foi a do Turismo. O
governador Confúcio fez um trabalho fantástico com relação ao Espaço
Alternativo é um local que a população está utilizando muito bem. A Estrada de
Ferro Madeira Mamoré está sendo subutilizada.
Zk –
Qual seu projeto em relação da Madeira Mamoré?
Daniel
Pereira - Não sou irresponsável de falar num grande projeto para isso. Vou ver
a possibilidade de fazer um trabalho que eu sei fazer, trabalho de roça,
trabalho de limpar às margens dos trilhos para que a população possa fazer uma
caminhada saindo da Estação da Estrada de Ferro até Santo Antônio onde está o
Memorial Rondon. Porto Velho precisa conhecer aquele Memorial. Eu vice-governador
até poucos dias não conhecia.
Zk –
Memorial Jorge Teixeira?
Daniel
Pereira - Estamos também numa parceria com o exército... O Estado vai comprar o
material e o exército vai doar a mão de obra, juntos vamos recuperar o Memorial
Jorge Teixeira. Não podemos deixar a casa onde o Teixeira morou e o que ele
significa pra Rondônia caindo os pedaços, vamos dar uma arrumada naquilo ali.
Zk –
Vila Candelária?
Daniel
Pereira - Se depender da minha vontade, a gente pega aquela Vila Candelária que
é algo da nossa história e dar uma melhorada. Aquilo ali além de ser um local
histórico, é um local de gastronomia, mas, dependendo do carro e a época que
você for lá corre o risco da metade do seu carro ficar dentro de um buraco.
Zk –
Para encerrar?
Daniel
Pereira - Minha grande missão não é fazer grandes obras, nossa missão é motivar
o nosso pessoal. Vou ter que fazer ajuste. O estado de Rondônia ano passado
teve um déficit de solidariedade. O orçamento da saúde é 12 por cento, mas, foi
gasto 15. Vou ter que cortar por dentro porque tenho que fazer a prestação de
contas e ela têm que estar zerada no final do ano porque se não, mesmo que eu
não cometa nenhum desatino, vou responder por improbidade administrativa. No
CPA tem mais ou menos 6 Mil servidores, vamos botar cada bloco de Mil dentro de
um espaço tipo Teatro e vamos fazer um trabalho o dia inteiro de motivação.
Chamar esse pessoal a montar um Projeto Coletivo de melhora da auto estima da
nossa cidade. Se a gente conseguir fazer isso, pra nove meses de trabalho, já é
o suficiente. Obrigado!