“Existe índio gay?” - a
colonização das sexualidades indígenas no Brasil” é o
título da mais recente obra publicada por um pesquisador da Fundação
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) sobre o tema da "colonização das
sexualidades indígenas". O autor do livro, Estevão R. Fernandes, é
professor do Curso de Ciências Sociais do campus de Porto Velho.
O
lançamento oficial do livro está previsto para outubro, com data a ser
divulgada posteriormente, mas os interessados já podem acessá-lo no endereço
eletrônico da Editora Prismas, neste link.
A
publicação, inscrita no ISBN sob o número 978-85-5507-889-7, é a primeira sobre
o tema sexualidades indígenas escrita em língua portuguesa, segundo informações
do autor. Possui cerca de 250 páginas e não se direciona somente ao público
acadêmico e especialista, mas também aos interessados em questões referentes à
história do Brasil, colonialismo, gênero e antropologia, por exemplo. A obra
compõe parte da Coleção "História das sexualidades brasileiras", da
Editora Prismas.
Resumo da obra - Este livro é uma tentativa de
entender o percurso por trás da pergunta “Existe índio gay?”, tantas vezes
ouvida durante a ampla pesquisa feita pelo autor, focando na colonização das
sexualidades indígenas na história brasileira. O livro, voltado também para não
especialistas, busca fazer com que pessoas interessadas no tema possam pensar questões
relacionadas às origens da homofobia e do racismo no Brasil. Uma das coisas
demonstradas aqui é como os vários povos indígenas no país aceitavam, sem
maiores problemas, um conjunto de práticas às quais o colonizador viria a se
opor por não se enquadrarem em seus modelos de sexualidade, moral,
religiosidade ou ciência. Em resumo: a homofobia chegou nas caravelas, e por
aqui ficou. Assim, a colonização impôs a esses povos um sistema moral no qual a
sociedade colonizadora se baseava - e ainda se baseia. Nesse sentido, a
sexualidade possui um papel fundamental para a compreensão desses mecanismos de
dominação sobre a vida cotidiana, do imaginário e da memória. Dito isso, fica
claro que este livro não é apenas sobre homossexualidade indígena, mas sobre o que
podemos aprender com o percurso que levou à heterossexualização forçada desses
povos.
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