Teixeirão, Presidente Figueiredo e Mário Andreazza |
Apesar de ser considerado como dos melhores
administradores que já apareceram na Amazônia, o Coronel Jorge Teixeira de
Oliveira – Teixeirão, também teve seus dias de infortúnio.
Basta lembrar que mesmo tendo sido o principal
articulador da transformação do Território Federal de Rondônia em Estado e dos
grandes feitos em prol do desenvolvimento do hoje pujante estado de Rondônia.
No dia de sua despedida do cargo de governador de nosso estado, em solenidade
que reuniu milhares de pessoas em frente ao Palácio Presidente Vargas em Porto
Velho, a então deputada Raquel Cândido convocou uma “gang” e se postou bem a
frente do Palácio de modo que poderia ser vista do hall onde Teixeirão estava
discursando e liderou uma das maiores vaias a uma autoridade local já ouvida na
capital de Rondônia.
Amazônia quase foi dividida |
Apesar de ficar bastante chateado com a atitude
daqueles que acompanharam a irresponsável deputada, Teixeirão não se deixou
abalar, até porque, não era a primeira vez que passava por constrangimento de
tal natureza.
Uma das mais marcantes desfeitas sofrida pelo Cel.
Teixeirão, você vai conhecer, ao ler o depoimento do fotografo Rosinaldo
Machado. Acompanhe:
Teixeirão persona non grata no Amazonas
Em meados de janeiro de 1983, o governador Jorge
Teixeira, juntamente com vários ministros foram convocados pelo presidente
Figueiredo para uma reunião no Palácio da Alvorada; pauta da reunião um tema
polêmico: Divisão Geográfica da Amazônia, para melhorar e modernizar o
desenvolvimento da região.
Entre as várias sugestões apresentadas a do
Teixeirão foi a mais polêmica. Devido ao seu grande conhecimento da Amazônia,
ele sugeriu que o Amazonas fosse dividido ao meio, sendo que ficaria assim; o
Amazonas continuaria com a sua capital em Manaus e o Amazonas do Norte que
teria a sua capital em Maués, ou outro município estrategicamente localizado.
Na sua opinião seria a mais sensata e realista das soluções. Em sua
justificativa ele disse: - O estado do Amazonas, devido ao seu descomunal
tamanho, fica praticamente impossível de governá-lo de Manaus, e transformado em dois
Estados, permitiria um desenvolvimento melhor e com investimentos substanciais
em saúde, educação e industrial.
Tomando a palavra o ministro do Interior Mario
Andreazza, disse que também fossem criados mais dois Estados, em Goiás e no
Pará. Na opinião de Andreazza, seria o grande marco e enorme arrancada para o
slogan do Governo Federal: Integrar Para Não Entregar.
Quando a pauta da reunião foi divulgada com grandes
manchetes pela imprensa nacional, teve repercussão imediata em todo o País
especialmente na região Norte, em particular no Amazonas.
Usando da tribuna na Câmara Federal, o deputado
pelo PMDB José Mario Frota, se mostrou bastante indignado com a “indecente e
indecorosa” proposta feita pelo Teixeirão e dizendo ser porta-voz do povo
amazonense, declarou o governador de Rondônia Jorge Teixeira de Oliveira, ‘’Persona non Grata”, no Amazonas.
Também em Manaus o grande líder de oposição, também
do PMDB, Fábio Lucena, na época vereador e de grande e excelente oratória -
dizem que tinha tomado uns tragos – usando a tribuna da Câmara dos Vereadores
de Manaus, desancou o Teixeirão, chamou-o de ingrato, traidor e outros
adjetivos mais inapropriados. Foi aplaudido de pé, pela grande plateia que
estava em plenário.
Em resposta aos inflamados pronunciamentos,
Teixeirão, que estava no interior, mais precisamente em Ji-Paraná, fez um
pronunciamento muito irritado. Ele disse: “Estes políticos de M....., querem
é fazer média com o povo. Isto seria uma experiência altamente positiva” e disse que já havia um estudo
elaborado pelo Ministério do Interior, mostrando que traria um grande
desenvolvimento tanto social quanto econômico e político para a Região. Seria melhor
administrado, já que devido a enormes distâncias, governadores e políticos só
iam a longínquas regiões do Estado, quando estavam em campanha e depois
desapareciam.
O Amazonas não foi cortado ao meio e as coisas
continuam como dantes, Governadores e políticos só vão a determinadas áreas do
Amazonas, quando acontece grandes desastres, para aparecerem na Mídia, ou em
campanha.
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