terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Lenha na Fogueira - 18.01.17


La vem mais uma cheia do Rio Madeira causando transtorno para os ribeirinhos. Na realidade quem causa transtorno mesmo é a Defesa Civil e a imprensa que após a grande cheia de 2014, passou a se apavorar com qualquer subida do rio, por menor que seja.
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Para quem conhece o Rio Madeira sabe que suas enchentes já provocaram a criação de vários bairros em Porto Velho. Pedacinho de Chão, Vila Tupi e o Condomínio que fica no inicio da estrada de Santo Antônio entre outros.
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Os moradores do Bairro Pedacinho de Chão e Vila Tupi moravam na Baixa da União e ainda tem o bairro da Liberdade, que apesar de não ter sido criado em virtude da cheia do Rio Madeira tem a ver com a abertura pelo 5 BEC, da rua Norte Sul hoje Rogério Weber.
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Para abrir a Norte Sul, o BEC derrubou o Alto do Bode e o Morro do Querosene além das casas da Baixa da União.  Naquele tempo não se falava em Cai N’água.
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Aliás, o termo Cai N’água ficou conhecido em Porto Velho graças ao Clube Imperial que era do seu “Alumínio” Geraldo Siqueira, que ficava justamente na esquina da rua Almirante Barroso com a Presidente Dutra (naquele tempo essas ruas não eram abertas era só o caminho). 
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O Imperial era num barracão de Pinho de Riga construído no estilo palafitas, justamente porque no tempo das chuvas de inverno, as águas do Rio Madeira e do Igarapé Santa Bárbara alagavam aquela área. Quando acontecia uma briga entre os frequentadores do Imperial, geralmente alguém era jogado pela janela do clube e caía dentro d’água. Daí o termo “Cai N’água”.
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Estou me referindo às décadas de 1950/60. Quer dizer, as alagações naquela área acontecem há muito tempo. O Triângulo nunca alagou, assim como até hoje não alaga. O que está acontecendo com o Triângulo é o desbarrancamento provocado pelo Banzeiro da Usina Hidrelétrica.
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Ali onde hoje está o galpão da Feira do Produtor, o Camelódromo e o Posto São Paulo, era justamente a área da famosa Baixa da União e sempre  alagou, não em grandes proporções como foi à enchente de 2014 e toda vez que alagava, o governo tirava os moradores e criava um novo bairro .
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Acontece que quando a água baixava eles voltavam para a antiga morada e assim foi até que o BEC demoliu todas as casas da Baixa e do Alto do Bode e parte do Morro do Querosene. Mesmo assim, aqueles que continuaram no canal do chamado igarapé do “Burrinho” ou Santa Bárbara continuam utilizando o mesmo expediente, ou seja, ganham casa do governo em outro local e depois voltam.
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E a novela agora com o aval da Defesa Civil que na realidade faz um ótimo trabalho, vai continuar até que o trem volte aos trilhos.
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Quanto ao bairro do Triângulo o problema não é da enchente do Rio Madeira e nem dos igarapés que deságuam no Rio. O caso ali é o Banzeiro provocado pela Usina Hidrelétrica e como ninguém nunca fala sobre isso quando um desmoronamento acontece, o pepino fica pra Defesa Civil resolver.
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Será que aquele desbarrancamento que levou um bocado de carreta para o fundo do rio foi em  virtude de enchente? Ou foi provocado pelo Banzeiro.
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A empresa foi acusada de estar se utilizando de um porto clandestino e pronto.  O Triângulo todo está indo barranco abaixo e a culpa, tenho certeza, não é da enchente do Rio Madeira.
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Se querem colocar o trem pra correr de novo, é preciso primeiro conseguir conter a força do Banzeiro provocado pela hidrelétrica.  Enquanto não construírem a barreira de contenção não adianta se pensar em colocar novamente o trem da Madeira Mamoré correndo de Porto Velho a Santo Antônio.
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Você precisa ver, para saber como era, que andava o Trem da Madeira Mamoré!

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