La vem mais uma cheia do Rio
Madeira causando transtorno para os ribeirinhos. Na realidade quem causa
transtorno mesmo é a Defesa Civil e a imprensa que após a grande cheia de 2014,
passou a se apavorar com qualquer subida do rio, por menor que seja.
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Para quem conhece o Rio
Madeira sabe que suas enchentes já provocaram a criação de vários bairros em
Porto Velho. Pedacinho de Chão, Vila Tupi e o Condomínio que fica no inicio da
estrada de Santo Antônio entre outros.
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Os moradores do Bairro
Pedacinho de Chão e Vila Tupi moravam na Baixa da União e ainda tem o bairro da
Liberdade, que apesar de não ter sido criado em virtude da cheia do Rio Madeira
tem a ver com a abertura pelo 5 BEC, da rua Norte Sul hoje Rogério Weber.
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Para abrir a Norte Sul, o
BEC derrubou o Alto do Bode e o Morro do Querosene além das casas da Baixa da
União. Naquele tempo não se falava em
Cai N’água.
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Aliás, o termo Cai N’água
ficou conhecido em Porto Velho graças ao Clube Imperial que era do seu
“Alumínio” Geraldo Siqueira, que ficava justamente na esquina da rua Almirante
Barroso com a Presidente Dutra (naquele tempo essas ruas não eram abertas era
só o caminho).
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O Imperial era num barracão
de Pinho de Riga construído no estilo palafitas, justamente porque no tempo das
chuvas de inverno, as águas do Rio Madeira e do Igarapé Santa Bárbara alagavam
aquela área. Quando acontecia uma briga entre os frequentadores do Imperial,
geralmente alguém era jogado pela janela do clube e caía dentro d’água. Daí o
termo “Cai N’água”.
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Estou me referindo às
décadas de 1950/60. Quer dizer, as alagações naquela área acontecem há muito
tempo. O Triângulo nunca alagou, assim como até hoje não alaga. O que está
acontecendo com o Triângulo é o desbarrancamento provocado pelo Banzeiro da
Usina Hidrelétrica.
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Ali onde hoje está o galpão
da Feira do Produtor, o Camelódromo e o Posto São Paulo, era justamente a área
da famosa Baixa da União e sempre
alagou, não em grandes proporções como foi à enchente de 2014 e toda vez
que alagava, o governo tirava os moradores e criava um novo bairro .
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Acontece que quando a água
baixava eles voltavam para a antiga morada e assim foi até que o BEC demoliu
todas as casas da Baixa e do Alto do Bode e parte do Morro do Querosene. Mesmo
assim, aqueles que continuaram no canal do chamado igarapé do “Burrinho” ou
Santa Bárbara continuam utilizando o mesmo expediente, ou seja, ganham casa do
governo em outro local e depois voltam.
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E a
novela agora com o aval da Defesa Civil que na realidade faz um ótimo trabalho,
vai continuar até que o trem volte aos trilhos.
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Quanto
ao bairro do Triângulo o problema não é da enchente do Rio Madeira e nem dos
igarapés que deságuam no Rio. O caso ali é o Banzeiro provocado pela Usina
Hidrelétrica e como ninguém nunca fala sobre isso quando um desmoronamento
acontece, o pepino fica pra Defesa Civil resolver.
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Será
que aquele desbarrancamento que levou um bocado de carreta para o fundo do rio
foi em virtude de enchente? Ou foi
provocado pelo Banzeiro.
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A
empresa foi acusada de estar se utilizando de um porto clandestino e
pronto. O Triângulo todo está indo barranco
abaixo e a culpa, tenho certeza, não é da enchente do Rio Madeira.
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Se
querem colocar o trem pra correr de novo, é preciso primeiro conseguir conter a
força do Banzeiro provocado pela hidrelétrica.
Enquanto não construírem a barreira de contenção não adianta se pensar em
colocar novamente o trem da Madeira Mamoré correndo de Porto Velho a Santo
Antônio.
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Você
precisa ver, para saber como era, que andava o Trem da Madeira Mamoré!
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