terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mulheres do Alua estréia no Palco Giratório


Segunda-feira foi noite de estréia no Palco Giratório. O grupo rondoniense “O Imaginário” apresentou para o público, que lotou o Teatro 1 do Sesc Esplanada, seu mais recente trabalho: “Mulheres do Aluá”. Este é um trabalho de pesquisa que teve início há mais de três anos no Centro de arquivos do Tribunal de Justiça. O grupo “O Imaginário” e a historiadora Nilza Menezes iniciaram o trabalho de captação de informações sobre processos de mulheres condenadas entre 1910 e 1930 onde quatro histórias chamaram a atenção por suas peculiaridades. A realidade então se transformou em ficção na dramaturgia de Euler Lopes Teles.
Para o público “Mulheres do Aluá” foi uma viagem histórica narrada através da voz feminina. Agrael de Jesus, Amanara Brandão, Jaqueline Luchesi e Zaine Diniz mostraram como viviam as mulheres que serviram os homens que vieram trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ou na extração da borracha. Trouxeram a cena os abusos, preconceitos e dramas vividos por essas mulheres do século XX, mas que continuam sendo situações vividas pelas mulheres contemporâneas. A atriz Jaqueline Luchesi se sentiu honrada em participar desse projeto. “Foi um privilégio uma honra, contar a história de mulheres que viveram aqui em Porto Velho e eu me identifico muito com a minha personagem, com a Catarina, então eu estou super feliz”. Agrael de Jesus se identificou com o seu personagem. “Primeiro é uma história que remete até a minha raça, a cor negra, o sofrimento dos negros e o sofrimento das mulheres de maneira em geral, seja lá de que raça for”. A atriz Zaine Diniz, que participou da pesquisa e produção conta que apesar da pesquisa ter durado cerca de três anos a montagem do espetáculo foi rápida. “Foram dois meses intensivos na sala de ensaio. Trabalho de corpo, voz, pra mim foi um presente poder contar a história dessas mulheres que estavam aqui na época da Estrada de Ferro, que sofreram essas violências, foram condenadas”, diz. Amanara Brandão que também fez sua estréia junto com o espetáculo diz que foi uma experiência maravilhosa. “Foi prazeroso, ótimo.” O diretor do espetáculo, Chicão Santos, ressalta a seriedade deste trabalho. "É importante abrir esse diálogo dessa mulher que vive numa condição de pedra e essa mulher que se humaniza, essa mulher que fala das suas memórias, que narra os acontecimentos. Então essas mulheres, elas denunciam tudo aquilo que aconteceu com elas nesse período de tempo através de suas memórias".
Chicão Santos ressaltou também a parceria entre o Sesc Rondônia e os grupos de teatro. Fabiano Barros, coordenador de cultura enfatizou o posicionamento da Fecomércio, através de seu presidente Raniery Araújo Coelho em difundir e possibilitar a todos o acesso a cultura, educação e esporte. 

Nenhum comentário: