Associação
Cultural Rio Madeira
A Associação Cultural Rio
Madeira, realiza na próxima terça feira dia 30, nas dependências do antigo
prédio da Câmara de Vereadores da Ladeira Comendador Centeno que está sendo
restaurado pela Câmara Municipal em parceria com a ACRM e o Ministério Público,
intervenção cultural em comemoração ao centenário do município de Porto Velho.
O escritor Antônio Serpa do
Amaral – Basinho e o produtor e agitador cultural Heitor Almeida, estiveram
quinta feira 25, na redação do Diário e em conversa com o Zekatraca falaram
sobre a Associação e a programação que vai acontecer terça feira.
ENTREVISTA
Zk – Vamos fazer um relato
de como realmente vai acontecer essa intervenção?
Basinho - O pátio de obras da sede da
antiga câmara do Território Federal de Rondônia, localizada na Ladeira
Comendador Centeno, no centro histórico da capital, será pacificamente ocupado,
no próximo dia 30 de setembro, às 20h, para a realização do Projeto Intervenção
Cultural, promovido pela Associação Cultural Rio Madeira, Câmara Municipal e
Fundação Cultural e Projeto Seresta Cultural. Com esse evento, os
promotores culturais vão dar início às comemorações dos 100 anos do Município
de Porto Velho, criado em 02 de outubro de 1904, pelo então governador do
Estado do Amazonas, Jônathas de Freitas Pedrosa.
Zk – Qual o objetivo da intervenção
cultural?
Basinho - A Intervenção Cultural tem por objetivo mostrar à comunidade a
obra que está sendo construída graças à parceria entre a Associação Cultural
Rio Madeira/Câmara Municipal de PVH e Ministério Público do Estado, na pessoa
da Promotora de Justiça Aideê Maria Morse, e ao mesmo tempo homenagear a cidade
de Porto Velho pelos seus 100 anos de municipalidade.
Zk – Quem vai participar além dos membros da Associação?
Heitor Almeida - Várias personalidades do mundo musical e da poesia,
como Sílvio Santos, Bubu Johnson, a Banda Seresta Cultural, Norman Johnson, a
cantora Rose, Cordeiro Júnior, Ernesto Melo e a Fina Flor do Samba, Telêmaco,
Tonhão e os poetas Mado e Elizeu Gomes, do Espaço Cultural Arigóca, estarão se
apresentado para o público. Durante as apresentações artísticas, formando
um imenso coral, os participantes cantarão o Hino de Rondônia e o tradicional
“Parabéns pra Você”, com o acompanhamento da Banda Marcial da Polícia Militar.
Zk – É verdade que nesse dia vocês iniciarão campanha solicitando
material para compor o acervo do Museu?
Basinho – Realmente, vamos Iniciar a campanha pela doação de peças para
o acervo memorialístico do Museu da Câmara Vereador Anízio Gorayeb, também
faremos a entrega ao presidente do Parlamento Municipal, Alan Queiroz, de uma
foto ampliada e emoldurada do seu Antônio Serpa do Amaral, que, naquele prédio,
exerceu as funções de prefeito de Porto Velho e presidente da câmara.
Zk – Além das apresentações dos artistas de Porto Velho qual outra
atração fará parte da programação?
Basinho -
Para que o público faça uma reflexão sobre o envolvimento do cantor
Wilson Simonal com a política durante o período ditatorial, o Projeto
Intervenção Cultural vai mostrar o documentário “Simonal – Ninguém Sabe o Duro
Que Eu Dei”, um debate franco sobre a importância musical do artista
para a Música Popular Brasileira e sobre sua inocência ou culpabilidade
enquanto suposto X-9 do Regime Militar. Simonal foi acusado de mandar torturar
o Contador da banda, Raphael Viviani, utilizando agentes do DOI-CODI.
Zk – O
que os senhores sabem sobre a história da Câmara de Vereadores de Porto Velho?
Basinho - No início da década de 70, enquanto o Brasil sagrava-se
tri-campeão do mundo no México e o governo do general Emílio Garrastazu Médici
endurecia o regime, sendo seu período na
presidência conhecido historicamente como os Anos de Chumbo, nascia em Porto
Velho a primeira composição da Câmara Municipal de Vereadores. Para alguns
historiadores, o novo colégio parlamentar já surgia com a marca da resistência
democrática.
Zk – Quais os vereadores eleitos naquele tempo?
Basinho - Numa composição de 09 vereadores, 05 eram da Aliança
Renovadora Nacional - ARENA (situação) e 04 eram do Movimento Democrático
Brasileiro - MDB (oposição). Segundo os organizadores, a Intervenção Cultural é
também uma homenagem aos homens que compuseram o 1º parlamento da
municipalidade do antigo Território Federal de Rondônia. O prédio foi
literalmente abandonado por várias gestões administrativas, começando
possivelmente pela administração José Guedes, e hoje está sendo reconstruído
pela atual presidência da Câmara Municipal e vai aos poucos se transformando no
embrião do futuro Museu de Imagem e Som da capital.
Zk – Já tem nome o Museu?
Basinho - O museu que irá funcionar no prédio da antiga Câmara, hoje em
restauração, com 80% do projeto de reconstrução executado, terá o nome do
falecido vereador Anízio Gorayeb, primeiro presidente do parlamento municipal,
pai do historiador Anízio Gorayeb Filho. A proposição foi feita pelo presidente
da Câmara Municipal, Alan Queiroz, e apoiada pela Associação Cultural Rio
Madeira. A família vai receber as homenagens dos promotores da Intervenção
Cultural. A construtora Milímetro e o projeto BIISC apóiam o evento.
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