terça-feira, 10 de novembro de 2020

Encontro de saberes indígenas e quilombolas é tema da quinta edição de Mekukradjá,

 


Entre os dias 12 e 13 de novembro (quinta e sexta-feira), o Itaú Cultural transmite em seu site (www.itaucultural.org.br) e nas páginas do Facebook e Youtube, os encontros da quinta edição do Mekukradjá – Circuito de Saberes, com encontros dedicados às tradições, à resistência, às renovações e a outros aspectos dos universos indígenas no Brasil contemporâneo. Com curadoria da antropóloga e documentarista Júnia Torres e do educador e escritor Daniel Munduruku, esta edição tem como foco a construção de pontes de saberes entre culturas indígenas e quilombolas. Pela primeira vez totalmente on-line, a programação traz conversas – ou Círculos de Saberes – que abordam questões como cura, educação, meio ambiente, resiliência e as produções audiovisual e literária segundo os olhares e experiências de diferentes comunidades. 

Ao longo de dois dias acontecem seis círculos de conversa, três a cada dia, começando sempre às 10h, 16h e 19h. Cada um dos circuitos tem como título trechos do poema Faz escuro, mas eu canto, de Thiago de Mello. Todos serão transmitidos ao vivo pelo site do Itaú Cultural e nas páginas do Youtube e Facebook da instituição. 

Para encerrar a programação, será exibido vídeo de apresentação musical da cantora Kaê Guajajara e a DJ Bieta gravado especialmente para o evento.

 

Confira abaixo a programação:

 

12 de novembro 

10h às 11h

Círculo de Saberes 1 (ao vivo): Não somos donos da teia da vida, apenas de um de seus fios

Resistência: “Porque a manhã vai chegar”

Em tempos em que a natureza é tantas vezes desprezada, a conversa visa mostrar como as populações tradicionais têm resistido para nos lembrar que o que acontece à terra acontece aos filhos da terra.

Com: Ailton Krenak, escritor, Minas Gerais. Ana Mumbuca, integrante do quilombo Mumbuca Jalapão, em Tocantins, e mestre em desenvolvimento sustentável.

Nêgo Bispo, escritor e integrante do movimento quilombola; integra o quilombo do Saco-Curtume, no Piauí.

Mediação: Anápuàka Tupinambá, fundador e CEO da Rádio Yandê e do Yby Festival

 

16h às 17h

Círculo de Saberes 2 (ao vivo): Imagens que reinventam o mundo

Reinvenção: “Vem ver comigo, companheiro, a cor do mundo mudar”

A palavra que move este encontro é reinvenção. A conversa busca mostrar como os realizadores de projetos audiovisuais de comunidades indígenas e quilombolas estão se organizando para expor ao mundo seu permanente trabalho de atualizar seus saberes ancestrais.

Com: Gilmar Galache, representante da Associação Cultural de Realizadores Indígenas. Riane Nascimento, realizadora audiovisual e fundadora da Eparrêi Filmes e da Rede Quilombola Eparrêi, na Bahia.

Takiwara Pataxó, professora e cineasta Pataxó, da Aldeia Barra Velha, na Bahia

Mediação: Júnia Torres, documentarista e cocuradora do evento. 

19h às 20h - Círculo de Saberes 3 (ao vivo): Cura Conexão: “Somos aqueles por quem esperamos”

A conexão com os sabedores ancestrais é o segredo do equilíbrio que mantém a gente fiel aos princípios do passado, que se manifestam em todos os que vivem o presente como um momento de construir o tempo que ainda está por vir. Todos são a conexão entre o passado e o amanhã. Essa é a cura trazida na memória, para ser partilhada com o mundo de hoje.

Com: João Paulo Tukano, antropólogo, professor e representante do povo Ye'pamahsã – Tukano.

Lucely Pio, raizeira e liderança da Comunidade Quilombola do Cedro de Mineiros, em Goiás

Telma Pacheco, artesã e escritora do povo Tremembé, no Ceará

Mediação: Irineu Nje'a, liderança espiritual Koixomuneti.

13 de novembro

 

10h às 11h - Círculo de Saberes 4 (ao vivo): Educação como prática de liberdade

Utopia: “Vale a pena não dormir para esperar a cor do mundo mudar”.

A educação ancestral é holística. O conhecimento se dá de forma prática, objetiva e libertária. Essa educação é o alimento da utopia porque gera cidadãos críticos e transformadores.

Com: Almir Narayamoga Suruí, líder indígena, Rondônia.

Arlindo Baré, coordenador do Coletivo dos Acadêmicos Indígenas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.

Miriam Aprigio Pereira, professora, articuladora quilombola e mestre em sustentabilidade junto a povos e territórios tradicionais, Minas Gerais.

Mediação: Maria Inês Almeida, professora e editora. 

16h às 17h - Círculo de Saberes 5 (ao vivo): Literatura: “Escrevo para não deixar o céu desabar”

Esperança: “Já é madrugada, vem o sol, quero alegria, que é para esquecer o que eu sofria”

É preciso comunicar ao mundo os saberes que norteiam o modo de ser ancestral. É preciso lembrar às pessoas que a única maneira de manter o céu suspenso é a troca dos conhecimentos que humanizam nossa experiência de viver. A esperança é alimentada por essa troca que fazemos ao escrever as histórias que adiam o fim do mundo. Com:
Irineu Nje'a, liderança espiritual Koixomuneti, São Paulo.

Julia Suzarte, poeta quilombola da comunidade Lagoa Grande, na Bahia.

Ytanajé Cardoso, escritor e professor, Amazonas.

Mediação: Cristino Wapichana, escritor e músico. 

19h às 20h - Círculo de Saberes 6 (ao vivo): “O que acontece à terra acontece aos filhos da terra”.

Resiliência guardiã: “Quem sofre fica acordado defendendo o coração”

Os povos têm sofrido fortes agruras pelo simples fato de desejarem manter um estilo de vida que comporte padrões ancestrais. Apesar de tanto sofrimento, são grupos e comunidades que têm mostrado profunda capacidade de se alimentar das dores vividas. Isso é resiliência, é capacidade de juntar forças para continuar resistindo por seus direitos ancestrais. Este círculo traz as experiências de organizações coletivas indígenas e quilombolas que se posicionam contra os ataques aos seus direitos.

Com:

Kerexu Yxapyry, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Santa Catarina

Sandra Andrade, diretora da Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N’Golo).

Telma Taurepang, coordenadora-geral da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab)

Mediação: Telma Pacheco, artesã e escritora do povo Tremembé, no Ceará

 

20h às 20h15 - Apresentação final (previamente gravada)

Com: Kaê Guajajara e DJ Bieta

 

SERVIÇO

5ª Edição do Mekukradjá – Circuito de Saberes: Construção de Pontes

12 e 13 de novembro (quinta-feira e sexta-feira)

Debates às 10h, 16h e 19h

Classificação indicativa: Livre

No site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

No Facebook do Itaú Cultural www.facebook.com/itaucultural

No Youtube do Itaú Cultural www.youtube.com/itaucultural.

 

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