Por
Silvio M. Santos
Como diz a estrofe do hino de Porto Velho de
autoria do poeta Claudio Batista Feitosa: “Nasceste ao calor das oficinas. Do parque
da Madeira-Mamoré. Pela forja dos bravos pioneiros, Imbuídos de coragem e de
fé...”
Aliás, a letra do nosso hino, é de uma riqueza histórica/cultural
imensurável, Claudio Feitosa estava inspiradíssimo quando a escreveu. Posso afirmar
isso com a maior segurança, pois, a
época, eu era empregado do escritório de representação do seu Claudio Feitosa
que funcionava a rua Barão do Rio Branco. Confesso que tive a ousadia de também
inscrever uma letra e música para concorrer, no concurso realizado pela
prefeitura de Porto Velho que foi coordenado pelo jornalista assessor do prefeito
Sebastião Valladares Ciro Pinheiro e pela
professora Madalena Naymaier.
Acontece, que o irmão de Cláudio o João Feitosa era
oficial da Policia Militar do Ceará e conseguiu desenvolver o arranjo para a
composição de seu irmão, junto aos músicos da Banda de Musica da PM cearense.
A estrofe citada acima, em minha opinião, é a mais
rica historicamente falando, pois nos leva aos dias da nossa infância e adolescência,
vivenciados ativamente no pátio de manobra da Estrada Ferro. Quantas e quantas
vezes entramos na fila da fábrica de gelo que ficava nas proximidades da
garagem das Litorinas, mais pra beira do rio Madeira, na tentativa de conseguir
uma “barra” de gelo, que serviria para após “quebrado” na base do porrete e
colocado em caixas forradas com pó de serra, que a gente pegava na Serraria do Território
ou na Serraria da Madeira Mamoré para gelar a água que era servida aos fregueses
da banca de comida de minha mãe na feira livre. Nos leva a lembrar de quando os
Guardas da Estrada nos colocava pra correr, por estarmos amossegando trem no
pátio da ferrovia ou então tentando juntar “cobre”, dentro da oficia, para vender
na loja do seu Wilson da Motorista que ficava no Mercado Municipal que pegou
fogo em 1966.
E o trem horário que chegava todas as terças e quintas
feiras, vindo de Guajara Mirim e levava quase a cidade inteira para a estação!
Nos leva a lembrar dos navios: Leopoldo Peres, Lobo
D’Almada, Lauro Sodré e Augusto Montenegro que enquanto ficavam atracados no ‘PONTÃO ARIPUANÃ’ funcionavam como ponto de encontro da sociedade, os chamados
Categas de Porto Velho, que iam degustar
uma boa cerveja ou o refrigerante da moda ‘Grapete’ além de frutas como maça e
até uva, frutas raríssimas em nossa cidade.
A cidade cresceu, chegou a ser o maior município brasileiro,
pois seu território ia da hoje Extrema a Vilhena, mesmo com o desmembramento em
vários municípios, Porto Velho ainda é um dos maiores (em extensão) municípios do
Brasil.
Porto Velho continua sendo a cidade mais importante
do estado de Rondônia e para nós portovelhenses de nascimento, ou por adoção, o
melhor município do mundo.
Parabéns Porto
Velho, cidade município! Orgulho da Amazônia Ocidental.
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