Até a
última sexta feira 11, para nós amantes da história da formação da cidade de
Porto Velho o Triângulo era considerado o 1º bairro da hoje capital de
Rondônia. Cantado em prosa e versos por poetas musicais como João Henrique –
Manga Rosa: “Triângulo teu passado, tua glória, tuas cabrochas, tua história,
tudo isso há de ficar...”, Ernesto Melo na letra da canção “O Samba”: “O samba,
nasceu no Morro do Triângulo com Nego Black, Agenor e Sabará...” e mais recente
com o enredo que a escola de samba Asfaltão vai desfilar no carnaval de 2020 “Triângulo
o Braço do Violão no Carnaval do Asfaltão”, entre tantas citações do bairro
Triângulo na história de Porto Velho.
Certa
vez, publiquei uma matéria sobre a história dos bairros de Porto Velho e
coloquei, que o 1º Bairro a ser criado na Porto Velho brasileira, quer dizer,
pra cima da Linha Divisória (Rua Presidente Dutra), era o Mocambo.
No outro
dia, o professor de historia e geografia Abnael Machado de Lima me chamou até
sua residência, para afirmar, que o correto, seria eu ter postado que o 1º bairro de Porto Velho era o Triângulo.
Em
qualquer livro de história sobre Porto Velho, você vai encontrar, que o
Triângulo foi o primeiro bairro a ser criado em Porto Velho. Isso até sexta
feira passada dia 11, quando a Reitoria
do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) promoveu
o lançamento do livro:
“Dossiê
Rondônia – ‘O Rio que nos une’: Educação,
Migração e Cultura nestas paragens”.
A obra, organizada pelos pesquisadores do IFRO, Cledenice
Blackman, Gilberto Paulino da Silva e Rosa Martins Costa Pereira, tece
considerações sobre o espaço de vida no Estado de Rondônia, sobretudo em Porto
Velho e Guajará-Mirim e suas espacialidades com outras cidades, unidas pelas
terras e águas amazônicas.
O livro apresenta 20 capítulos produzidos por profissionais que
se dedicam à educação estadual, municipal, federal,
mais egressos, profissionais técnico-administrativos e docentes do IFRO e da
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que têm como similaridade o
ensino, a pesquisa e a extensão, assinam os artigos que tratam de temas ligados
à Educação, Imigração e Cultura.
Dentre os artigos constantes do
livro, dois chamaram nossa atenção: O primeiro sobre a história do Boi Bumbá
Corre Campo: “O Gigante Sagrado – O Boi da Nação Corre Campo em Porto Velho"
pesquisa da Mary Rodrigues Marques de Almeida que você encontra na Parte 2 do
livro, item 18.
A outra pesquisa, a que nos
levou a produzir esta matéria, é da Cledenice Blackman sobre o tema:
“Cultura à moda afro-antilhana
em Porto Velho”.
Encontramos à página 206 o
seguinte tópico: “... Portanto no inicio do século XX, as famílias afro-antilhanas
em Porto Velho, de certa forma, contribuíram para o equilíbrio populacional,
uma vez que a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, originariamente,
fora projetada para ser executada pela figura masculina. A Vinda dos familiares
dos trabalhadores afro-antilhanos mudou a dinâmica do crescimento populacional.
Vale salientar, que a nenhum
outro grupo foi permitido buscar familiares, com autorização de acesso ao
Complexo da Madeira Mamoré, exceção feita aos agentes do alto escalão da
administração.
Esse fenômeno foi fator
primordial para o estabelecimento conjunto de esposas, parentes e outros
negros(as) imigrantes afro-antilhanos(as), no aglomerado de casas, que veio a
se transformar em um Bairro de Porto Velho (grifo nosso),
que recebeu o nome de BARBADIAN TOWN
mais conhecido por “Alto do Bode”.
Apesar de no texto publicado
por Cledenice não
encontrarmos nada que diz ser o Barbadian Town o primeiro bairro de Porto
Velho, fizemos contato com ela via celular na tarde de segunda feira 14 e ela
nos afirmou que “O Barbadian Town foi realmente o primeiro bairro de Porto
Velho e ainda frisou: “Só depois de algum tempo, alguns foram
morar no Triângulo”.
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