terça-feira, 15 de outubro de 2019

HISTÓRIA - Qual o primeiro bairro de Porto Velho? Barbadian Town (Alto do Bode) ou Triângulo



Até a última sexta feira 11, para nós amantes da história da formação da cidade de Porto Velho o Triângulo era considerado o 1º bairro da hoje capital de Rondônia. Cantado em prosa e versos por poetas musicais como João Henrique – Manga Rosa: “Triângulo teu passado, tua glória, tuas cabrochas, tua história, tudo isso há de ficar...”, Ernesto Melo na letra da canção “O Samba”: “O samba, nasceu no Morro do Triângulo com Nego Black, Agenor e Sabará...” e mais recente com o enredo que a escola de samba Asfaltão vai desfilar no carnaval de 2020 “Triângulo o Braço do Violão no Carnaval do Asfaltão”, entre tantas citações do bairro Triângulo na história de Porto Velho.
Certa vez, publiquei uma matéria sobre a história dos bairros de Porto Velho e coloquei, que o 1º Bairro a ser criado na Porto Velho brasileira, quer dizer, pra cima da Linha Divisória (Rua Presidente Dutra), era o Mocambo.
No outro dia, o professor de historia e geografia Abnael Machado de Lima me chamou até sua residência, para afirmar, que o correto, seria eu ter postado que o 1º bairro de Porto Velho era o Triângulo.

Em qualquer livro de história sobre Porto Velho, você vai encontrar, que o Triângulo foi o primeiro bairro a ser criado em Porto Velho. Isso até sexta feira passada dia 11, quando a Reitoria do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) promoveu o lançamento do livro:
“Dossiê Rondônia – ‘O Rio que nos une’: Educação, Migração e Cultura nestas paragens”.
A obra, organizada pelos pesquisadores do IFRO, Cledenice Blackman, Gilberto Paulino da Silva e Rosa Martins Costa Pereira, tece considerações sobre o espaço de vida no Estado de Rondônia, sobretudo em Porto Velho e Guajará-Mirim e suas espacialidades com outras cidades, unidas pelas terras e águas amazônicas.
O livro apresenta 20 capítulos produzidos por profissionais que se dedicam à educação estadual, municipal, federal, mais egressos, profissionais técnico-administrativos e docentes do IFRO e da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que têm como similaridade o ensino, a pesquisa e a extensão, assinam os artigos que tratam de temas ligados à Educação, Imigração e Cultura.
Dentre os artigos constantes do livro, dois chamaram nossa atenção: O primeiro sobre a história do Boi Bumbá Corre Campo: “O Gigante Sagrado – O Boi da Nação Corre Campo em Porto Velho" pesquisa da Mary Rodrigues Marques de Almeida que você encontra na Parte 2 do livro, item 18.

A outra pesquisa, a que nos levou a produzir esta matéria, é da Cledenice Blackman sobre o  tema:

“Cultura à moda afro-antilhana em Porto Velho”.

Encontramos à página 206 o seguinte tópico: “... Portanto no inicio do século XX, as famílias afro-antilhanas em Porto Velho, de certa forma, contribuíram para o equilíbrio populacional, uma vez que a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, originariamente, fora projetada para ser executada pela figura masculina. A Vinda dos familiares dos trabalhadores afro-antilhanos mudou a dinâmica do crescimento populacional.
Vale salientar, que a nenhum outro grupo foi permitido buscar familiares, com autorização de acesso ao Complexo da Madeira Mamoré, exceção feita aos agentes do alto escalão da administração.
Esse fenômeno foi fator primordial para o estabelecimento conjunto de esposas, parentes e outros negros(as) imigrantes afro-antilhanos(as), no aglomerado de casas, que veio a se transformar em um Bairro de Porto Velho (grifo nosso), que recebeu o nome de BARBADIAN TOWN mais conhecido por “Alto do Bode”.
Apesar de no texto publicado por Cledenice não encontrarmos nada que diz ser o Barbadian Town o primeiro bairro de Porto Velho, fizemos contato com ela via celular na tarde de segunda feira 14 e ela nos afirmou que “O Barbadian Town foi realmente o primeiro bairro de Porto Velho e ainda frisou: “Só depois de algum tempo, alguns foram morar no Triângulo”.

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