O Itaú Cultural anunciou nesta segunda-feira, 28
de maio, em coletiva de imprensa e pelo site www.itaucultural.org.br/secoes/rumos, os projetos selecionados pelo Rumos 2017-2018,
programa do instituto para o fomento à produção artística e cultural
brasileira. A instituição recebeu 12.616 projetos de todo o Brasil e selecionou
109, que contemplam os 26 estados e o Distrito Federal e impactam todas as
regiões.
Nesta que é a 18ª edição do edital, registra-se
uma crescente inflexão nas temáticas abordadas em consonância com a atualidade,
como negritude, LGBTQIA+, questões indígenas e assuntos ligados à mulher. A
inclusão de ferramentas de acessibilidade, facilitando o acesso e participação
de surdos e pessoas cegas ou com baixa visão se reflete nos resultados. Cinco
projetos contemplados – um deles de um proponente surdo, em que a Língua
Brasileira de Sinais (Libras) surge como fonte primária de expressão, e os
demais de ouvintes e videntes – comprovam a importância da iniciativa. Vale
observar, ainda, que também se percebe o protagonismo de indígenas na concepção
dos projetos propostos com esta temática.
“Observamos nesta edição, que em projetos como
esses, de perfil étnico e de comunidades específicas, há uma maior participação
do artista, pesquisador ou agente da obra proposta, que passa a ser, ao mesmo
tempo, objeto e sujeito da ação a que se propõe”, observa Eduardo Saron,
diretor do Itaú Cultural. “Este cenário confirma o novo paradigma que a cultura
brasileira precisa alcançar, indo um passo adiante do acesso à arte e à
cultura, embora isso continue sendo de alta relevância”, continua. “O novo
paradigma, hoje, é a participação como pressuposto para a ação cultural e as
políticas públicas, na qual o sujeito e o objeto se mesclam para o pleno
exercício dos diretos culturais, permitindo, assim, transformar a si e, ao se
transformar, também transformar o seu o entorno”, conclui Saron.
As propostas inscritas foram examinadas por 40
avaliadores, contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação
e regiões do país, os quais realizaram a primeira fase seletiva. Em seguida, na
segunda fase, os projetos passaram por um profundo processo de avaliação e
análise pela Comissão de Seleção, multidisciplinar, formada por 21
profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo os
gestores da própria instituição.
O
Imaginário
A
Associação Cultural O Imaginário de Porto Velho-RO, teve o projeto “Memórias
poéticas: sobreviventes do crescimento das árvores”, classificados pelo
Programa Rumos Itau Cultural 2017/2018.
O
projeto apresentado pelo O Imaginário, é referente ao estudo e pesquisa cênica
de narrativas de mulheres que viveram e vivem em ambiente extremamente hostil,
subjugadas pelo “pensamento-homem” nos seringais do Vale do Guaporé, em
Rondônia. Será criado um espetáculo contemporâneo com temas como questões de
justiça e poder, relação de gênero, universo feminino e uma reflexão do próprio
sentido da representação cênica e da atuação das mulheres.
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