O artesanato de Rondônia e
do Brasil perdeu na última segunda feira (06), umas de suas mais expoentes
artistas, Mirtes Rufino. Em depoimento ao Museu de Gente de Rondônia Mirtes
Rufina declara, que chegou a Porto Velho vinda de Santarém (PA), no dia 18 de dezembro
de 1988 e na mesma semana, foi com alguns amigos, visitar a Cachoeira do
Teotônio e lá, se deparou com um “cemitério” de madeira. Pegou uma daquelas
peças levou pra casa e não sabe explicar como, a transformou num Jacaré.“Vendi
essa peça para um colecionador de Curitiba (PR)”. Com o dinheiro da venda
da peça, Mirtes contratou um caminhão, voltou a Cacheira do Teotônio e trouxe
toda aquela madeira do “cemitério” para sua residência. “Minha arte é cem
por cento rondoniense”.
Mirtes Rufino nasceu no dia
22 de fevereiro de 1955 em Santarém estado Pará, filha de Luiz Gonzaga Rufino e
de dona Maria da Conceição Rufino Oliveira.
Primeiro aniversário do
Diário da Amazônia
Em setembro de 1994, a
direção do Diário da Amazônia convocou os funcionários João Zoghbi, Marcos
Grutzmacher e Sílvio Santos para coordenarem a festa do 1º aniversário do
jornal e essa equipe, soube que uma artesã paraense estava expondo seu trabalho
no Sesc Explanada, ao chegar ao Sesc se depararam com umas peças trabalhadas em
raízes e galhos de árvores em diversas formas. Procuraram saber quem era o
artista e foram apresentados a Mirtes Rufino que disse, que por força da
palavra firmada com a direção do Sesc não poderia expor suas peças na festa do
Diário.
Logo após a festa do Diário que
durou uma semana, fomos procurados pela Mirtes Rufino que solicitou nossa
intervenção junto a direção do jornal, no sentido de conseguir apoio, para que
ela levasse suas peças, para uma exposição no Salão Nobre do Banco do Brasil na
avenida Paulista em São Paulo. Conseguimos com a Eucatur e Mirtes foi embora,
após algumas semanas, ao retornar a Porto Velho, procurou a direção do jornal
para agradecer o apoio. “Poxa vida, vendi todas as peças na exposição do
Banco do Brasil”. Daí pra frente sempre estávamos cobrindo o trabalho da
Mirtes Rufino. Várias matérias foram publicadas sobre a artesã que transformava
a madeira que desci a correnteza do rio Madeira, em obra de arte.
Mirtes Rufino faleceu na
última segunda feira dia 6, seu corpo foi velado no Mercado Cultural até as 7
horas do dia 7, quando embarcou para Santarém no estado do Pará onde foi
sepultado. “A poesia da arte perdeu sua grande inspiração, Mirtes Rufino a
deusa dos Palhaços, a Rainha da Madeira trabalhada pela correnteza, que voltava
a natureza pela natureza viva, da criatividade artística de Mirtes Rufino.
Estamos com saudades da sua singela poesia; Descansa em Paz Mestra!
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