A
Consciência Negra em Porto Velho Foi comemorada timidamente.
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Quando
escrevo timidamente, não quer dizer que a realização da 1ª Feira Afro,
coordenada pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Estado de
Rondônia não foi boa, muito pelo contrário, merece todos os elogios, pela
organização e programação desenvolvida sábado no Mercado Cultural.
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O
timidamente foi porque, me lembrei do tempo que a gente participava do Movimento
de Criação Cabeça de Negro. Naquele tempo o “Cabeça de Negro”
realizava todos os anos, uma programação que contava com apresentações
musicais, peças teatrais, poesia, dança, desfile de moda etc.
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E
não faltava aquele almoço regado a pratos típicos como Feijoada, Caruru, Angu
que a turma incrementava com a nossa Panelada. Tudo regado a muita cachaça.
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Bubu
Johnson, Adaídes – Dada, Carlinhos Maracanã, Júnior Johnson, Ana Maria, Ana
Aranda, Sílvio Santos, Baba, Bainha, Poeta Mado, Jorge do Areal, Bola Sete e
mais um bocado de gente. Depois se juntou ao Cabeça de Negro a Accunerá comanda
pelo Silvestre e a Marcha para Zumbi, passou a contar com os Terreiros de
Umbanda e Candomblé.
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A
Banda em cima de um trio elétrico, era acompanhada por uma multidão e esse
desfile terminava com um grande show de cultura Afro/brasileira.
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O
Negro em Porto Velho chega com a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré
com uma singularidade particular. Os Negros que vieram de Barbados e outras
ilhas caribenhas, vieram contratados como operários especializados.
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Quer
dizer, não atuaram como “cassaco” (trabalhador braçal), ao contrário, eram os
Chefes. Aquela cena da mini série Mad Maria onde um Negro decepa a cabeça de um
branco alemão, é verdadeira.
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Acontece
que os brancos alemãs que vieram para a construção da EFMM eram estivadores
analfabetos, que trabalhavam nos portos da Alemanha.
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Por
serem brancos, não queriam acatar as ordens dos Mestres Negros o que gerou a
revolta, que terminou com a degola de um dos alemães.
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Porto
Velho pode dizer, pelo menos em se falando de Madeira Mamoré, não teve
quilombo.
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Só
depois do município criado em 1914, foi que começaram a se formar comunidades,
que tinham como maioria de seus habitantes, negros. Assim surge o Mocambo
criado pela negra maranhense Esperança Rita que também foi a responsável pelo
primeiro “Batuque” de Porto Velho o “Terreiro de Santa Bárbara”.
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Ao
redor do Batuque foram erguidas várias casas até que o Mocambo se transformou
no reduto da boemia da cidade.
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Como
a Vila Confusão chegava a esquina da rua General Osório principal passagem do
centro para o Mocambo, os moradores das duas comunidades eram amigos, tanto,
que o negro Eliezer dos Santos o BOLA SETE junto com alguns moradores do
Mocambo como Antônio Coxó criou a escola de samba “Deixa Falar” no ano de 1946.
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Podemos
dizer, que Porto Velho teve quatro ciclos da incidência negra, a Imigração,
quando vieram os negros Barbadianos trabalhar na Estrada de Ferro.
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A
Migração, quando para cá vieram brasileiros do sudeste e nordeste como soldado
da borracha e entre eles muitos negros e a mais recente, com a construção das
usinas do Madeira.
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Atualmente vivemos a Imigração dos Haitianos que vem em busca de
melhores dias em terras portovelhense.
Estamos
nos referindo apenas aos negros que vieram e habitam a capital Porto Velho,
pois, estamos nos referindo apenas a incidência da raça na capital rondoniense.
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A
história da ocupação das terras que formam o estado de Rondônia começa, com a
chegada dos negros no Vale do Guaporé no século XVIII.
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