Mestre Damasceno do Búfalo Bumbá |
O
Ministério da Cultura (MinC) divulgou, terça-feira (28), os 500
ganhadores da 5ª edição do Prêmio Culturas Populares: Edição
Leandro Gomes de Barros. Lançado em junho, o prêmio foi recordista
em número de inscrições – 2.862 – no âmbito da Secretaria da
Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC. Cada premiado
receberá R$ 10 mil. Foram selecionadas iniciativas de todas as
regiões: 258 do Nordeste, 151 do Sudeste, 42 do Norte, 21 do
Centro-Oeste e 28 do Sul.
O
ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, explicou que o edital
integra o programa de fomento do MinC e tem por objetivo incentivar e
preservar expressões culturais que formam o DNA do Brasil. “Trata-se
de um reconhecimento da importância de nossas tradições e dos que
as mantêm vivas e potentes em todas as regiões deste vasto e
diverso País”, afirmou.
“O
edital teve número expressivo e recorde de premiados porque
queríamos atender e contemplar as mais diversas manifestações e
valorizar o trabalho desses mestres e grupos culturais”, afirmou a
secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Débora
Albuquerque.
De
todas as regiões do Brasil
Dos
500 selecionados, 200 foram na categoria "Mestres e Mestras",
200 na categoria "Grupos/Comunidades", 80 na categoria
"pessoas jurídicas sem fins lucrativos" e 20 herdeiros de
mestres já falecidos (In
Memorian).
O
Grupo Afrolage, do Rio de Janeiro (RJ), foi um dos 151 premiados na
região Sudeste, do total de 500 selecionados em todo o País.
Idealizado pela professora e coreógrafa Flávia Souza, busca dar
visibilidade à cultura de matriz afro-brasileira, por meio de
manifestações culturais como o Jongo, a Capoeira Angola, o
Maracatu, o Côco e o Samba de Roda. Todo último domingo do mês,
seus membros promovem, de forma voluntária, um encontro na Praça
Agripino Grieco, Zona Norte da capital fluminense. Com 12
integrantes, o grupo reune até 100 pessoas.
Na
região Sul, o Boizinho da Praia foi um dos contemplados. No
município Cidreira (RS), trata-se de um folclore da cultura popular
local. A manifestação havia caído em desuso por mais de 50 anos e
foi resgatada, registrada e socializada pelo Mestre Ivan Therra.
No
Centro-Oeste, a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, em Alto Paraíso
de Goiás (GO), foi uma das selecionadas. Fundada em 1997, na pequena
Vila de São Jorge, os idealizadores buscavam um espaço democrático
para as manifestações da cultura popular tradicional. Sede e
precursora do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos
Veadeiros, a Casa de Cultura ficou conhecida em todo o país por
acolher, anualmente, as manifestações artísticas e expressões
culturais do povo simples brasileiro. A Catira e a Curraleira,
executadas pelos foliões de São João da Aliança; a Sussa dançada
pelos Calungas do Vão do Moleque e do Vão das Almas; o Lundu e o
Batuque, representados pelo grupo A Caçada da Rainha, de Colinas do
Sul; e o Congo, encenado pela comunidade de Niquelândia, são alguns
dos exemplos mais emblemáticos das expressões artísticas que se
apresentam anualmente.
No
Nordeste, o mestre Severino Vitalino, natural de Caruaru (PE), também
foi agraciado pelo prêmio. Com o pai, o consagrado mestre Vitalino,
aprendeu a modelar o barro e retratar personagens e bonecos da
realidade local. As obras de Mestre Vitalino podem ser vistas no
Museu do Barro de Caruaru, em Pernambuco; e no Museu Casa do Pontal,
o mais importante museu de arte popular do Brasil, no Rio de Janeiro.
O mestre criou uma narrativa visual expressiva sobre a vida no campo
e nas vilas do nordeste pernambucano. Realizou esculturas
antológicas, como "o enterro na rede", "cavalo
marinho" e "casal no boi", entre outras.
Já
na região Norte, o "botador de boi", repentista, cantador
de carimbó, compositor de sambas, poeta e pescador Mestre Damasceno
foi um dos premiados. Ele criou, a exemplo do boi-bumbá, o
"Búfalo-Bumbá" de Salvaterra. A escolha do búfalo se deu
por ser um símbolo da paisagem de Marajó. Trata-se de uma
brincadeira coletiva, que percorre as ruas da cidade duas vezes por
ano, em junho e agosto.
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