Hoje acontece um dos eventos mais tradicionais de Porto Velho, a
procissão de São Pedro, que é realizada parte no rio Madeira e parte em terra
firme. Os barcos de recreio, motor de popa, rabeta, barco de pesca e canoa saem
com fiéis do Cai N'água por volta das 16 horas,seguem até as proximidades da
Usina de Hidrelétrica de Santo Antônio e voltam para o porto do Cai N'água de
onde saem em procissão rumo a igreja de São Pedro que fica no Bairro Panair
(antigo Novo Estado ou Balsa) na rua Farquar. Após a missa tem inicio a quermesse
com venda de comidas típicas e muitas brincadeiras da época.
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Antigamente o cortejo fluvial saia do Porto do Serviço de
Navegação do Madeira (SNM) que depois virou ENARO e quando chegava em Santo
Antônio (Cachoeira), subia o barranco até a igrejinha, onde aconteceia
celebração de missa e depois a procissão saia no rumo dos motores e voltava
para Porto Velho. Como ainda não existia a paróquia de São Pedro, a proccissão
seguia até a Catedral.
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A Igreja de São Pedro só começou a funcionar no final da década
de 1970. Hoje reúne muita gente durante as celebrações do dia de São Pedro o
padroeiro dos pescadores. Minha devoção por São Pedro tem razão de ser, pois
foi no dia 29 de junho de 1981, vendendo foguete durante a procissão, que tomei
meu último porre. Desde então e lá se vão 35 anos, não consumo qualquer bebida
alcoólica. Por isso, na noite de hoje estarei participando dos atos litúrgicos
em comemoração a São Pedro, lá na igrejinha do antigo bairro da Balsa.
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Antigamente no dia de hoje o que se via em frente as casas, eram
fogueiras acessas em homenagem ao Porteiro do Céu e as famílias reunidas,
comendo bolo de macaxeira, bebendo aluá de milho, comendo macaxeira assada. A
juventude em especial as moças, fazendo adivinhação à beira da fogueira.
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Em uma bacia com água, pigavam vela e segundo acreditavam e
ainda se acredita até hoje, que aqueles pingos, formariam a letra inicial do
nome do futuro marido da jovem. Outra adivinhação também contava com uma bacia
com água que se passava por cima da fogueira três vezes e depois se olhava.
Tinha que ver o rosto refletido no fundo da bacia se não, não chegaria ao mês
de junho do próximo ano.
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Existe um forró cuja letra diz o seguinte: Danei a faca no tronco da
bananeira, não gostei da brincadeira, Santo Antônio me enganou. Saí correndo lá
pra beira da fogueira, ver meu rosto na bacia, água se derramou...
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Outra brincadeira que era bastante comum ha alguns anos, era a
de passar fogueira. Passar fogueira de cumpadi, de primo, madrinha, padrinho e
até de namorado. O ritual é assim: Santo Antonio disse, São
Pedro confirmou que você será minha namorada, porque São João mandou.
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Enquanto a gurizada fazia a maior algazarra soltando “traque” e
outros foguetes. O que era mais praticado, talvez por ser considerado perigoso,
era o foguete “Pega Moleque”. A turma se divertia. No interior principalmente
no beradão do baixo Madeira de vez em quando, um casal desaparecia no rumo do
goiabal ou bananal e o resultado dessa fuga só é conhecido nove meses depois e
tem gente que diz que foi o BOTO.
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No tempo do Galego, Augusto Queixada, Lourenço, Suritiba,
Caetano, Cabo Fumaça e outros AMOS de Boi Bumbá, no dia de hoje, acontecia a
Matança do Boi Bumbá. Na realidade o ritual começava na noite do dia 28 e só
terminava no inicio da noite do dia 29 dia de São Pedro. Depois disso o Boi só
se apresentaria novamente no
próximo ano. Tempo Bom!
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