Autoridades marcaram presença na inauguração |
A comunidade do Distrito de
Demarcação localizado no Rio Machado a aproximadamente 200 km de Porto Velho
com acesso apenas fluvial, festejou na manhã da última terça feira 26, a
inauguração da Agroindústria de Farinha de Mandioca - Manoel Fagundes. A
iniciativa é parte das Compensações do Consorcio Energia Sustentável do Brasil –
UHE de Jirau assumidas com a população das localidades Demarcação, Gleba Rio
Preto, Patoá, Independência, Santa Helena, Mucuín, Bom Futuro, Monte Sinai,
Juruá, Palmeiras, Cururu e Roncador.
Antonio Lúcio presidente da Coomade |
A agroindústria tem
capacidade de processamento de aproximadamente 900 quilos por dia em período de
alta produção. “Essa agroindústria vem beneficiar a comunidade de Demarcação haja vista
que aqui já foram montadas várias casas de farinha chamadas agroindústria que
na realidade nunca funcionaram como tal” disse o presidente da Coomade
Antonio Lucio Lima.
Raimundo Jaquira Moraes
Pinto eleito diretor do pólo de agroindústria de Demarcação disse “Essa
unidade representa para todos nós um grande desenvolvimento, antigamente a
gente para produzir a farinha tinha que fazer todo processo manual”.
José Melo financeiro da Cooperativa |
Dona Francisca moradora mais antiga |
Dona Francisca Barbosa dos
Santos a mais antiga moradora de Demarcação “Nasci
e me criei aqui”, do alto dos seus 73 anos de idade declarou: “Essa fábrica de farinha é uma boa coisa
que vai ter aqui. O que ta difícil, é conseguir mandioca para produzir a
farinha, porque os roceiros agora são poucos”
Alerta
Após os discurso e já
degustando o almoço servido pela produção do evento, o senhor Heleno Pereira
Felix (66 anos), procurou a reportagem e chamou a atenção para o seguinte: “É porque
vocês não tiveram tempo para olhar as coisas que são de responsabilidade do
estado e o que é da prefeitura. Não temos segurança, temos delegacia sem
policial, temos um posto de saúde que não faz nem sutura, o colégio (municipal)
não tem estrutura nenhuma, tem capacidade para 100 alunos, porém, como
desativaram as demais escolas das localidades próximas, fica super lotado, os
professores de Calama vêm fazer hora extra, pois, ninguém quer vir ser
professor aqui pela falta de condições.
Heleno Pereira alerta sobre os problemas de Demarcação |
Sobre a Agroindústria –
Falei pro representante do Secretário de Agricultura estadual: vocês falaram
muito bonito, mas, não ouviram as pessoas que conhecem a realidade da
localidade. Essa Agroindústria vai ficar que nem uma Mesa de Centro, só pra
enfeite. A terra de Demarcação não tem condições, isso aqui é uma Ilha e toda
enchente por menos que seja, chega aqui, não como foi a de 2014, mas, chega. Esse
ano não alagou mais o tanto que encheu matou tudo quando foi plantação. O
secretário de Planejamento do Estado senhor Jorge veio aqui e disse que existe
um dinheiro disponível para comprar uma terra que existe aqui perto, só que até
hoje ninguém ouvia falar sobre esse processo. Não sou nenhum profeta, mas, como
é que vamos produzir farinha se aqui só dá embaúba, sapé e outras ervas
daninhas. “Não tem mandioca e nem o plantador de mandioca” denunciou seu
Heleno.
Participaram da solenidade representantes
dos governos, federal (IBAMA e MAPA), estadual (Seas, Emater e Seagri),
municipal (Semagrife), Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Velho além
de representantes da diretoria da Usina Jirau e diretoria da OCB, COOMADE e
representantes dos distritos de Nazaré, Calama, Cujubim, Bom Jardim do IESB, além
da imprensa.
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