terça-feira, 14 de abril de 2015

Lenha na Fogueira 15.04.15


Neste 15 de abril de 2015, o jornal Alto Madeira completa 98 anos de fundação e o que é melhor, circulando a todo vapor.

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Lucio Albuquerque o atual editor do jornal, solicitou que eu escrevesse algumas coisa relativa à minha passagem como empregado do Alto Madeira e então aproveitei, para contar como me tornei o “Menino de Recado do Alto Madeira” entre os anos 1957 a 1960.
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Com certeza essa história você vai poder lê, na edição de hoje do quase centenário jornal, o mais antigo da Região Norte.
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Aproveitando a deixa, vou ilustrar a história, contando mais alguns fatos relativos à minha primeira passagem pelo jornal comandado atualmente pelo seu Euro Tourinho.
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Além de entregador do Jornal para os assinantes que em grande maioria eram os “Categas” do bairro Caiari, pela parte da tarde, após o almoço tinha que ir pro jornal onde era aprendiz de tipógrafo, além de ter que varrer todas suas dependências.
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O Chefe da Oficina era o seu Petrônio de Almeida Gonçalves que também escrevia, e os tipógrafos eram: Meu irmão Antônio Joaquim dos Santos que exercia também as funções de paginador e impressor, Paulo Machado, Chicorote, Zé Guedes, Pedrinho e Mário (ambos filho do Seu Boy) tinha também o seu Celso (que era o chefe da gráfica da EFMM). E o nosso chefe depois do seu Petrônio era o seu Boy o impressor oficial do jornal.
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Seu Boy pessoa super querida e respeitada por todos que militavam na imprensa local, era o primeiro a chegar e o último a sair. Passava o tempo que ficava no jornal vestido apenas num Calção e sem camisa.
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Ele me ensinou a arte da impressão em máquina de pedal, uma impressora pequena onde eram impressos panfletos e cartazes com propaganda das lojas da época. No tempo da política a gente ganhava bom dinheiro imprimindo propaganda de político. Naquele tempo era difícil a impressão de santinhos com a fotografia do candidato, pois aqui não tinha clicheria, era tudo feito em Manaus. Varava a madrugada imprimindo panfleto político para poder dar conta e eu ainda era um menino de 11 para12 anos.

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 Bom mesmo era aos sábados! A turma sempre promovia uma peixada (naquele tempo o peixe da moda era a Pirapitinga assada na brasa ou na folha da bananeira). O jornal ficava na rua Barão do Rio Branco bem em frente à Praça Jonathas Pedrosa e o quintal grande, dava para a rua Floriano Peixoto. Era no quintal que a turma fazia o fogo para assar o peixe.

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Depois que o jornal ficava pronto lá pelo meio dia, o peixe já estava pronto, quem tomava conta ou assava era o Seu Boy porque ele só entrava em serviço, após as páginas estarem prontas.

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Silvio! Vai la no Lucini (Pinheiro) e trás uma garrafa de Cocal e lá ia eu buscar a garrafa de cana, essa viagem eu fazia umas dez vezes durante a tarde de sábado. É claro que eu não bebia, mas, gostava de ficar no meio dos mais velhos.

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O interessante é que, da peixada participavam também alguns escritores ou cronistas (jornalistas) que publicavam no Alto Madeira, assim como comerciantes que patrocinavam a “cachaçada”; Seu Euro Tourinho que estava começando como cronista social, dava as caras de vez em quando, não bebia como os outros, mas, tomava umas talagadas. O Bom mesmo era o peixe assado com pimenta murupi e farinha d’água!
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Foi através do Jornal Alto Madeira que desenvolvi o amor pela arte da comunicação. De lá fui pra Rádio Caiari, a Tribuna, O Guaporé, Estadão do Norte e hoje estou no Diário da Amazônia.

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Hoje o Alto Madeira completa 98 anos de fundação e me orgulho de ter feito parte do seu quadro. Parabéns Alto Madeira!

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