Neste 15 de abril de 2015, o
jornal Alto Madeira completa 98 anos de fundação e o que é melhor, circulando a
todo vapor.
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Lucio Albuquerque o atual
editor do jornal, solicitou que eu escrevesse algumas coisa relativa à minha
passagem como empregado do Alto Madeira e então aproveitei, para contar como me
tornei o “Menino de Recado do Alto Madeira” entre os anos 1957 a 1960.
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Com certeza essa história
você vai poder lê, na edição de hoje do quase centenário jornal, o mais antigo
da Região Norte.
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Aproveitando a deixa, vou
ilustrar a história, contando mais alguns fatos relativos à minha primeira
passagem pelo jornal comandado atualmente pelo seu Euro Tourinho.
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Além de entregador do Jornal
para os assinantes que em grande maioria eram os “Categas” do bairro Caiari, pela
parte da tarde, após o almoço tinha que ir pro jornal onde era aprendiz de
tipógrafo, além de ter que varrer todas suas dependências.
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O Chefe da Oficina era o seu
Petrônio de Almeida Gonçalves que também escrevia, e os tipógrafos eram: Meu
irmão Antônio Joaquim dos Santos que exercia também as funções de paginador e
impressor, Paulo Machado, Chicorote, Zé Guedes, Pedrinho e Mário (ambos filho
do Seu Boy) tinha também o seu Celso (que era o chefe da gráfica da EFMM). E o
nosso chefe depois do seu Petrônio era o seu Boy o impressor oficial do jornal.
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Seu Boy pessoa super querida
e respeitada por todos que militavam na imprensa local, era o primeiro a chegar
e o último a sair. Passava o tempo que ficava no jornal vestido apenas num
Calção e sem camisa.
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Ele me ensinou a arte da
impressão em máquina de pedal, uma impressora pequena onde eram impressos
panfletos e cartazes com propaganda das lojas da época. No tempo da política a
gente ganhava bom dinheiro imprimindo propaganda de político. Naquele tempo era
difícil a impressão de santinhos com a fotografia do candidato, pois aqui não
tinha clicheria, era tudo feito em Manaus. Varava a madrugada imprimindo
panfleto político para poder dar conta e eu ainda era um menino de 11 para12
anos.
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Bom mesmo era aos sábados! A turma sempre
promovia uma peixada (naquele tempo o peixe da moda era a Pirapitinga assada na
brasa ou na folha da bananeira). O jornal ficava na rua Barão do Rio Branco bem
em frente à Praça Jonathas Pedrosa e o quintal grande, dava para a rua Floriano
Peixoto. Era no quintal que a turma fazia o fogo para assar o peixe.
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Depois que o jornal ficava
pronto lá pelo meio dia, o peixe já estava pronto, quem tomava conta ou assava
era o Seu Boy porque ele só entrava em serviço, após as páginas estarem
prontas.
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Silvio! Vai la no Lucini
(Pinheiro) e trás uma garrafa de Cocal e lá ia eu buscar a garrafa de cana,
essa viagem eu fazia umas dez vezes durante a tarde de sábado. É claro que eu não
bebia, mas, gostava de ficar no meio dos mais velhos.
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O interessante é que, da
peixada participavam também alguns escritores ou cronistas (jornalistas) que
publicavam no Alto Madeira, assim como comerciantes que patrocinavam a
“cachaçada”; Seu Euro Tourinho que estava começando como cronista social, dava
as caras de vez em quando, não bebia como os outros, mas, tomava umas
talagadas. O Bom mesmo era o peixe assado com pimenta murupi e farinha d’água!
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Foi através do Jornal Alto
Madeira que desenvolvi o amor pela arte da comunicação. De lá fui pra Rádio
Caiari, a Tribuna, O Guaporé, Estadão do Norte e hoje estou no Diário da
Amazônia.
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Hoje o Alto Madeira completa
98 anos de fundação e me orgulho de ter feito parte do seu quadro. Parabéns
Alto Madeira!
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