Porto Velho é a última cidade da turnê comandada pela bailarina
catarinense, com apresentações gratuitas nos dias 15 e 16 de novembro, no Sesc.
"Eu gostaria de
denunciar coisas muito bizarras…”, inicia a conversa Elisa Schmidt.
Com argila, tinta e pó a bailarina desenrola no palco uma performance que cria
e recria faces para o rosto e criaturas para o corpo. "Entre o
humano, o animal e o maquínico, o solo, configura uma dança em permanente
processo, atrelada à mutação de formas”, explica ela. O solo "Entre
Terra" encerra turnê em Porto Velho, nos dias 15 e 16 de novembro, no
teatro do SESC, após passar por quatro cidades (Belém, Manaus, Boa Vista e
Palmas).
A pesquisa em
interfaces entre a dança e a desfiguração iniciou em 2009, partindo dos estudos
das obras de Olivier De Sagazan, artistas e performer radicado na
França. Elisa, que na época se dedicava ao mestrado em artes
cênicas, esteve por lá há três anos, onde conheceu a técnica e a incluiu
no seu processo investigativo. “'É uma busca pela própria identidade com o uso
da argila que é usada em um processo inacabado, como estratégia de
decomposição e refiguração. A performance tem vida própria em cena, mostra de
certa forma a própria angústia de não conseguir ser diante de uma realidade
burocrática congelada”, conta.
Em Entre Terra, a intérprete vasculha
rastros de obscuridade da violência social e as reinscreve em cena, propondo um
intervalo à ordem sancionada. A ação consiste na revelação do trauma, das
deformidades, expondo uma face sombria humana, recorrente em uma história de
dominações totalitárias. O trabalho foi contemplado pelo edital Funarte
Petrobras de dança Klauss Vianna 2012 e Prêmio Funarte de dança Klauss Vianna
2013.
Além das apresentações tem oficinas
Porto Velho também recebe a oficina gratuita
Experiências em Desfiguração, conduzida pela bailarina Elisa Schmidt.
A proposta é explorar os territórios cruzados da dança, com a performance, as
artes visuais e o teatro, através da investigação do contato da argila com o
corpo e rosto. Os parâmetros de pesquisa envolvem identidade e ritual
introduzidos por estratégias de composição de faces para o rosto e esculturas
com o corpo. Cria-se uma atmosfera limiar entre a performatividade e o ritual,
na qual a desfiguração desestabiliza a figura padrão do cidadão para fazê-lo
experienciar outras percepções e sentidos, como o tato. São 10 vagas
disponíveis e os interessados devem enviar inscrições para o email: entreterra@gmail.com
Solo Entre Terra
Porto Velho, Sesc, 15 e 16 de novembro, 20h
Oficina , Experiência em
Desfiguração
Porto Velho, Sesc 15 e 16 de novembro, das
9h às 12h
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