Parabéns minha querida porto velho, estou morando a trinta anos no Recife, mas meu coração está sempre em Porto Velho. Saudades. (Leonildo Bezerra)
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Por falar em fatos pitorescos, domingo 05, durante a cobertura da
eleição pela da Rádio Parecis (FM 98.9), com a participação dos “Dinos” Beni
Andrade, Sergio Pires e Everton Leone meu amigo jornalista e historiador de
quem sou fã Anízio Gorayebe - Anizinho fez relato sobre sobre as Facções Cutuba
& Pele Curta que existiram em Rondônia até acontecer o Golpe Militar de
1964.
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Vou contar a história dos termos Cutuba e Peles Curtas que ouvi, li e
testemunhei nos jornais da época, inclusive a “Folha de Rondônia”, o primeiro
jornal do Inácio Mendes, depois vieram o “Combate” e mais tarde “O Combatente”,
não sei se o Lucio Albuquerque sabe disso!
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Tudo começou quando Aluizio Ferreira perdeu para Joaquim Vicente Rondon
(o cérebro de concreto armado) a eleição de 1954 e criou o Jornal O Guaporé,
para principalmente, “meter o pau” no Rondon e seus correligionários e passou a
tratar os adversários de Peles Curtas “consideradas pessoas analfabetas e de
baixa renda (pobres).
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Aí para fazer frente a essa desfeita, Inácio Mendes publicou em seu
jornal uma história sobre o então prefeito de Porto Velho José Saleh Morheb. “Que
após saber a origem do nome do município paulista de Araçatuba (Araça – Goiaba
e TUBA – Doce), passou a se auto-proclamar como CUTUBA”. acho que deu pra
entender o que o Inácio Mendes quis dizer.
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Outra versão - Os aluizistas não sabiam como devolver tamanha desfeita,
até que na eleição de 1958 Renato Medeiros escolheu como suplente o Miguel
Chaquian para disputar o cargo de deputado federal com Aluizio Ferreira que
tinha como suplente o Paulo Leal.
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E era Cutuba pra cá, Cutuba pra lá e a turma do Aluizio incomodada, até
que alguém saiu com a seguinte idéia. Eles são uns Peles Curtas. Acontece que o
cidadão que sugeriu o Apelido justificou:
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O Miguel Chaquian é tão baixinho que quando olha pra trás seu nariz fica
perto do anus. Aí o negócio pegou, pois nos comícios os oradores passaram a
incluir em seus discursos: “...São uns Peles Curtas...”.
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Naquela eleição aconteceu outro fato pitoresco: A apuração acontecia
dentro do Fórum Rui Barbosa (hoje Fuad Darwiche) e o povo se concentrava na
praça Rondon para acompanhar a “marcha da apuração”, que era transmitida
através de um serviço de alto falante.
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Era voto a voto da seguinte maneira: Aluizio e Paulo; Renato e Chaquian.
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A coligação Aluizio Ferreira e Paulo Leal disparou numa margem de voto surpreendente.
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O povo cansava de ouvir o locutor dizer; Aluizio e Paulo, Aluizio e
Paulo e depois de muito tempo, saia um voto para Renato e Chaquian.
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Então o povo passou a fazer a seguinte gozação “Alisa o Pau” e Renato
Chatiando”.
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Há quem diga que o termo Pele Curta era utilizado para diferenciar os
“Categas” (os ricos) do povão Pele Curta (pobres).
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Devo esclarecer que a época (1958), eu trabalhava no jornal O Alto
Madeira como Office Boy e sempre era contratado juntamente com os tipógrafos do
Alto Madeira para desempastelar o jornal “A Folha de Rondônia” vítima dos correligionários
de Aluizio Pinheiro Ferreira.
Renato Medeiro só veio ganhar, na eleição de 1962 e seu suplente foi o Hegel Morhy. Pelo lado dos Cutubas o candidato
foi o Enio Pinheiro, que perdeu após o episódio que ficou conhecido como
“Caçambada”!
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Nesse tempo eu já
trabalhava na Rádio Caiari.
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