sábado, 21 de dezembro de 2013

ENTREVISTA - KALI E OS KALHORDAS

 A melhor banda em 2013


Conforme prometemos, na edição deste domingo, destacamos aquela que consideramos a melhor banda musical do ano de 2013, em Porto Velho. “Kali e os Kalhordas”. Eles foram considerados no ano passado (2012) como a Banda Revelação e então não deixaram a peteca cair. Durante este ano, como diz o guitarrista e violonista Thiago Maziero. “Talvez o nosso trabalho não seja o mais interessante musicalmente falando, mas, foi o mais constante entre as bandas locais, em 2013”.
Dentre tantos shows, arranjaram tempo para gravar e lançar o primeiro CD: “... e a Primavera Chega”, onde a voz e a poesia da Kali nos levam numa viagem surreal pelas vias sinuosas do amor e do desamor. “Não me considero poetisa, apenas expresso o que estou sentindo no momento”.
Nosso papo foi com a cantora Kali Machado Tourinho que nasceu no dia 19 de maio de 1993, em Porto Velho/RO, teve sua primeira experiência musical aos 15 anos, tocando violão, o que, logo em seguida, a levou também a cantar. E com o guitarrista e violonista da banda Thiago Maziero outro portovelhense integrante da banda. Com vocês:
Kali e os Kalhordas a melhor Banda de Rondônia na visão do Zekatraca no ano de 2013.

ENTREVISTA


Zk –Vamos começar com a Kali. Como você surge para a cena musical regional?
Kali – Na verdade comecei compondo. Entre 14/15 anos de idade, fiz algumas músicas, porém, tinha vergonha e acabava mostrando e pedindo para as pessoas cantarem minhas músicas, fiz isso umas três vezes, notava que a galera ficava sem graça e dizia: “Não Kali vamos fazer, calma”. Acabou que ninguém fez, então pensei: A galera tá me enrolando o jeito é eu mesma cantar. Comecei a cantar bem tímida mesmo, cantava baixinho pra dentro.
Zk – Seus pais incentivaram?
Kali – La em casa rolava muita música o dia inteiro. Meu pai é meio hippie ouve muito new have, minha mãe também, eu sempre ouvia música light e no meu gosto via que tinha tendência a gostar de música romântica, Adriana Cal Canhoto, Vanessa da Mata e todas essas cantoras maravilhosas aí. Comecei a cantar e mostrar para minhas amigas e elas davam a maior força, “Caramba tem que colocar fé” e eu dizia, é porque são minhas amigas. A gente nunca acredita, até perceber mesmo que as pessoas estão se identificando, você pensa que é quase impossível, eu pensava assim no inicio, até porque tenho um jeito de escrever  bem literal. Não sinto poesia nas minhas músicas, tem gente que diz que sou poeta, mas, eu não acho.
Zk – Você faz letra e melodia?
Kali – Faço os dois. Meu pai me deu um violão quando eu tinha 13 anos, mas, acabei não curtindo muito, só a partir dos 16/17 anos foi que me interessei mesmo e fui me aprofundando, agora já estou com 20 anos de idade e já consigo tocar alguma coisa.
Zk – O sobrenome Tourinho tem a ver com os Tourinhos do jornal Alto Madeira?
Kali – Todo mundo me pergunta isso: Você é parente do Eudes, da Berenice (reitora da Unir) não, não sou parente deles. Na verdade meu pai é do Piauí e lá a família Tourinho é bem grande, acho que os piauienses que vieram pra cá são da Manteiga.
Zk – Que Manteiga?
Kali – Não tem uma Manteiga da marca Tourinho? Pois é, quando fazem a pergunta eu respondo: Sou da Manteiga.
Zk – Vamos chamar pra conversa o Thiago Maziero – TJ. Como surgiu a Banda Kalhordas?
TJ – Surge num encontro meu com a Kali. Ela veio mostrar algumas músicas e foi impressionante, quando ela mostrou as canções vi um potencial gigantesco. Em 2011 estava tocando em São Paulo com outro Projeto Musical que tenho com o Luiz Paulo que é baixista e numa conversa no quarto do hotel, surgiu a idéia de criar uma banda focada ou baseada no que havíamos visto no Festival que estava rolando em Sampa, só que com um vocal feminino e como eu já conhecia a Kali, falei: Tem uma menina lá em Porto Velho que acho que vai encaixar com nossa idéia, mostrei um vídeo dela que tinha na Internet e ele ficou super impressionado. Cerca de um mês depois, sentamos com a Kali e fizemos a gravação apenas voz e violão das músicas dela e então passamos a elaborar os arranjos e montar o necessário para a produção do CD.


Zk – Quem faz parte da Banda?
TJ – São cinco pessoas: Kali no vocal, eu na guitarra, violão e vocal; Jeferson na guitarra, teclado e vocal; Luiz Paulo no baixo e sintetizadores e o Felipe na Bateria.
Zk – O nome Kalhordas surgiu em função do nome Kali?
TJ – Mais ou menos. Na verdade, estávamos na busca de um nome pro grupo e várias idéias foram surgindo, mas, nenhum era agradável e o Luiz Carlos fuçou o meu computador e achou um texto que tinha feito “Ode aos Calhordas” alguma coisa assim e ele achou o nome muito interessante por que querendo ou não, é um nome que carrega a imagem de Bossa aquela idéia dos anos cinquenta e a Kali tem uma influencia muito forte sobre Bossa Nova e então colocamos o “K” no calhorda pra relacionar com o nome dela. Inclusive fui o cara que mais relutou contra o nome.
Zk – Por quê?
TJ – Por que carrega uma imagem muito negativa. Calhorda é o Malandro nível máster.
Zk – Kali e as composições?
Kali – Tem muito a ver com o que eu estava passando e também exemplo de amigas que me falavam a respeito de seus relacionamentos, então vinha aquela imagem na minha cabeça e eu queria escrever a respeito daquela história, mas, a maioria das letras têm muito a ver comigo.
Zk – Você canta mais o amor ou o desamor?
Kali – Gosto dos dois, tanto que no CD a gente costuma dizer que tem uma ordem cronológica. No inicio tem “Sobre o Acaso” que é um poema da Gabi Amadio e depois vem Parte de Mim cuja letra transmite a dúvida: Será que enfim encontrei aquele amor. Tem momentos de tensão, momentos que abandonei coisas, amores, não é só uma história, são várias.
Zk – Como foi a primeira apresentação em público e quando foi?
Kali – Foi bem positiva, embora a gente ainda estivesse bem destreinada e eu fosse muito tímida, tanto que não larguei o microfone um só minuto e tinha medo de andar, apesar da tensão achei positiva, até porque os amigos compareceram e aplaudiram inclusive pessoas que não conhecíamos elogiaram, foi muito legal.

Zk – É verdade que vocês estão indo pra São Paulo. Qual o objetivo?
TJ – Estamos indo para divulgar o trabalho que já temos e nos personalizarmos mesmo. Aqui em Porto Velho e na região Norte como um todo, ainda é um pouco complicado você se estabilizar como músico. Estamos indo pra São Paulo pra buscar melhorar e também preparar um novo trabalho que estamos pesquisando desde julho, que é a Música Popular Beradeira – MPBERA. Primeiro vamos trabalhar o CD “... e a Primavera Chega” que ainda é muito novo, foi lançado em setembro deste ano. Vamos galgar alguns degraus para melhorar como músicos, como produtor musical, como artista.
Zk – O trabalho de vocês é apenas autoral?
TJ – A gente toca algumas versões dos artistas compositores daqui e até de outros estados, a gente tem um foco muito na Música Popular Brasileira, valorizamos muito isso, que é o nosso cenário real, mas, nosso foco é o nosso trabalho autoral a gente só insere músicas de outros artistas quando o tempo é mais prolongado.
Zk – Fala mais sobre a MPBera?
TJ – Na verdade é um termo antigo. É a Música Popular Beradeira que só agora tomou formas populares. Nossa idéia é fazer o resgate da música local. Já temos alguma coisa pesquisada e ainda contamos com a ajuda do Binho, do Rinaldo, do Bira do Bado e de outras pessoas. Temos sentado muito e conversado com essas pessoas sobre essas histórias musicais essas cenas. Já trabalhamos algumas canções, a primeira foi a do Walter Bártolo que é o primeiro registro histórico que a gente tem conhecimento: “Foi Ela”. A idéia da Musica Popular Beradeira que temos, é na questão de valorizar mesmo esse cenário local.
Zk – Como você se sentiu cantando sem ser com os Kalhordas, no Canta Mulher?

Kali – Foi muito gratificante e lindo, várias meninas daqui inclusive a Wilka que é uma coisa incrível cantando, todas foram maravilhosas. Achei massa porque foi uma experiência bem diferente pra mim. Com os Kalhordas já sou familiarizada, canto sorrindo pra eles, é diferente você estar ali cantando com outra banda, apesar de músicos maravilhosos como o Betão, Katatau, todos ótimos músicos. Gostei muito e acho que todo mundo também gostou.
Zk – Vocês se apresentam em qual casa noturna em Porto Velho?
TJ – Não temos uma casa fixa, mas, pelo menos uma vez por mês a gente tem tocado em uma casa de show. Informal, Pioneiros ou Grego e outros espaços, a gente tem mantido um ciclo de shows muito forte. Há mais de oito meses que a gente não fica sem tocar nem que seja uma vez por mês. Talvez o nosso trabalho não seja o mais interessante musicalmente falando, mas, foi o mais constante entre as bandas locais,

Zk – E fora de Porto Velho?
TJ – Na verdade nosso primeiro show como banda foi fora de Porto Velho num evento que aconteceu no município de Candeias do Jamari, depois tocamos em Ji Paraná e só então tocamos em Porto Velho.
Zk – E o CD “... e a Primavera Chega”?
TJ – Vou repetir o que escreveu o antropólogo paraibano Ninno Amorim: "Este trabalho aponta para uma mudança no cenário musical existente em Rondônia. Trata-se de um convite irrecusável para uma viagem de paz pelo país de Kali e os Kalhordas. Um mundo musical bem colorido com as mais diversas influências.",

Zk – Para contratar a Kali e os Kalhordas?

TJ – a pessoa pode entrar em contato via face kalieoskarlhordas ou pelos telefones: (69) 8102-4333 (Thiago), 8133-2103 (Luiz Paulo)e o da Kali que é 8156-1003.

Nenhum comentário: