A melhor banda em 2013
Conforme prometemos, na
edição deste domingo, destacamos aquela que consideramos a melhor banda musical
do ano de 2013, em Porto Velho. “Kali e
os Kalhordas”. Eles foram considerados no ano passado (2012) como a Banda
Revelação e então não deixaram a peteca cair. Durante este ano, como diz o
guitarrista e violonista Thiago Maziero. “Talvez
o nosso trabalho não seja o mais interessante musicalmente falando, mas, foi o
mais constante entre as bandas locais, em 2013”.
Dentre tantos shows,
arranjaram tempo para gravar e lançar o primeiro CD: “... e a Primavera Chega”,
onde a voz e a poesia da Kali nos levam numa viagem surreal pelas vias sinuosas
do amor e do desamor. “Não me considero poetisa, apenas expresso o que estou
sentindo no momento”.
Nosso papo foi com a cantora
Kali Machado Tourinho que nasceu no dia 19 de maio de 1993, em Porto
Velho/RO, teve sua primeira experiência musical aos 15 anos, tocando violão, o
que, logo em seguida, a levou também a cantar. E com o guitarrista e violonista
da banda Thiago Maziero outro portovelhense integrante da banda. Com vocês:
Kali e os Kalhordas a melhor Banda de
Rondônia na visão do Zekatraca no ano de 2013.
ENTREVISTA
Zk –Vamos começar com a
Kali. Como você surge para a cena musical regional?
Kali – Na verdade comecei
compondo. Entre 14/15 anos de idade, fiz algumas músicas, porém, tinha vergonha
e acabava mostrando e pedindo para as pessoas cantarem minhas músicas, fiz isso
umas três vezes, notava que a galera ficava sem graça e dizia: “Não Kali vamos
fazer, calma”. Acabou que ninguém fez, então pensei: A galera tá me enrolando o
jeito é eu mesma cantar. Comecei a cantar bem tímida mesmo, cantava baixinho
pra dentro.
Zk – Seus pais incentivaram?
Kali – La em casa rolava
muita música o dia inteiro. Meu pai é meio hippie ouve muito new have, minha
mãe também, eu sempre ouvia música light e no meu gosto via que tinha tendência
a gostar de música romântica, Adriana Cal Canhoto, Vanessa da Mata e todas
essas cantoras maravilhosas aí. Comecei a cantar e mostrar para minhas amigas e
elas davam a maior força, “Caramba tem que colocar fé” e eu dizia, é porque são
minhas amigas. A gente nunca acredita, até perceber mesmo que as pessoas estão
se identificando, você pensa que é quase impossível, eu pensava assim no
inicio, até porque tenho um jeito de escrever
bem literal. Não sinto poesia nas minhas músicas, tem gente que diz que
sou poeta, mas, eu não acho.
Zk – Você faz letra e
melodia?
Kali – Faço os dois. Meu pai
me deu um violão quando eu tinha 13 anos, mas, acabei não curtindo muito, só a
partir dos 16/17 anos foi que me interessei mesmo e fui me aprofundando, agora
já estou com 20 anos de idade e já consigo tocar alguma coisa.
Zk – O sobrenome Tourinho
tem a ver com os Tourinhos do jornal Alto Madeira?
Kali – Todo mundo me
pergunta isso: Você é parente do Eudes, da Berenice (reitora da Unir) não, não
sou parente deles. Na verdade meu pai é do Piauí e lá a família Tourinho é bem
grande, acho que os piauienses que vieram pra cá são da Manteiga.
Zk – Que Manteiga?
Kali – Não tem uma Manteiga
da marca Tourinho? Pois é, quando fazem a pergunta eu respondo: Sou da Manteiga.
Zk – Vamos chamar pra
conversa o Thiago Maziero – TJ. Como surgiu a Banda Kalhordas?
TJ – Surge num encontro meu
com a Kali. Ela veio mostrar algumas músicas e foi impressionante, quando ela
mostrou as canções vi um potencial gigantesco. Em 2011 estava tocando em São
Paulo com outro Projeto Musical que tenho com o Luiz Paulo que é baixista e
numa conversa no quarto do hotel, surgiu a idéia de criar uma banda focada ou
baseada no que havíamos visto no Festival que estava rolando em Sampa, só que
com um vocal feminino e como eu já conhecia a Kali, falei: Tem uma menina lá em
Porto Velho que acho que vai encaixar com nossa idéia, mostrei um vídeo dela
que tinha na Internet e ele ficou super impressionado. Cerca de um mês depois, sentamos
com a Kali e fizemos a gravação apenas voz e violão das músicas dela e então
passamos a elaborar os arranjos e montar o necessário para a produção do CD.
Zk – Quem faz parte da
Banda?
TJ – São cinco pessoas: Kali
no vocal, eu na guitarra, violão e vocal; Jeferson na guitarra, teclado e
vocal; Luiz Paulo no baixo e sintetizadores e o Felipe na Bateria.
Zk – O nome Kalhordas surgiu
em função do nome Kali?
TJ – Mais ou menos. Na
verdade, estávamos na busca de um nome pro grupo e várias idéias foram surgindo,
mas, nenhum era agradável e o Luiz Carlos fuçou o meu computador e achou um
texto que tinha feito “Ode aos Calhordas”
alguma coisa assim e ele achou o nome muito interessante por que querendo ou
não, é um nome que carrega a imagem de Bossa aquela idéia dos anos cinquenta e
a Kali tem uma influencia muito forte sobre Bossa Nova e então colocamos o “K”
no calhorda pra relacionar com o nome dela. Inclusive fui o cara que mais
relutou contra o nome.
Zk – Por quê?
TJ – Por que carrega uma
imagem muito negativa. Calhorda é o Malandro nível máster.
Zk – Kali e as composições?
Kali – Tem muito a ver com o
que eu estava passando e também exemplo de amigas que me falavam a respeito de
seus relacionamentos, então vinha aquela imagem na minha cabeça e eu queria
escrever a respeito daquela história, mas, a maioria das letras têm muito a ver
comigo.
Zk – Você canta mais o amor
ou o desamor?
Kali – Gosto dos dois, tanto
que no CD a gente costuma dizer que tem uma ordem cronológica. No inicio tem
“Sobre o Acaso” que é um poema da Gabi Amadio e depois vem Parte de Mim cuja
letra transmite a dúvida: Será que enfim encontrei aquele amor. Tem momentos de
tensão, momentos que abandonei coisas, amores, não é só uma história, são
várias.
Zk – Como foi a primeira
apresentação em público e quando foi?
Kali – Foi bem positiva,
embora a gente ainda estivesse bem destreinada e eu fosse muito tímida, tanto
que não larguei o microfone um só minuto e tinha medo de andar, apesar da
tensão achei positiva, até porque os amigos compareceram e aplaudiram inclusive
pessoas que não conhecíamos elogiaram, foi muito legal.
Zk – É verdade que vocês
estão indo pra São Paulo. Qual o objetivo?
TJ – Estamos indo para
divulgar o trabalho que já temos e nos personalizarmos mesmo. Aqui em Porto Velho
e na região Norte como um todo, ainda é um pouco complicado você se estabilizar
como músico. Estamos indo pra São Paulo pra buscar melhorar e também preparar
um novo trabalho que estamos pesquisando desde julho, que é a Música Popular
Beradeira – MPBERA. Primeiro vamos trabalhar o CD “... e a Primavera Chega” que ainda é muito novo, foi lançado em
setembro deste ano. Vamos galgar alguns degraus para melhorar como músicos,
como produtor musical, como artista.
Zk – O trabalho de vocês é
apenas autoral?
TJ – A gente toca algumas
versões dos artistas compositores daqui e até de outros estados, a gente tem um
foco muito na Música Popular Brasileira, valorizamos muito isso, que é o nosso
cenário real, mas, nosso foco é o nosso trabalho autoral a gente só insere
músicas de outros artistas quando o tempo é mais prolongado.
Zk – Fala mais sobre a
MPBera?
TJ – Na verdade é um termo
antigo. É a Música Popular Beradeira que só agora tomou formas populares. Nossa
idéia é fazer o resgate da música local. Já temos alguma coisa pesquisada e
ainda contamos com a ajuda do Binho, do Rinaldo, do Bira do Bado e de outras
pessoas. Temos sentado muito e conversado com essas pessoas sobre essas
histórias musicais essas cenas. Já trabalhamos algumas canções, a primeira foi
a do Walter Bártolo que é o primeiro registro histórico que a gente tem
conhecimento: “Foi Ela”. A idéia da Musica Popular Beradeira que temos, é na
questão de valorizar mesmo esse cenário local.
Zk – Como você se sentiu
cantando sem ser com os Kalhordas, no Canta Mulher?
Kali – Foi muito
gratificante e lindo, várias meninas daqui inclusive a Wilka que é uma coisa
incrível cantando, todas foram maravilhosas. Achei massa porque foi uma
experiência bem diferente pra mim. Com os Kalhordas já sou familiarizada, canto
sorrindo pra eles, é diferente você estar ali cantando com outra banda, apesar
de músicos maravilhosos como o Betão, Katatau, todos ótimos músicos. Gostei
muito e acho que todo mundo também gostou.
Zk – Vocês se apresentam em
qual casa noturna em Porto Velho?
TJ – Não temos uma casa
fixa, mas, pelo menos uma vez por mês a gente tem tocado em uma casa de show.
Informal, Pioneiros ou Grego e outros espaços, a gente tem mantido um ciclo de
shows muito forte. Há mais de oito meses que a gente não fica sem tocar nem que
seja uma vez por mês. Talvez o nosso trabalho não seja o mais interessante
musicalmente falando, mas, foi o mais constante entre as bandas locais,
Zk – E fora de Porto Velho?
TJ – Na verdade nosso
primeiro show como banda foi fora de Porto Velho num evento que aconteceu no
município de Candeias do Jamari, depois tocamos em Ji Paraná e só então tocamos
em Porto Velho.
Zk – E o CD “... e a
Primavera Chega”?
TJ – Vou repetir o que escreveu o antropólogo paraibano Ninno Amorim: "Este
trabalho aponta para uma mudança no cenário musical existente em Rondônia.
Trata-se de um convite irrecusável para uma viagem de paz pelo país de Kali e
os Kalhordas. Um mundo musical bem colorido com as mais diversas
influências.",
Zk – Para contratar a Kali e
os Kalhordas?
TJ – a pessoa pode entrar em
contato via face kalieoskarlhordas ou pelos telefones: (69) 8102-4333 (Thiago),
8133-2103 (Luiz Paulo)e o da Kali que é 8156-1003.
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