Foi assim, seu Emir Sfair
publicou uma entrevista comigo na edição do dia 12 de maio de 1994. Após a
entrevista (em off), ele fez o convite, se eu aceitaria passar a publicar a
coluna no Diário da Amazônia? Antes de responder essa pergunta é preciso dizer
o seguinte:
O jornalista Antônio Queiroz
que a época era o editor do jornal Estadão do Norte, havia me convidado para
publicar o Zekatraca no seu jornal o que aceitei. Isso foi em outubro de 1993, na
época o Zekatraca só escrevia sobre os eventos carnavalescos e geralmente, a
coluna começava a ser publicada no mês de outubro e saia do ar, no domingo após
a quarta feira de cinzas do ano seguinte.
Assim quando terminou o
carnaval de 1994, Queiroz me chamou na redação (naquele tempo o Estadão ainda
não era informatizado), pois eu escrevia a coluna em casa, e me falou: “Silvio
esse teu Zekatraca é muito lido e vende jornal, que tal continuar publicando a
coluna durante o ano todo?” Aceitei com uma condição: passaria a escrever sobre
tudo, inclusive política. Minha proposta foi aceita, só que o Queiroz sugeriu:
“Como Zekatraca é do segmento carnavalesco, que tal você passar a utilizar o
pseudônimo de Zé Matraca”, aceitei e passei a escrever principalmente sobre
política e os políticos. De repente a partir de meados do mês de abril e inicio
de maio, raramente a coluna era publicada, fui à redação e lá me disseram que a
empresa estava passando pelo processo de implantação do sistema informatizado e
por isso às vezes a coluna não era publicada. Depois fiquei sabendo que na
realidade, o principal articulista político do jornal, exigiu a retirada do Zé
Matraca. “Ou ele ou eu”.
Nesse ínterim aconteceu
aquela entrevista com o seu Emir e o convite para trabalhar no Diário da
Amazônia.
Primeiro
Zekatraca no Diário da Amazônia
Na entrevista concedida ao
seu Emir Sfair falei sobre minha vida, inclusive da fase de pinguço
juramentado, “pé inchado” mesmo, que vivi da metade da década de 1970 até junho
de 1981. Após a entrevista, ele perguntou como estava meu relacionamento no
Estadão e lhe contei o que havia acontecido e ele então falou: “Saiba que as
portas do Diário da Amazônia estão abertas para você a hora que você quiser”.
Eu estava como sempre,
acompanhado do meu amigo Manelão e ao sairmos da redação do Diário que era na
rua Joaquim Nabuco, fomos até uma lanchonete comer alguma coisa e o Manelão
perguntou, você vai aceitar a proposta do seu Emir? Vou!
Resultado, no dia 12 de
junho de 1994 exatamente um mês após a publicação da minha entrevista com seu
Emir, era publicada a primeira coluna do Zekatraca no Diário da Amazônia, quer
dizer, três meses antes do primeiro aniversário do jornal.
Nesses 19 anos e 9 meses,
jamais a coluna do Zekatraca com sua Lenha na Fogueira deixou de ser publicada.
Alguns fatos pitorescos aconteceram nesse tempo, como a vez que discuti com o
chefe da diagramação e formatação do jornal Natalino e ele publicou o Zekatraca
no Caderno dos Classificados. Outra vez o Nilton Salinas enquanto editor chefe
censurou a Lenha na Fogueira e pegou um esbregue do seu Acir. Tem a história do
apresentador de TV que invadiu a redação e só não me bateu porque o seu Waldir
Costa não deixou. A jornalista que hoje é responsável por um site famoso,
também invadiu a redação me acusando de ter sido o responsável pela demissão
dela de uma emissora de televisão. Tem uma que a colega de redação que sentava
ao meu lado me acusou de pornográfico, porque recebi um e-mail cheio de mulher
pelada. Ela me denunciou a direção e eu rasguei a advertência, porque não
procedia.
No meu caso, são quase 20
anos vivendo os melhores dias como colunista cultural nessa empresa que
considero extensão da minha casa.
Obrigado Diário da Amazônia!
Parabéns Diário da Amazônia
pelos seus 20 anos!
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