“Chegou a hora de passar fogueira, de dançar quadrilha e brincar boi bumbá...”
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...No tempo que televisão era só para rico, quando nem se
sonhava com a Internet e principalmente com as chamadas redes sociais, as
festas juninas, principalmente na véspera e dia de São João, as fogueiras e os
rojões pipocavam pelos quatro cantos da cidade de Porto Velho.
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Até meados da década de 1980, a brincadeira mais popular
nas festas juninas era a dança do boi bumbá.
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Os comerciantes e os empresários mais abastados, contratavam
grupos de bois bumbás para dançar em frente suas residências.
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Naquele tempo, praticamente todas as casas de Porto Velho
tinha quintal e ali se acendia a fogueira e convidava o boi bumbá para se apresentar.
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Já nos arraiais dos clubes sociais como Ypiranga,
Bancrévea, Guaporé, Danúbio Azul e Imperial quem se apresentava, eram os grupos
de quadrilhas, formados em sua maioria com os sócios presentes à festa.
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Na década de 1960 o proprietário do Serviço de Alto
Falante “A Voz da Cidade” senhor Fuad Nagib em parceria com o radialista e
sócio Humberto Amorim realizava na avenida Sete de Setembro o Festival
Folclórico com a participação apenas dos grupos de bois bumbas.
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Os grandes rivais entre os bumbas era o Flor do Campo de
Luiz Amaral e o Corre Campo do Galego. Se apresentavam também os bois
Garantido, Fortaleza, Pai do Campo, Brilhamante, Rei do Campo e Malhadinho.
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Tinha uma tradição, todos os bois antes desse festival,
se apresentavam em frente a casa do Governador (hoje Memorial Jorge Teixeira).
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O amo do boi bumbá Flor do Campo Augusto Queixada certa
vez cantou em frente a casa do governador os versos em ritmo de toada:
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“Eu
queria essa beleza, pra ser um homem educado! Eu queria dar um viva ao
governador do estado”.
Quando o Brasil foi Tri Campeão do Mundo a toada foi:
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“Brasil
tri campeão do mundo, Brasil no futebol é o melhor, assim acontece em Rondônia,
no festival boi Flor do Campo é o maior”.
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Veja que ele usa o termo “estado”, mesmo sendo Rondônia
ainda Território Federal.
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O grande festival de dança de quadrilha acontecia nas
quadras dos colégios.
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O mais famoso arraial entre os colégios que naquele tempo
eram chamados de “Grupo Escolar”, era o
do Grupo Escolar Barão do Solimões.
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Na década de 1970 a brincadeira de boi bumbá em virtude
de muitas brigas entres integrantes de grupos rivais, foi proibida, ficando
apenas o bumbá “Malhadinho” que ensaiava na rua Princesa Isabel com a Joaquim
Nabuco no bairro Tucumanzal.
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Foi justamente com a intenção de se resgatar a brincadeira
de boi bumbá em Porto Velho que em 1982, a equipe de cultura da Secretaria de
Cultura, Esporte e Turismo - SECET resolveu realizar na quadra do colégio Rio
Branco a 1ª Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás do Estado de Rondônia.
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Entre outros grupos de bumbas a turma conseguiu resgatar
o Flor do Campo, Fortaleza além do Malhadinho e se não estou enganado o Pai ou
Rei do Campo.
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Bom! O que queríamos mesmo era lembrar o tempo que se
acendia fogueira na noite de São João. Onde se assava milho e banana comprida,
se passava fogueira e se comia bolo de
macaxeira com aluá e degustava um saboroso mungunzá.
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Hoje nem mesmo o Flor do Maracujá acontece no mês de
junho
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“Saí
correndo para a beira da fogueira, ver meu rosto na bacia, água se derramou...”.
3 comentários:
meu amigo Silvio Santos,infelizmente não podemos ter mas este prazer,de fazer fogueira e brincar, pular a fogueira,comer milho assado e outras coisas. tudo porque a ambiental logo chega e te multa. hoje sai caro fazer fogueira.
23 de junho de 2013 05:10
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