sábado, 22 de junho de 2013

LENHA NA FOGUEIRA - 23.06.13


“Chegou a hora de passar fogueira, de dançar quadrilha e brincar boi bumbá...”

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...No tempo que televisão era só para rico, quando nem se sonhava com a Internet e principalmente com as chamadas redes sociais, as festas juninas, principalmente na véspera e dia de São João, as fogueiras e os rojões pipocavam pelos quatro cantos da cidade de Porto Velho.

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Até meados da década de 1980, a brincadeira mais popular nas festas juninas era a dança do boi bumbá.

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Os comerciantes e os empresários mais abastados, contratavam grupos de bois bumbás para dançar em frente suas residências.

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Naquele tempo, praticamente todas as casas de Porto Velho tinha quintal e ali se acendia a fogueira e convidava o boi bumbá para se apresentar.

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Já nos arraiais dos clubes sociais como Ypiranga, Bancrévea, Guaporé, Danúbio Azul e Imperial quem se apresentava, eram os grupos de quadrilhas, formados em sua maioria com os sócios presentes à festa.

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Na década de 1960 o proprietário do Serviço de Alto Falante “A Voz da Cidade” senhor Fuad Nagib em parceria com o radialista e sócio Humberto Amorim realizava na avenida Sete de Setembro o Festival Folclórico com a participação apenas dos grupos de bois bumbas.

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Os grandes rivais entre os bumbas era o Flor do Campo de Luiz Amaral e o Corre Campo do Galego. Se apresentavam também os bois Garantido, Fortaleza, Pai do Campo, Brilhamante, Rei do Campo e Malhadinho.

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Tinha uma tradição, todos os bois antes desse festival, se apresentavam em frente a casa do Governador (hoje Memorial Jorge Teixeira).

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O amo do boi bumbá Flor do Campo Augusto Queixada certa vez cantou em frente a casa do governador os versos em ritmo de toada:

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“Eu queria essa beleza, pra ser um homem educado! Eu queria dar um viva ao governador do estado”.

Quando o Brasil foi Tri Campeão do Mundo a toada foi:

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“Brasil tri campeão do mundo, Brasil no futebol é o melhor, assim acontece em Rondônia, no festival boi Flor do Campo é o maior”.

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Veja que ele usa o termo “estado”, mesmo sendo Rondônia ainda Território Federal.

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O grande festival de dança de quadrilha acontecia nas quadras dos colégios.

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O mais famoso arraial entre os colégios que naquele tempo eram chamados de “Grupo Escolar”, era o  do Grupo Escolar Barão do Solimões.

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Na década de 1970 a brincadeira de boi bumbá em virtude de muitas brigas entres integrantes de grupos rivais, foi proibida, ficando apenas o bumbá “Malhadinho” que ensaiava na rua Princesa Isabel com a Joaquim Nabuco no bairro Tucumanzal.

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Foi justamente com a intenção de se resgatar a brincadeira de boi bumbá em Porto Velho que em 1982, a equipe de cultura da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo - SECET resolveu realizar na quadra do colégio Rio Branco a 1ª Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás do Estado de Rondônia.

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Entre outros grupos de bumbas a turma conseguiu resgatar o Flor do Campo, Fortaleza além do Malhadinho e se não estou enganado o Pai ou Rei do Campo.

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Bom! O que queríamos mesmo era lembrar o tempo que se acendia fogueira na noite de São João. Onde se assava milho e banana comprida, se passava fogueira  e se comia bolo de macaxeira com aluá e degustava um saboroso mungunzá.
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Hoje nem mesmo o Flor do Maracujá acontece no mês de junho

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“Saí correndo para a beira da fogueira, ver meu rosto na bacia, água se derramou...”.

3 comentários:

Guajará Mirim, Rondônia, Brasil disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Guajará Mirim, Rondônia, Brasil disse...

meu amigo Silvio Santos,infelizmente não podemos ter mas este prazer,de fazer fogueira e brincar, pular a fogueira,comer milho assado e outras coisas. tudo porque a ambiental logo chega e te multa. hoje sai caro fazer fogueira.
23 de junho de 2013 05:10

Guajará Mirim, Rondônia, Brasil disse...
Este comentário foi removido pelo autor.