O problema que envolve o folclore no estado de Rondônia, não se resume apenas aos grupos da capital Porto Velho.
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Em Guajará Mirim pelo menos
o Boi Bumbá Flor do Campo, está convivendo com a falta de responsabilidade por
parte de quem de direito, no que diz respeito ao apoio cultural necessário para
que o grupo se prepare condignamente para o Festival Folclórico conhecido como
Duelo na Fronteira.
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O secretário de Turismo e
Cultura do município artista plástico Ariel Argobe que também é diretor de arte
do bumbá vermelho e branco da Pérola do Mamoré, indignado com a situação.
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Desabada num artigo
publicado em vários sites de Rondônia e que aqui vamos compartilhar alguns
parágrafos.
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O ano de 2013 parece mesmo
ser um daqueles anos que temos que esquecer, pelo menos no que se refere à
ausência das instituições públicas responsáveis pela condução da política
cultural, seguidamente negligente para com a cultura popular...
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...Vejamos o exemplo do
Arraial Flor do Maracujá, em Porto Velho, colossal certamente criado pelo
próprio Governo do Estado de Rondônia, que expõe a genialidade criadora de
caboclos e beradeiros das terras e barrancas do Rio Madeira, há mais de três
décadas, na iminência de não acontecer pela exata vontade da autoridade
pública.
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O mesmo fenômeno, de atitude
contrária ao patrimônio cultural popular, também se registra em terras do
Mamoré. O Governo de Rondônia, de maneira insensível e com total
descomprometimento, na maior cara de pau, tacitamente ensaia sair de cena do
Bumbódromo da Pérola do Mamoré, desaparecendo pela tangente, sem assumir suas
necessárias e imprescindíveis responsabilidades para realização do 19º Festival
Folclórico de Guajará-Mirim.
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A história de criação do
Boi-Bumbá Flor do Campo é sempre contada de forma romântica e apaixonante, como
sendo a vontade abnegada de uma professora exemplar e comprometida com a
cultura popular, Georgina Ramos da Costa, que no ano de 1981, em uma das salas
da Escola Estadual Almirante Tamandaré criou o bumbá.
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Há alguns anos a escola vem
dificultando a entrada dos brincantes da Nação Vermelha e Branca na quadra da
escola, onde costumeiramente, ao longo dos anos, o Boi do Bairro Tamandaré
realiza seus ensaios.
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A atual Diretora da Escola,
Professora Rosane Couteiro Lemos, reluta e nega, intransigentemente, um espaço
que não é seu, mas sim público, de uso comum de todos.
A Professora Rosane Couteiro
Lemos passa longe – muito longe mesmo - dos modernos princípios que entendem
que a educação não pode mais ficar limitada aos muros escolares.
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E assim caminha a cultura
popular em Guajará-Mirim e em Rondônia: enfrentando analfabetos estéticos;
lutando contra gestores escolares preconceituosos, acomodados, conformados e
defensores de uma escola alienadora e excludente; mendigando o apoio das
instituições públicas culturais e de seus respectivos gestores, comprometidos
apenas com o projeto econômico de grandes empresários da indústria da cultura
de massa;
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Ouvindo não do
Excelentíssimo Senhor Governador Confúcio Moura, um vaidoso blogueiro que pensa
que a cultura popular - marcadamente perpetuadora da identidade cultural do
povo de Rondônia e do Brasil – aquela praticada pelo povo humilde, realizada
pelo artista simples e admirada por gente moradora das comunidades carentes,
pelo turista e pelo mundo inteiro, não precisa do apoio de seu governo pífio.
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Escreveu o professor Ariel
Argobe”
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