É isso aí Zekatraca! “Pelo menos estão fazendo alguma coisa...”
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Essa frase ouvi ao chegar num evento, onde o show era dos
melhores mas, a produção deixava muito a desejar.
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O cidadão que proferiu a frase, era um dos que estavam
usufruindo das benesses financeiras que foram ou serão pagas pela produção.
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Pego de surpresa, pois, não havia nem chegado direito ao
ambiente, quando fui abordado pela pessoa com a já citada frase.
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Minha reação imediata foi responder: “É por isso que a
cultura em Porto Velho está do jeito que está, pois pessoas como você aceitam
qualquer coisa em troca de uma quinquilharia”, O cidadão não gostou muito da
minha resposta. Mas, sorriu um sorriso amarelado e foi cuidar da parte que lhe
cabia.
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Outro dia na Casa da Cultura Ivan Marrocos, a artista
plástica Goreth Lira decepcionada com a falta de apoio às artes plásticas e as artes
de um modo geral, no encerramento de uma exposição pegou seus quadros e tocou
fogo.
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Aceitou Jesus e disse que agora só vai trabalhar com
decoração.
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A artista plástica rondoniense mais conhecida
mundialmente Rita Queiroz desembarcou domingo passado em Porto Velho, vindo de
Anápolis (GO), disposta a encerrar as atividades do Ponto de Cultura Arte e
Vida Rio Madeira que fica na localidade de Santa Catarina no baixo Rio Madeira.
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Rita está super decepcionada com o governo estadual que
não está nem aí para os produtores culturais em Rondônia.
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E o cidadão por estar ganhando uns trocados, vem com essa
conversa: “Pelo menos estão fazendo alguma coisa!”.
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Na política essa máxima vem do tempo do Ademar de Barros
que foi governador de São Paulo na década de 1950. Passou pelo governo Maluf e
chegou ao Congresso Nacional de onde saiu e tornou-se sucesso em todo o Brasil.
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O governo de fulano de tal “Rouba mas, faz”.
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“Ele roubou mas pelo menos asfaltou as rodovias”. “Roubou
mas, deixou alguma coisa para o povo”.
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O pior dessa falta de sensibilidade por parte de todos
nós que trabalhamos a cultura em nossa cidade/estado, é se conformar com o que
nos oferecem.
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A falta de recurso, não justifica um show mal produzido.
Quando falo em produção estou me referindo a estrutura de iluminação,
sonorizaão e ambiente onde o espetáculo será ou foi montado.
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Por incrível que possa parecer, na maioria das vezes, o
público não está nem aí para detalhes como falta de iluminação artística ou
falta de melhor sonorização, o público vai para assistir e aplaudir o artista
que ele admira e pronto, o resto são detalhes que para o público não interessa
e com isso, principalmente os produtores dos shows que são patrocinados pelo
governo, muitas vezes recebem pelo que não colocaram e em conseqüência, pelo
que não produziram.
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E nós artistas por não entendermos de como funciona o
sistema, aceitamos nos apresentar apenas por um cachê ínfimo, quando deveríamos
nos preocupar também com a estrutura aonde iremos nos apresentar. Tem
iluminação artística? A sonorização comporta nosso equipamento? Os músicos,
dançarinos e cantores terão direito pelo menos a água mineral? E por aí vai.
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Ao deixarmos o barco correr da maneira que os puxa saco
do governo querem, a gente se lasca!
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Um espetáculo seja teatral, musical, de dança, literário,
ou artes plásticas, tem que receber de quem o produz o melhor e maior respeito
possível.
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Chega de fazer por fazer. Chega de: “Pelo menos estão fazendo”
(merda)!
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