sábado, 9 de outubro de 2021

ENTREVISTA - Jorgiley – Porquinho o comunicador que faz a diferença no rádio de Porto Velho


Tenho uma maneira própria de medir a audiência de um programa de rádio. É o seguinte: quando o programa ecoa na rua por onde você está passando, dando a impressão de que todo mundo está sintonizado naquela emissora, é a dica. Isso acontece de segunda a sexta feira a tarde, durante a apresentação do Programa apresentado pelo Denis Andrade e o Jorgiley Porquinho na rádio Parecis 98.1 FM “Tarde Mais”. O que nos prende a esse programa, é a maneira de como a dupla o apresenta. O negócio deles é a descontração, as brincadeiras, as chamadas resenhas. Pouquíssimas músicas são tocadas durante as quatro horas do programa (das 14 às 18 horas). Porquinho com seu estilo irresponsável (de proposito), de fazer rádio e o Denis Andrade mais comedido mais eclético, dominam o horário. Quarta-feira passada (6), resolvi conhecer a história do Jorgiley que segundo o Denis Carvalho é marcada por várias mulheres. “Isso já passou, agora a Nanã é quem comanda meu coração. Há 9 anos Amo essa Mulher guerreira de verdade”.

Melhor mesmo é acompanhar as histórias do Porquinho na entrevista que segue:

ENTREVISTA

 

Zk – Vamos começar pela sua identificação, nome, cidade onde nasceu?

Porquinho – Meu nome é Jorgiley Valdivino Sales, nascido em Senador Guimar - Quinari (AC). Vim para Porto Velho com apenas 1 ano de idade com meu pai José Valdivino Vieira e minha mãe Darci Sales Vieira. Meu pai foi arbitro de futebol aqui em Rondônia amigo do Becão.

Zk – Quando foi que começou sua história no futebol, principalmente como goleiro?

Porquinho – Comecei no Campo do 13, no bairro Embratel, aliás, quem construiu aquele campo foi meu pai e seus amigos da comunidade.

Zk – E o Grupo Imagem de Comunicação?

Porquinho – O Osmar que era operador de rádio na época, estava assistindo um jogo de futebol onde o Helton Leoni estava jogando, no Campo do Nova Era e estava também o Volney Alonso e o Everto parece, estava por lá também e eu fui pegar no gol. Nesse pegar no gol o Osmar gostou e como toda semana ele estava lá, eu falei que tinha vontade de ser operador de rádio e então ele me levou para rádio Parecis para estagiar ou melhor, aprender e eu acabei ficando. Fui operador no programa do Clevis Serafim. Depois estraguei o programa do Miranda “Love Night” que era um programa que começava as 9 da noite e terminava a meia noite. Acontece que ele deixava sua parte gravada em MD e eu tinha que prestar atenção, para dar o intervalo entre as falas dele e colocar uma música.  Resultado foi que coloquei o MD e deixei rodar todinho, sem colocar música e com isso o programa foi até as 10 horas da noite quando o correto era até meia noite. Pelo menos naquele tempo, meu sonho de ser radialista acabou.


Zk – Mas, você continuou na empresa, fazendo o que?

Porquinho – Aí fui contratado como o cara das Mil e Uma Utilidade, o faz tudo. Tenho um chefe que é o Arildo e sou responsável pela manutenção, a parte de locutor/apresentador é uma diversão. Quando comecei em 2016 me questionei, por trabalhar sábado, feriado e domingo, hoje não consigo viver mais longe disso aqui. Quem abriu os microfones pra mim pela primeira vez, foi o Denis Andrade na Expovel em 2016, onde tinha uma Escada Magirus. Ele chegou comigo e falou: Porquinho vai lá sobe nessa escada, coloquei uma peruca velha e subi e daí foi! Depois veio o Palco da Parecis e esse ‘doido’ me convidou e vim pra cá. Eu trabalhava como eletricista, porém, quando fui vítima de um acidente e perdi uma das vistas, as empresas não queriam mais me contratar. Foi quando o Marlon me chamou e eu ainda dei o cano nele três vezes, porque não queria trabalhar aqui, mas, com a recusa das demais empresas, terminei por aceitar o convite. Já fazem 26 anos que estou aqui. Foi em 2000 que conheci esse amigo que considero meu irmão, que é o Denis Andrade.

Zk – Quer dizer que o Denis Andrade é o responsável por essa irresponsabilidade com o Rádio portovelhense?

Porquinho – Kkkkk (Denis e Porquinho rindo demais). Esse cara que virou meu irmão, eu nunca consegui me expressar, para dizer o quanto gosto dele. Tem uma passagem que faço questão de comentar: Teve uma festa aqui na rádio e fui contratado para servir a comida (um verdadeiro ‘Severino’. Quando acabou a festa, sobrou alguns refrigerantes, então falei pro Denis: Será que, se eu colocar esses refrigerantes num saco preto e levar vai dar problema? E o Denis respondeu: “Não será mais legal tu chegar com o Marlon e pedir pra levar?” Foi o que fiz e o Marlon autorizou. Por isso, acho que quem me acostumou a pedir as coisas no rádio, foi o Denis.

Zk – E esse negócio que o Denis sempre está lembrando: Você já teve mesmo esse monte de mulher que ele fala?

Porquinho – É verdade, feio como sou, e agora com a deficiência, já tive uma ‘ruma’ de mulher, assumo como sem vergonha, acreano né! Foram cinco mulheres. Inclusive, contei no “Papo de Redação” apresentado pelo Beni, Everton, Sergio Pires e Professor Peixoto que peguei a minha terceira mulher na minha cama, com outro cara, fazendo “rococó”.


Zk – E hoje?

Porquinho – Hoje Deus me livre, já estou a NOVE anos com a Nanã. A Nanã, o nome dela é Ana Cláudia Martins, veio pra quebrar esse negócio, ela é uma mulher GUERREIRA, é a mulher que AMO! Se eu fosse falar aqui o tanto que tenho de gratidão por ela não acabaria tão cedo. Se eu saí de dentro da casa da minha mãe e tenho a casa que tenho hoje, devo a Nanã.

Zk – Por que Nanã?

Porquinho – Foi um apelido carinhoso que coloquei. Na hora do ‘rococó' fica mais romântico. Aí o pessoal começou a chamar Vai Nanã e pegou!

Zk – Vamos falar sobre sua carreira como radialista?

Porquinho – Eu nem me considero locutor, sou um comunicador, o locutor tem que saber mexer nos aparelhos, falar bonito explicadamente. Devo tudo que sou no rádio ao Denis Carvalho, meu verdadeiro professor. Quando comecei a trabalhar no Grupo vinha toda tarde para cá e comecei a me entrosar, aí pegava esculhambação da Eva e da Elisa tipo: “Você não pode estar lá dentro do estúdio falando essas besteiras”. O certo que o negócio foi pegando e o Marlon comprou a ‘briga’. O Denis conversou com ele e estou aqui até hoje nessa loucura.

Zk – Outro Projeto que você realiza, é a Festa no Dia das Crianças. Como nasceu essa ideia?

Porquinho – Faço questão que as pessoas acompanhem essa entrevista, que é para elas conhecerem a realidade do bairro Renascer, que fica ali por detrás da Faro. Renascer é o Posto Cristo II, é um bairro que está começando agora, tem uma parte que é área de invasão. A área onde moro é documentada, apesar de ainda ter que desmembrar do terreno do seu Airton. Eu, vendo a fragilidade do bairro, levei o Projeto pra lá. Já realizava esse projeto no Campo do 13. Até porque eu não tive infância. Se alguém me perguntar por que eu faço isso, eu não sei responder. Hoje tenho um campo de futebol por trás da minha casa num terreno do seu Airton. Eu me sinto no direito, já que trabalho numa empresa de comunicação e tenho essa facilidade, de poder pedir no microfone da Rádio Parecis e na SIC TV; me acho no direito de fazer alguma coisa por aquelas crianças. Antes era no campo do 13 juntamente com o Evaldo do Gênus.

Zk – Quem quiser colaborar liga para qual celular?

Porquinho – Quem quiser me ajudar este ano no dia 17, lá no bairro Renascer, pode ligar no celular 9231-1816. Coloquei na bandeirinha: “Faça uma criança sorrir no bairro Renascer”. Por isso renovo o convite: Vá conhecer o bairro Renascer. Para você fazer ideia, os poços Amazônicos de lá estão praticamente sem água. Ligo minha Bomba por dez minutos e o poço seca, é muito difícil para aquela comunidade.



Zk – Outra coisa que você se dedica, é o trabalho junto aos Balneários do tipo Jalapão. Quer explicar essa vertente?

Porquinho – Isso começou com essas ‘brincadeiras’ que faço aqui na rádio e o Jerry do Jalapão e o Mazinho do “Olho D’água”. Se tenho uma casa, agradeço ao Mazinho. Se eu achava um pau lá no meio da rua eu falava com ele: Mazinho vumbora buscar um pau ali. Ganhei 300 tijolos, vamos buscar. Agora o Jerry entrou na minha vida, vou lá no Jalapão de 15 em 15 dias, até tenho ouvido falar certas coisas, porque no Olho D’agua eu faço um negócio mais extrovertido, e no Jalapão é mais elitizado.

Zk – De onde vem esse apelido de Porquinho, é porque você é torcedor do Palmeiras?

Porquinho – Fui criado na Embratel, ao lado da Vala tinha um campo de futebol e a gente só jogava nesse campo quando chovia. Aí ficava todo mundo melado de lama. Como eu jogava no gol, toda vida eu passava todo sujo, aparecendo só o olho e a turma dizia: Vai tomar um banho, parece um PORCO. Quando eu defendia uma bola no gol eles gritavam PORQUINHO defendeu. Com 12 anos de idade vi o Palmeiras perdendo seis partidas seguidas, falei: Vou torcer por esse time e dessa brincadeira me apaixonei pela cor verde e como meu apelido é porquinho juntou a fome com a vontade de comer. Assistindo o desfile da escola de samba Mangueira por sua cor ser verde, passei a torcer por ela também.

Zk – E o goleiro começou quando?

Porquinho – Comecei jogando pelo Juventus lá no campo do 13, em 98 e em 99 o Evaldo colocou um campeonato profissional pela primeira vez e eu disputei pelo Gênus. Em 2000 fui jogar pelo campeonato acreano em Senador Guiomar e depois voltei pra cá. Posso dizer que fui o único goleiro de Porto Velho que jogou a Copa João Havelange, em 2000, viajei pra Manaus, joguei contra o Flamengo do Piauí e assim começou minha vida no futebol como goleiro. Hoje, mesmo deficiente, ainda jogo por aí.

Zk – Por falar nisso, como aconteceu esse acidente que provocou essa deficiência?

Porquinho – Aconteceu devido essa minha paixão por dinheiro. Trabalhava no Status Motel do Severino e ele me ofereceu 300 Reais para tirar uma cerca de arame farpado. Eu ganhava 300 para trabalhar a semana toda e ele me ofereceu a mesma quantia para trabalhar um dia. Eu tirando a cerca de arame farpado, com a talhadeira e a marreta e o grampo veio furou meu olho. Como demorei muito para ser operado (o acidente foi meio dia e eu fui operado 7 horas da noite), perdi o líquido do meu olho. Quando me operei ainda enxergava 30 por cento, com o passar do tempo, perdi a visão totalmente. Na época ele me indenizou. Costumo falar pros meus amigos que insistem em me chamar de corno; que como sou deficiente de uma vista e eles são confiados por enxergam com as duas, quando saio de casa dou uma volta no quarteirão, pra ver o que está acontecendo e o cara que enxerga com as duas, sai de casa dar um beijo na mulher e vai embora, enquanto o pé de pano pula a cerca e vai fazer rococó com a mulher dele. Até porque não posso usar aquele ditado: “É um olho no peixe e outro no gato”.

Zk – Um grande momento seu no rádio?

Porquinho – O momento mais importante que tive na minha vida aqui, até comentei com o Denis foi: Uma vez todos os funcionários da SIC TV/Rádio Parecis fizeram uma homenagem pra mim. Não sei de quem foi a ideia. Todos dizendo palavras de apoio e como sou um cara muito brincalhão, tenho a boca suja; isso herdei do meu pai, por isso fiquei deveras emocionado com a homenagem do pessoal que trabalha aqui. Não esperava devido eu tratar todo mundo como vagabundo, ordinário. Esse dia está marcado na minha vida!



Zk – Você tem filhos?

Porquinho – Tenho dois, o meu filhão Derlei que está com 22 anos, e o Gabriel que não vive comigo. Ele foi tirado de mim com SEIS dias de vida. Como a mulher estava na maternidade eu fui curtir o ‘MIJO’ do menino, sexta e sábado no “Papo de Esquina” e domingo “Nos Cobras do Forró” e o pessoal foi falar que eu estava com mulher.

Zk – Hoje o grande amor da sua vida chama-se?

Porquinho – Ana Claudia Martins a Nanã, meu grande AMOR!

Zk – Para encerrar de vez! Que horas começa a festa no Renascer no próximo domingo dia 17 de outubro de 2021?

Porquinho – Faço o convite para você participar: Domingo dia 17 de outubro, no bairro renascer a partir das 16 horas. Este ano vai ter PAU DE SEBO. Vou distribuir mais de 300 sacolinhas com Fé em Deus e apoio dos meus amigos. Dia 17 no bairro Renascer “Faça uma criança sorrir”.

OBS:- FOTOS DE ANA CELIA

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela matéria Silvio Santos, gostaria de com todo respeito atentar pra uma correção, o sobrenome do Denis é Andrade.

Afrânio disse...

Parabéns pela entrevista