Tenho
uma maneira própria de medir a audiência de um programa de rádio. É o seguinte:
quando o programa ecoa na rua por onde você está passando, dando a impressão de
que todo mundo está sintonizado naquela emissora, é a dica. Isso acontece de
segunda a sexta feira a tarde, durante a apresentação do Programa apresentado
pelo Denis Andrade e o Jorgiley Porquinho na rádio Parecis 98.1 FM “Tarde Mais”.
O que nos prende a esse programa, é a maneira de como a dupla o apresenta. O
negócio deles é a descontração, as brincadeiras, as chamadas resenhas.
Pouquíssimas músicas são tocadas durante as quatro horas do programa (das 14 às
18 horas). Porquinho com seu estilo irresponsável (de proposito), de fazer
rádio e o Denis Andrade mais comedido mais eclético, dominam o horário.
Quarta-feira passada (6), resolvi conhecer a história do Jorgiley que segundo o
Denis Carvalho é marcada por várias mulheres. “Isso já passou, agora a Nanã é
quem comanda meu coração. Há 9 anos Amo essa Mulher guerreira de verdade”.
Melhor
mesmo é acompanhar as histórias do Porquinho na entrevista que segue:
ENTREVISTA
Zk –
Vamos começar pela sua identificação, nome, cidade onde nasceu?
Porquinho
– Meu nome é Jorgiley Valdivino Sales, nascido em Senador Guimar - Quinari
(AC). Vim para Porto Velho com apenas 1 ano de idade com meu pai José Valdivino
Vieira e minha mãe Darci Sales Vieira. Meu pai foi arbitro de futebol aqui em
Rondônia amigo do Becão.
Zk –
Quando foi que começou sua história no futebol, principalmente como goleiro?
Porquinho
– Comecei no Campo do 13, no bairro Embratel, aliás, quem construiu aquele
campo foi meu pai e seus amigos da comunidade.
Zk – E
o Grupo Imagem de Comunicação?
Porquinho
– O Osmar que era operador de rádio na época, estava assistindo um jogo de
futebol onde o Helton Leoni estava jogando, no Campo do Nova Era e estava
também o Volney Alonso e o Everto parece, estava por lá também e eu fui pegar
no gol. Nesse pegar no gol o Osmar gostou e como toda semana ele estava lá, eu
falei que tinha vontade de ser operador de rádio e então ele me levou para
rádio Parecis para estagiar ou melhor, aprender e eu acabei ficando. Fui
operador no programa do Clevis Serafim. Depois estraguei o programa do Miranda “Love
Night” que era um programa que começava as 9 da noite e terminava a meia noite.
Acontece que ele deixava sua parte gravada em MD e eu tinha que prestar atenção,
para dar o intervalo entre as falas dele e colocar uma música. Resultado foi que coloquei o MD e deixei
rodar todinho, sem colocar música e com isso o programa foi até as 10 horas da
noite quando o correto era até meia noite. Pelo menos naquele tempo, meu sonho
de ser radialista acabou.
Zk –
Mas, você continuou na empresa, fazendo o que?
Porquinho
– Aí fui contratado como o cara das Mil e Uma Utilidade, o faz tudo. Tenho um
chefe que é o Arildo e sou responsável pela manutenção, a parte de
locutor/apresentador é uma diversão. Quando comecei em 2016 me questionei, por
trabalhar sábado, feriado e domingo, hoje não consigo viver mais longe disso
aqui. Quem abriu os microfones pra mim pela primeira vez, foi o Denis Andrade
na Expovel em 2016, onde tinha uma Escada Magirus. Ele chegou comigo e falou:
Porquinho vai lá sobe nessa escada, coloquei uma peruca velha e subi e daí foi!
Depois veio o Palco da Parecis e esse ‘doido’ me convidou e vim pra cá. Eu
trabalhava como eletricista, porém, quando fui vítima de um acidente e perdi
uma das vistas, as empresas não queriam mais me contratar. Foi quando o Marlon
me chamou e eu ainda dei o cano nele três vezes, porque não queria trabalhar
aqui, mas, com a recusa das demais empresas, terminei por aceitar o convite. Já
fazem 26 anos que estou aqui. Foi em 2000 que conheci esse amigo que considero
meu irmão, que é o Denis Andrade.
Zk –
Quer dizer que o Denis Andrade é o responsável por essa irresponsabilidade com
o Rádio portovelhense?
Porquinho
– Kkkkk (Denis e Porquinho rindo demais). Esse cara que virou meu irmão, eu
nunca consegui me expressar, para dizer o quanto gosto dele. Tem uma passagem
que faço questão de comentar: Teve uma festa aqui na rádio e fui contratado
para servir a comida (um verdadeiro ‘Severino’. Quando acabou a festa, sobrou
alguns refrigerantes, então falei pro Denis: Será que, se eu colocar esses
refrigerantes num saco preto e levar vai dar problema? E o Denis respondeu:
“Não será mais legal tu chegar com o Marlon e pedir pra levar?” Foi o que fiz e
o Marlon autorizou. Por isso, acho que quem me acostumou a pedir as coisas no
rádio, foi o Denis.
Zk – E
esse negócio que o Denis sempre está lembrando: Você já teve mesmo esse monte
de mulher que ele fala?
Porquinho
– É verdade, feio como sou, e agora com a deficiência, já tive uma ‘ruma’ de
mulher, assumo como sem vergonha, acreano né! Foram cinco mulheres. Inclusive,
contei no “Papo de Redação” apresentado pelo Beni, Everton, Sergio Pires e
Professor Peixoto que peguei a minha terceira mulher na minha cama, com outro
cara, fazendo “rococó”.
Zk – E
hoje?
Porquinho
– Hoje Deus me livre, já estou a NOVE anos com a Nanã. A Nanã, o nome dela é Ana
Cláudia Martins, veio pra quebrar esse negócio, ela é uma mulher GUERREIRA, é a
mulher que AMO! Se eu fosse falar aqui o tanto que tenho de gratidão por ela
não acabaria tão cedo. Se eu saí de dentro da casa da minha mãe e tenho a casa
que tenho hoje, devo a Nanã.
Zk –
Por que Nanã?
Porquinho
– Foi um apelido carinhoso que coloquei. Na hora do ‘rococó' fica mais
romântico. Aí o pessoal começou a chamar Vai Nanã e pegou!
Zk – Vamos
falar sobre sua carreira como radialista?
Porquinho
– Eu nem me considero locutor, sou um comunicador, o locutor tem que saber
mexer nos aparelhos, falar bonito explicadamente. Devo tudo que sou no rádio ao
Denis Carvalho, meu verdadeiro professor. Quando comecei a trabalhar no Grupo
vinha toda tarde para cá e comecei a me entrosar, aí pegava esculhambação da
Eva e da Elisa tipo: “Você não pode estar lá dentro do estúdio
falando essas besteiras”. O certo que o negócio foi pegando e o Marlon
comprou a ‘briga’. O Denis conversou com ele e estou aqui até hoje nessa
loucura.
Zk –
Outro Projeto que você realiza, é a Festa no Dia das Crianças. Como nasceu essa
ideia?
Porquinho
– Faço questão que as pessoas acompanhem essa entrevista, que é para elas
conhecerem a realidade do bairro Renascer, que fica ali por detrás da Faro.
Renascer é o Posto Cristo II, é um bairro que está começando agora, tem uma
parte que é área de invasão. A área onde moro é documentada, apesar de ainda
ter que desmembrar do terreno do seu Airton. Eu, vendo a fragilidade do bairro,
levei o Projeto pra lá. Já realizava esse projeto no Campo do 13. Até porque eu
não tive infância. Se alguém me perguntar por que eu faço isso, eu não sei
responder. Hoje tenho um campo de futebol por trás da minha casa num terreno do
seu Airton. Eu me sinto no direito, já que trabalho numa empresa de comunicação
e tenho essa facilidade, de poder pedir no microfone da Rádio Parecis e na SIC
TV; me acho no direito de fazer alguma coisa por aquelas crianças. Antes era no
campo do 13 juntamente com o Evaldo do Gênus.
Zk –
Quem quiser colaborar liga para qual celular?
Porquinho
– Quem quiser me ajudar este ano no dia 17, lá no bairro Renascer, pode ligar
no celular 9231-1816. Coloquei na bandeirinha: “Faça uma criança sorrir no
bairro Renascer”. Por isso renovo o convite: Vá conhecer o bairro
Renascer. Para você fazer ideia, os poços Amazônicos de lá estão praticamente
sem água. Ligo minha Bomba por dez minutos e o poço seca, é muito difícil para
aquela comunidade.
Zk –
Outra coisa que você se dedica, é o trabalho junto aos Balneários do tipo
Jalapão. Quer explicar essa vertente?
Porquinho
– Isso começou com essas ‘brincadeiras’ que faço aqui na rádio e o Jerry do Jalapão
e o Mazinho do “Olho D’água”. Se tenho uma casa, agradeço ao Mazinho. Se eu
achava um pau lá no meio da rua eu falava com ele: Mazinho vumbora buscar um
pau ali. Ganhei 300 tijolos, vamos buscar. Agora o Jerry entrou na minha vida, vou
lá no Jalapão de 15 em 15 dias, até tenho ouvido falar certas coisas, porque no
Olho D’agua eu faço um negócio mais extrovertido, e no Jalapão é mais
elitizado.
Zk –
De onde vem esse apelido de Porquinho, é porque você é torcedor do Palmeiras?
Porquinho
– Fui criado na Embratel, ao lado da Vala tinha um campo de futebol e a gente
só jogava nesse campo quando chovia. Aí ficava todo mundo melado de lama. Como
eu jogava no gol, toda vida eu passava todo sujo, aparecendo só o olho e a
turma dizia: Vai tomar um banho, parece um PORCO. Quando eu defendia uma bola
no gol eles gritavam PORQUINHO defendeu. Com 12 anos de idade vi o Palmeiras
perdendo seis partidas seguidas, falei: Vou torcer por esse time e dessa
brincadeira me apaixonei pela cor verde e como meu apelido é porquinho juntou a
fome com a vontade de comer. Assistindo o desfile da escola de samba Mangueira
por sua cor ser verde, passei a torcer por ela também.
Zk – E
o goleiro começou quando?
Porquinho
– Comecei jogando pelo Juventus lá no campo do 13, em 98 e em 99 o Evaldo
colocou um campeonato profissional pela primeira vez e eu disputei pelo Gênus.
Em 2000 fui jogar pelo campeonato acreano em Senador Guiomar e depois voltei
pra cá. Posso dizer que fui o único goleiro de Porto Velho que jogou a Copa
João Havelange, em 2000, viajei pra Manaus, joguei contra o Flamengo do Piauí e
assim começou minha vida no futebol como goleiro. Hoje, mesmo deficiente, ainda
jogo por aí.
Zk –
Por falar nisso, como aconteceu esse acidente que provocou essa deficiência?
Porquinho
– Aconteceu devido essa minha paixão por dinheiro. Trabalhava no Status Motel
do Severino e ele me ofereceu 300 Reais para tirar uma cerca de arame farpado.
Eu ganhava 300 para trabalhar a semana toda e ele me ofereceu a mesma quantia
para trabalhar um dia. Eu tirando a cerca de arame farpado, com a talhadeira e
a marreta e o grampo veio furou meu olho. Como demorei muito para ser operado
(o acidente foi meio dia e eu fui operado 7 horas da noite), perdi o líquido do
meu olho. Quando me operei ainda enxergava 30 por cento, com o passar do tempo,
perdi a visão totalmente. Na época ele me indenizou. Costumo falar pros meus
amigos que insistem em me chamar de corno; que como sou deficiente de uma vista
e eles são confiados por enxergam com as duas, quando saio de casa dou uma
volta no quarteirão, pra ver o que está acontecendo e o cara que enxerga com as
duas, sai de casa dar um beijo na mulher e vai embora, enquanto o pé de pano
pula a cerca e vai fazer rococó com a mulher dele. Até porque não posso usar
aquele ditado: “É um olho no peixe e outro no gato”.
Zk –
Um grande momento seu no rádio?
Porquinho
– O momento mais importante que tive na minha vida aqui, até comentei com o
Denis foi: Uma vez todos os funcionários da SIC TV/Rádio Parecis fizeram uma
homenagem pra mim. Não sei de quem foi a ideia. Todos dizendo palavras de apoio
e como sou um cara muito brincalhão, tenho a boca suja; isso herdei do meu pai,
por isso fiquei deveras emocionado com a homenagem do pessoal que trabalha aqui.
Não esperava devido eu tratar todo mundo como vagabundo, ordinário. Esse dia
está marcado na minha vida!
Zk –
Você tem filhos?
Porquinho
– Tenho dois, o meu filhão Derlei que está com 22 anos, e o Gabriel que não
vive comigo. Ele foi tirado de mim com SEIS dias de vida. Como a mulher estava
na maternidade eu fui curtir o ‘MIJO’ do menino, sexta e sábado no “Papo de Esquina”
e domingo “Nos Cobras do Forró” e o pessoal foi falar que eu estava com mulher.
Zk –
Hoje o grande amor da sua vida chama-se?
Porquinho
– Ana Claudia Martins a Nanã, meu grande AMOR!
Zk – Para
encerrar de vez! Que horas começa a festa no Renascer no próximo domingo dia 17
de outubro de 2021?
Porquinho
– Faço o convite para você participar: Domingo dia 17 de outubro, no bairro
renascer a partir das 16 horas. Este ano vai ter PAU DE SEBO. Vou distribuir
mais de 300 sacolinhas com Fé em Deus e apoio dos meus amigos. Dia 17 no bairro
Renascer “Faça uma criança sorrir”.
OBS:- FOTOS DE ANA CELIA