O
Samba não é só isso que se vê... É um pouco mais
Cabeleira e Bainha os únicos fundadores da escola vivo |
Era
o ano de 1958, dona Adelaide Souza da Silva festejava mais uma
vitória do seu bloco infanto-juvenil, conhecido como “Bloco da
Dona Jóia” e devido alguns problemas, próprios de ventos da
natureza, resolveu que não colaria mais o bloco no carnaval seguinte
(1959). Vale lembrar que entre os músicos que tocavam no Bloco da
Dona Jóia participava além do Manga Rosa (trobone de vara) e do
Louro (trompete), Bainha no surdo, Ricardo (filho da dona Jóia) na
caixinha e o Cabeleira no afoxé.
Naquele
tempo, os ensaios carnavalescos em Porto Velho começavam logo após
os desfiles de Sete de Setembro. Já estava chegando dezembro e a
família da Dona Jóia não se decidia se colocava ou não o bloco na
rua, foi quando o Waldemir Pinheiro da Silva – Bainha conversando
com o Ricardo e com o Valério (pai do Ricardo) com a presença do
Cabeleira questionou: “Que tal criarmos uma escola de samba”.
Nessas alturas, a família da Dona Jóia já estava morando na rua
Joaquim Nabuco sub-esquina com a Almirante Barroso no bairro Santa
Bárbara e foi justamente nesse endereço, que os quatro se reuniram
e decidiram acatar a sugestão do Bainha.
O
Dia Oficial da Fundação da Escola
Leônidas grande baluarte |
Ao
retornar, já veio com a exigência na ponta da língua: “Aceito,
mas, o nome da escola de samba quem vai colocar sou eu!” A turma
aceitou e então Tário de Almeida Café passou a contar a história
de um bloco que havia dirigido no estado do Ceará e gostaria que o
nome da escola fosse uma homenagem a esse bloco, no que foi aprovado
e então, surgiu a “ESCOLA DE SAMBA PROVA DE FOGO”. Para
festejar, mais umas garrafas de uísque foram consumidas e Valério,
Bainha, Ricardo e Cabeleira subiram a Sete de Setembro festejando o
aceite, do agora presidente da escola Tário de Almeida Café.
UNIVERSIDADE
DOS DIPLOMATAS
Bizigudo 3º da esquerda para direita |
Em
entrevista ao Zekatraca Bainha fala sobre os nomes da escola:
Para
o carnaval de 1960 resolvemos então colocar o nome de Escola de
Samba Diplomatas do Samba, no ano seguinte (1961), Bizigudo chegou de
Belém e sugeriu o nome de Universidade e assim ficou, Escola de
Samba Universidade Diplomatas do Samba. Em 1964 sugeri e foi aceito,
a mudança do nome para Escola de Samba Os Diplomatas que permanece
até hoje”.
2019
– O SAMBA NÃO É SÓ ISSO QUE SE VÊ…
A
direção da escola que tem a frente o engenheiro civil Jair Monteiro
resolveu festejar os 60 anos da agremiação, contando sua história,
no carnaval de 2019, através do enredo:
O
Samba não é só isso que se vê… É um pouco Mais – Diplomata
60 Anos
De:
Bainha/Oscar/Zé Baixinho
Arranjos:
Sandro Andrade e Nilson do Cavaco
Diplomatas!...
60 anos de glória
Tua linda história eu vou contar
Nesta
noite de sublime poesia
Versos e rimas vão me emocionar
Nasci
como “Prova de Fogo"
Depois
“Universidade” fiz escola
Eternizei
meu nome… brinquei
De luvas, fraque e cartola
O
tempo se foi, quanta saudade
O
samba não é só isso, é um pouco mais
Celeiro
de bambas eu sou, sou raiz
É
bom respeitar meus carnavais
Toca
aí “Que Nem Maré”, toca pra valer
De
vermelho e branco eu vou lutar
Minha
voz, meu grito, Mocambo!
ninguém
vai calar
Vi
nos meus sonhos, rodas de sambas
Folia
e fantasia no Danúbio e no Cibec
O
passo marcado na ponta do pé
Exaltei
a Independência, Bahia e se axé
Vi
a Epopeia de Rondônia, cantei Veriana
Brilhou
lá no céu e o folclore popular
Curti
os Prazeres, com a Louca que Caiu da Lua
Em
Urucumacuã, mistérios a revelar
Obrigado
Café, Dona Jóia, Neiry, Valério e Bizigudo
Tudo
isso é herança verdadeira
Leônidas,
Roosevelt, Bola Sete e Babá
Salve
Bainha, Ricardo e Cabeleira
Vem
cantar de novo, vem festejar
O
hino de amor que ficou no coração
Chegou
Diplomatas do Samba, chegou, ô, ô, ô, ô
E
o povo na rua sambou, caô, caô meu pai xangô
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