quinta-feira, 27 de julho de 2017

MINC-POSSE - Sá Leitão destaca importância econômica da cultura


A importância estratégica da cultura para a economia e a necessidade de se criar um pacto dentro governo em prol da reconstrução do Ministério da Cultura (MinC) foram os destaques do discurso do novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, durante a cerimônia de posse realizada na manhã da última terça-feira (25), no Palácio do Planalto, em Brasília.
Diante de uma plateia de cerca de 350 pessoas, entre autoridades do Executivo, Legislativo e representantes do setor cultural, o ministro enfatizou sua disposição em criar amplos canais de comunicação entre o ministério, as áreas governamentais e a classe artística. "Quero estabelecer um diálogo transversal com todas as áreas governamentais, para que a política de cultura seja não apenas do MinC, mas do conjunto do governo. O objetivo é que essa interação seja igualmente plena entre estados e municípios, e com o conjunto da cultura brasileira, para entender seus anseios e necessidades",declarou.
Em seu discurso, Sérgio Sá Leitão afirmou que o Brasil merece uma política cultural à altura da excelência de seus artistas e de seu patrimônio histórico e artístico, que deve ser preservado. "Produzir e acessar cultura são direitos dos cidadãos e integram o repertório básico da cidadania. É também uma atividade econômica importante, que pertence sobretudo à sociedade. Não cabe ao Estado produzir ou definir o que é e o que não é cultura", disse.
Em sua avaliação, a cultura deve ser um dos pilares do novo projeto de país que todos desejam construir. "O Brasil de hoje exige que mais brasileiros sérios, capazes e íntegros agarrem as rédeas do seu, do nosso destino, e se provem à altura das circunstâncias. Quero contribuir, a partir do Ministério da Cultura, para que o país supere a crise o mais rapidamente possível e para que a sociedade perceba a importância econômica e social da cultura e valorize o setor como ele precisa ser valorizado".
Economia da Cultura
O impacto econômico das atividades culturais e criativas foi fortemente destacado pelo ministro, que trouxe diversos dados estatísticos fundamentando a importância do setor na economia. Sérgio Sá citou estudo recente publicado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que aponta que a cultura responde por 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, empregando cerca de 900 mil profissionais e reunindo 251 mil empresas.
"Trata-se de uma área com PIB maior do que o das indústrias têxtil, farmacêutica e de eletroeletrônicos, para mencionar três setores tradicionais da economia brasileira que também são impulsionados por incentivos fiscais, sem que se reclame do apoio governamental. Vale dizer que a Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet – representa apenas 0,66% da renúncia fiscal em nível federal, estimada em R$ 271 bilhões em 2016. Este setor retorna ao Estado, na forma de impostos, bem mais do que o Estado aporta nele por meio de incentivos", ressaltou.

Segundo levantamento da PriceWaterhouseCoopers, também apresentado pelo ministro em seu pronunciamento, o conjunto do mercado brasileiro de mídia e entretenimento, que integra o universo da cultura, deve crescer nos próximos anos a uma taxa média anual de 4,6%, frente a uma média global de 4,2%, atingindo um faturamento de US$ 43,7 bilhões em 2021. "No mundo, trata-se de uma economia que deve chegar a US$ 2,23 trilhões em 2021. É um dos vetores mais relevantes da economia global, para o qual o Brasil tem evidente vocação. São números muito expressivos, mas nem sempre reconhecidos", pontuou.

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