Manelão contando sua história para Silvio Santos |
Há quatro anos perdíamos a
convivência do General Manelão.
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E apesar do pouco tempo, o que ele
nos faz falta não está escrito em nenhum “gibi”. O Gordo era como irmão pra
mim. Desde o dia que ele desembarcou no aeroporto Caiari em 1964, até seu
falecimento, dividimos momentos felizes e ruins.
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A escola de samba Pobres do Caiari
havia acabado de ser criada quando o Manelão chegou a Porto Velho, e na vontade
de fazer amizade com a turma do bairro Caiari ele passou a querer que eu o
apresentasse ao pessoal dos “categas”. Que devo dizer, tinham certa restrição à
pessoa do Manelão.
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Aliás, o apelido Manelão foi lhe dado
em virtude da sua altura que era acima do metro e oitenta.
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Era praticamente um menino, porém um
menino muito peralta quando aportou por essas bandas vindo de Manaus. Por algum
tempo morou na hoje rua Nações Unidas que naquele tempo ainda era considerada
como parte da BR=29.
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Logo foi estudar na Escola SENAI
Marechal Rondon no curso de Manutenção (Mecânico Torneiro), por ser muito
danado, seu pai o mandou estudar em São Paulo onde aprendeu o oficio de Abridor
de Cofre e Chaveiro.
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Ao retornar montou o chaveiro no
quintal da casa dos seus pais, agora na Rua Barão do Rio Branco ao lado da
Praça Jonathas Pedrosa, depois foi para a Prudente de Moraes no térreo do prédio
que ficou conhecido como Céu.
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Já com o Chaveiro Gold instalado na
Galeria do Ferroviário, juntamente com outros colegas, criou a Banda do Vai
Quem Quer.
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Esquici de dizer, que ainda na década
de 1960, se formou Piloto de Avião brevetado pelo Aeroclube de Porto Velho –
Quebrou uns três Paulistinhas. Fez muitos vôos para os Garimpos de Cassiterita
onde pegou uma malária cuja medicação, provocou sua obesidade. Manelão chegou a
pesar 200 Quilos.
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Para encurtar nossa conversa,
voltamos ao dia 26 do ano de 2011.
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Naquele dia um sábado, festejamos o
aniversário da amiga Yalle Dantas no bar do Ceará. Vale dizer que o aniversário
da Yalle é dia 27, como iria cair no domingo resolvemos festejar no dia 26 e
quem bancou a festa foi a Banda do Vai Quem Quer, ou melhor, o presidente
Manelão.
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A festa começou no almoço e entrou
pela noite com todo mundo, cantando e brincando carnaval e é claro tomando umas
e outras exceto o Manelão.
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Naquele dia aconteceu também o
Desfile do Bloco Até Que a Noite Vire Dia e eu, saí do aniversário por volta
das 17h00, para pegar minhas credencias no Mocambo e o Manelão me ligou
perguntando onde eu estava, respondi no Mocambo, com o Tatá e o Dadá e que iria
pra Roda de Samba do Beto Cezar no Mercado Cultural.
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Lá pelas 19h00 ele voltou a me ligar
perguntando onde eu estava e respondi, no Mercado e ele respondeu, “daqui a
pouco chego aí”.
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Foram as últimas palavras que ouvi do
meu amigo.
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Quando cheguei em casa lá pelas
23h00, o Ernesto Melo me liga perguntando se o Manelão havia morrido, respondi
que não, mesmo assim, liguei para a casa dele e sua filha Manuela confirmou que
ele havia sido transportado para o João Paulo II. Daí pra frente foi muito
sofrimento. Passamos à noite em frente ao João Paulo a espera de noticias e as
que chegavam não era nada boa.
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Os médicos ainda passaram o dia 27
(domingo), lutando para salva-lo, foi em vão, ao meio dia do dia 28 de fevereiro
(Dia da Fundação da Pobres do Caiari) de 2011, sua morte foi oficialmente
anunciada pelos médios do João Paulo II.
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Hoje, quatro anos depois, ainda
sentimos muita falta do nosso amigo e irmão Manoel Costa Mendonça – Manelão!
Saudades amigo!
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