sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Lenha na Fogueira - 28.02.15

Manelão contando sua história para Silvio Santos
Há quatro anos perdíamos a convivência do General Manelão.

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E apesar do pouco tempo, o que ele nos faz falta não está escrito em nenhum “gibi”. O Gordo era como irmão pra mim. Desde o dia que ele desembarcou no aeroporto Caiari em 1964, até seu falecimento, dividimos momentos felizes e ruins.

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A escola de samba Pobres do Caiari havia acabado de ser criada quando o Manelão chegou a Porto Velho, e na vontade de fazer amizade com a turma do bairro Caiari ele passou a querer que eu o apresentasse ao pessoal dos “categas”. Que devo dizer, tinham certa restrição à pessoa do Manelão.
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Aliás, o apelido Manelão foi lhe dado em virtude da sua altura que era acima do metro e oitenta.

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Era praticamente um menino, porém um menino muito peralta quando aportou por essas bandas vindo de Manaus. Por algum tempo morou na hoje rua Nações Unidas que naquele tempo ainda era considerada como parte da BR=29.
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Logo foi estudar na Escola SENAI Marechal Rondon no curso de Manutenção (Mecânico Torneiro), por ser muito danado, seu pai o mandou estudar em São Paulo onde aprendeu o oficio de Abridor de Cofre e Chaveiro.
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Ao retornar montou o chaveiro no quintal da casa dos seus pais, agora na Rua Barão do Rio Branco ao lado da Praça Jonathas Pedrosa, depois foi para a Prudente de Moraes no térreo do prédio que ficou conhecido como Céu.

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Já com o Chaveiro Gold instalado na Galeria do Ferroviário, juntamente com outros colegas, criou a Banda do Vai Quem Quer.

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Esquici de dizer, que ainda na década de 1960, se formou Piloto de Avião brevetado pelo Aeroclube de Porto Velho – Quebrou uns três Paulistinhas. Fez muitos vôos para os Garimpos de Cassiterita onde pegou uma malária cuja medicação, provocou sua obesidade. Manelão chegou a pesar 200 Quilos.

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Para encurtar nossa conversa, voltamos ao dia 26 do ano de 2011.
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Naquele dia um sábado, festejamos o aniversário da amiga Yalle Dantas no bar do Ceará. Vale dizer que o aniversário da Yalle é dia 27, como iria cair no domingo resolvemos festejar no dia 26 e quem bancou a festa foi a Banda do Vai Quem Quer, ou melhor, o presidente Manelão.

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A festa começou no almoço e entrou pela noite com todo mundo, cantando e brincando carnaval e é claro tomando umas e outras exceto o Manelão.
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Naquele dia aconteceu também o Desfile do Bloco Até Que a Noite Vire Dia e eu, saí do aniversário por volta das 17h00, para pegar minhas credencias no Mocambo e o Manelão me ligou perguntando onde eu estava, respondi no Mocambo, com o Tatá e o Dadá e que iria pra Roda de Samba do Beto Cezar no Mercado Cultural.

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Lá pelas 19h00 ele voltou a me ligar perguntando onde eu estava e respondi, no Mercado e ele respondeu, “daqui a pouco chego aí”.

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Foram as últimas palavras que ouvi do meu amigo.

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Quando cheguei em casa lá pelas 23h00, o Ernesto Melo me liga perguntando se o Manelão havia morrido, respondi que não, mesmo assim, liguei para a casa dele e sua filha Manuela confirmou que ele havia sido transportado para o João Paulo II. Daí pra frente foi muito sofrimento. Passamos à noite em frente ao João Paulo a espera de noticias e as que chegavam não era nada boa.
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Os médicos ainda passaram o dia 27 (domingo), lutando para salva-lo, foi em vão, ao meio dia do dia 28 de fevereiro (Dia da Fundação da Pobres do Caiari) de 2011, sua morte foi oficialmente anunciada pelos médios do João Paulo II.

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Hoje, quatro anos depois, ainda sentimos muita falta do nosso amigo e irmão Manoel Costa Mendonça – Manelão! Saudades amigo! 

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