Ana
Castro, no tempo do Yê Yê
Ana Maria Rocha de Castro
que completou ontem dia 13, 67 anos de idade, funcionária municipal lotada na
biblioteca Francisco Meirelles, formada em Letras Espanhol pela UNIR é nossa
entrevistada nesta edição.
Filha de Inácio Castro um
dos primeiro dono do jornal Alto Madeira que completa nesta segunda feira 15,
96 anos. “Não sei por que, os atuais donos omitem o nome do meu pai quando falam
sobre a história do Alto Madeira”. Ana Castro amiga particular do
Manelão. “Muitos pensavam que eu tinha caso com o Manelão, éramos apenas bons
amigos e nada mais”. Fala sobre essas e outras histórias da Porto Velho antiga
na entrevista que segue
ENTREVISTA
Ana Castro – Minha mãe dona
Alice Rocha de Castro era de Mato Grosso, não lembro o nome da cidade, acho até
que depois que foi desmembrado passou a fazer parte do Território do Guaporé e
meu pai Inácio de Castro Silva veio do Ceará precisamente da cidade de Quixadá,
terra da Raquel de Queiroz que acho que tem alguma coisa a ver com a gente,
porque minha avó chamava-se Francisca Leonilha Queiroz de Castro. Meu pai foi
almoxarife da Madeira Mamoré e era amigo do Coronel Aluízio Ferreira e por
causa disso, na época do jornal.
Zk – Que jornal?
Ana Castro – Acontece que
meu pai foi um dos donos do jornal O Alto Madeira e acabou, que a pedido de
Aluízio Ferreira vendeu o jornal para o Assis Chateaubriand e não sei por que,
os atuais proprietários do jornal omitem o nome dele.
Zk – Você sente falta dessa
história do seu pai?
Ana Castro – Acontece que
quando nasci, meu pai já tinha morrido e quando comecei a entender as coisas já
com oito anos de idade, queria saber quem foi ele e o que ele fazia e minha mãe
não falava praticamente nada. Pra você fazer idéia, pra mim o meu pai era o
José Hélio (irmão), quando descobri que ele não era meu pai foi a maior
decepção.
Zk – Vamos falar sobre dona
Alice?
Ana Castro – Pra inicio de
conversa é a mulher que mais admiro, me emociono cada vez que falo nela. Tive
uma criação muito rígida, a gente não vivia na casa de ninguém. Nossa casa era
onde hoje é o Cartório Carvajal na D. Pedro II, uma casa enorme, parecia àquelas
casas de fazenda e a minha mãe criou a gente com mão de ferro. Acontece que ela
era a única pessoa sem marido ali, viúva. Além dos sete filhos dela ainda tinha
os filhos dos outros que ela criava. Nossa casa era cheia de gente, muitos,
filhos de criação do pessoal do baixo madeira que vinha pra cá estudar, ela
sempre acolhia. Uma das pessoas muito bacana que me lembro é a professora
Elvira Santos que por ser educadora ajudava muita a mamãe. Minha mãe sempre dizia pra gente: O melhor
marido é o emprego!
Zk – Lembro que você sempre
foi a primeira da classe. Conta pra gente qual a técnica que você aplicava para
sempre estar com a fita de melhor?
Ana Castro – Quando eu
estava no segundo ano primário no Grupo Escolar Barão do Solimões fui acometida
não lembro se foi catapora ou sarampo e em conseqüência, fiquei muitos dias sem
ir a escola. Minha professora era a Zélia Azevedo e fiquei reprovada, por causa
disso, no ano seguinte fiquei com muita vergonha por ser repetente aí comecei a
me desdobrar nos estudos pra não sentir mais vergonha. Estudava muito e tinha e
tenho boa memória.
Zk – Você sempre estudou em
escola pública?
Ana Castro – Sempre, depois
do Barão fui por Carmela Dutra que tinha a Escola Modelo. Vou contar porque me
tiraram do Barão. Fiz um trabalho sobre o Caminho das Índias, desenhei as
caravelas e tudo, isso na quinta série. Minhas colegas pediram pra eu fazer
também o trabalho delas e apesar de não ser muito boa de desenho fiz, aí a
professora achou que o meu não prestava e disse que eu tinha que fazer outro.
Respondi, não tem problema, e amassei aquele que ela disse que não prestava e
joguei no lixo, então ela foi a diretoria e fez reclamação à diretora que era a
professora Aurélia e eu fiquei de castigo atrás da porta da diretoria olhando
pra parede, fiquei indignada com aquilo porque eu não tinha feito nada, mas
fiquei lá no castigo caladinha. A Eglantine minha irmã era professora também e
foi chamada e a diretora comunicou que eu se eu não pedisse desculpa da
professora seria transferida pra outra escola e eu respondi então me transfira.
Zk – E foi estudar na Escola
Modelo?
Ana Castro – Quando cheguei
à Escola Modelo a professora Ena Lagos me colocou em cima dum palcozinho para
me destacar dos demais alunos e falou: “Gostaria que ninguém se acompanhasse dessa
moça porque ela é mau elemento”. Fiquei com mais vergonha ainda e
dobrei minha dedicação aos estudos e passei a ganhar todos os concursos que
aconteciam no colégio, pra mostrar que ela estava errada, no primeiro prêmio
ela disse: “Tô lhe entregando mas, você não merece”. No segundo prêmio ela já
disse: “Realmente você não é o que eu pensava” isso é muito bom você ouvir, as
pessoas voltar atrás e admitir que fosse um equivoco aquilo.
Zk – Vamos falar das
juventude e das festinhas?
Ana Castro – Isso era uma
coisa que minha mãe caprichava muito. Eu não tive festa de 15 anos,
simplesmente minha mãe comprou um sapato branco de saltinho, eu detestava
sapato branco mas, ela disse que menina moça tinha que usar sapato branco e um
vestido azul por sinal belíssimo. A partir da hora que comecei a frequentar os
bailes sempre ia muito bem vestida, porque tinha dona Zita que morava na casa
do seu João Barril que era, além da dona Maria Silva, quem tinha um ateliê
frequentadíssimo e mamãe mandava fazer minhas roupas lá.
Zk – Você era dançarina, pé
de valsa como diziam naquele tempo?
Ana Castro – Não, eu nunca
gostei de dançar agarrada. Lembro uma vez que um rapaz falou pra mim: “Se você
não quer dançar comigo, não vai dançar com ninguém, vou passar a noite inteira
olhando se você levantarvai ser a maior confusão”. Fiquei feliz da vida porque
passei a noite inteira apreciando os casais dançando.
Zk – Esses bailes eram no
Ypiranga?
Ana Castro – Eram no
Bancrévea! O Ypiranga só fui frequentar depois que me separei do marido. No
tempo que fiquei casada não frequentei coisa nenhuma por ciúme, era só dona de
casa, esposa e mãe. Mas na minha juventude eram muito boas as manhãs de sol no
Bancrévea Clube. Foi o tempo que aprendi a dançar o Yê Yê Yê, tinha os concurso
e eu participava, até porque não precisava se agarrar.
Zk – Quem fazia parte da sua
turma, as amigas?
Ana Castro – Tinha a
Joanilce Guimarães – Joá, Zezé Oceano e tinha a Eliane. Essas até hoje são
minhas amigas de coração mesmo, estamos longe, mas toda vez que nos encontramos
é uma maravilha.
Zk – Por falar em Joá! Você
frequentava a Varanda Tropical do Porto Velho Hotel?
Ana Castro – No tempo que na
Varanda Tropical tocava aquelas músicas belíssimas do Ray
Conniff eu não tinha idade, então me sentava na calçada da esquina
da Presidente Dutra com a D. Pedro II na casa que morava seu Moacir de Miranda
e ficava admirando o pessoal dançando na Varanda. Eu ia no Porto Velho Hotel
escutar a Joá tocar piano. Piano não aprendi mas, aprendi muita coisa de balé
com a Joá.
Zk – Casamento?
Ana Castro – Me casei em
1970 e no ano seguinte tive minha primeira filha a Mônica e em 1974 tive a
Aline já em Barra Mansa (RJ). No tempo que a Mônica era criança, morei na
mineração Cachoeirinha porque meu marido Jorge Senra era técnico em
mineração. Certa vez minha sobrinha,
filha da Maria estava passando uns dias com a gente e quando vi foi a menina
gritando que tinha uma cobra na rede dela e tinha mesmo, então ameacei vir
embora e o engenheiro Dr. Isota nos colocou na vila do Staff.
Zk – Você disse que a Aline
nasceu no Rio de Janeiro?
Ana Castro – Correto,
acontece que a minha gravidez era de risco e certo dia aqui em Porto Velho, dei
de cara com o Dr. Biollin que era um dos chefões da Brascan. Vale salientar que
a sede da Cia Estanífera do Brasil em Porto Velho era ao lado da nossa casa na
D. Pedro II. Bom, esse engenheiro perguntou como estava minha vida na
mineração, respondi, não esta bem porque estou grávida e não posso continuar lá
e ele disse: Então vou dar um jeito de levar o Senra para o Rio de Janeiro e
levou. A sede da mineração no Rio era na Tijuca, mas, fui morar com os pais do
Senra em Barra Mansa. Aliás, seu Cícero pai do Senra foi uma pessoa
maravilhosa, um verdadeiro pai.
Zk – Dona Alice após ficar
viúva o que fazia para sustentar a família?
Ana Castro – Minha mãe era
uma lutadora incansável, ela montou uma pensão, se fosse hoje seria restaurante
e servia marmita, muita marmita, a cozinha lá em casa era enorme, tanto que era
separada da casa.
Zk –Vamos voltar a sua
infância?
Ana Castro – Foi uma
infância maravilhosa, no nosso quintal tinha muita árvore, a gente brincava de
tudo, jogava futebol, peteca (bola de gude), meus irmão diziam, tu passa cerol
na linha que a gente te deixa empinar papagaio. A gente isolava os buracos dos
tijolos do muro do Barão para a água subir quando chovesse, pra gente tomar
banho de mergulho naquela água suja. Foi ótima minha infância. Geralmente os
Circos (de lona), armavam em frente a catedral onde hoje é a sede da prefeitura
e eu cansei de passar tardes e tardes tentando aprender malabarismo com os artista
do circo, isso me rendeu muito braço quebrado e outros ossos.
Zk – Depois que você se
separou não quis mais casar?
Ana Castro – Até procurei,
mas depois desisti. Eu me separei porque precisa viver. Precisava ser eu mesma
esse foi o ponto fundamental. Acontece que sofri muito preconceito por isso,
para você ter idéia, minha família queria me internar no hospício dizendo que
eu estava doida. Mostrei pra eles que não estava doida, que aquilo era uma
opção de vida. Eu queria estudar, ser alguém pra dar para minhas filhas uma
vida melhor, tanto que só consegui concluir o ensino superior muito depois da
separação, sou formada em Letras Espanhol. A única pessoa que me apoio nesse
período foi meu irmão Olavo de Castro, mas, foi por pouco tempo, pois me
separei em 1980 e ele morreu em 1982. Na época eu fazia economia na UNIR e o
professor Silvio Santiago falou pra mim que eu não tinha condições física nem
psicológica para continuar estudando e eu não tinha mesmo, porque fiquei muito
abalada com a morte do Olavo.
Zk – Como foi que você
passou a se envolver com o carnaval de escola de samba?
Ana Castro – Foi quando a
Tarcila começou a desfilar na Pobres do Caiari que era sob o comando da dona
Marize Castiel. Dona Marize era muito exigente e os bordados das fantasias eram
feitos em casa e então comei a gostar. Como não podia ir lá participar dos
ensaios porque era casada, então eu ficava em casa bordando as fantasias da
Tarcila. Depois que separei passei a me dedicar mais porque ia pra casa da dona
Marize bordar as roupas dos batuqueiros, a gente ficava até altas horas
bordando fantasia, Depois comecei a trabalhar diretamente no Caiari quando o
Manelão assumiu a presidência da escola.
Zk – Foi fui muita amiga do
Manelão?
Ana Castro – No início eu
não era assim tão amiga, eu gostava dele, a amizade veio com a convivência,
trabalhando lado a lado. Ele sempre me respeitou, apesar de muita gente pensar
que eu tinha um caso com ele o que nunca aconteceu. Meu caso de amor com ele
era como é com você, simplesmente de amigo que somos até hoje e vamos morrer
sendo. Manelão além de ser meu amigo me ajudou muito. Na minha formatura ele
colaborou não apenas comigo, mas, com a turma, dando alguma coisa e ajudando
com o prestígio que ele tinha com as autoridades, Fui ficando no Caiari como
secretária juntamente com o Cabo Omar.
Zk – O certo é que você
ficou diretora da escola por muito tempo?
Ana Castro – Depois do
Manelão veio o Chiquito Paiva que também me convidou e eu disse pra ele: Vou
ficar porque o Manelão pediu, mas eu não gosto de você e ele foi de uma
seriedade muito grande, apesar da fama que ele tinha, comigo nunca tirou
gracinha nenhuma. Ele me nomeou secretária e nossa convivência foi das
melhores.
Zk – Você também fez parte
da diretoria do Aparício Carvalho?
Ana Castro – Antes fiz parte
da sua diretoria, quando você assumiu a escola num mandato tampão após a
renuncia do Chiquito. Lembro que foi você que nos apresentou o Dr. Aparício
Carvalho como candidato a presidência da escola. Na diretoria do Aparício em determinado
ano ele me nomeou encarregada juntamente com o “baluarte” Hiran Brito Mendes do
barracão de alegorias e fantasias que naquele ano, funcionou na rua Tenreiro
Aranha. O enredo foi “O Catega Caiari” cuja samba foi de sua autoria com o
Bentes. Quantas vezes de madrugada tive que ir para o barracão atendendo
convocação do Hiran para conversar com os carnavalescos e artesãos. Tinha briga
até pra fazer café e a gente tinha que ter jogo de cintura para conter os
ânimos, afinal de contas eram noites e noites trabalhando e a turma ficava
estressada, o carnavalesco era o saudoso Jorginho Strhutos. Foi muito
gratificante essa missão que nos foi dada pelo Aparício, aprendi muito sobre os
bastidores de uma escola de samba.
Zk – E foi parar na Aesb?
Ana Castro – Essa culpa foi
sua enquanto presidente da Associação das Escolas de Samba que me convidou para
secretaria-lo e depois outros foram assumindo e eu ficando. Ganhei o Estandarte
de Ouro na sua gestão e na gestão do Cabeleira. Fui inclusive presidente da Comissão
de Julgadores de escola de samba, tem até um episódio interessante com o Jão Zoghobi
e outra com o Tatá.
Zk – Conta pra gente essas
pendengas?
Ana Castro – O Zoghobi na
época, duvidou da minha capacidade e queria saber quem era eu no jogo do
“bicho”, eu respondi: Tô aqui como voluntária colaborando com meu amigo Silvio
Santos. A última vez que trabalhei já era a Federação Fesec ali no Ferroviário,
você novamente era o presidente e adoeceu na avenida e deixou o Serrati e eu
responsável pelo recolhimento dos envelopes com as notas dos jurados, foi
quando chegou o Tatá dizendo que o Ariel havia mandado ele levar os envelopes
para não sei aonde e eu não concordei, apesar do Serrati dizer que era para
entregar, não entreguei e o Tatá não gostou da minha atitude, assim mesmo levei
os envelopes para minha casa e no outro dia para avenida onde foi feita a
apuração e tudo correu normalmente sem nenhuma dúvida a meu respeito.
Zk – E a Banda do Vai Quem
Quer como entrou na sua vida?
Ana Castro – Esse
envolvimento com a Banda começou quando o Chaveiro era lá na Sete de Setembro
na Galeria do Ferroviário. Fui pra lá por folia, convidada pela Lena Duarte,
era bacana, tinha aquela sopa que ficou famosa e conhecida como “Sopa do Prego
e do Cadeado”. A gente ficava até tarde da noite sentada na frente do Chaveiro
do Manelão após os trabalhos do dia, tomando cerveja e aquele caldo. Depois que
descobri que o fundo da panela de sopa era cheio de cadeado e prego que o Zé
Carlos Lobo colocava por sugestão do Manelão parei de tomar. Daquelas reuniões
fui gostando, gostando, passei a conhecer o lado carnavalesco do Manelão.
Zk – É verdade que a partir
de certo tempo você passou a controlar as finanças da Banda?:
Ana Castro – É! Realmente
teve um tempo que ele passou pra mim essa missão. Só que como eu sabia, (ele
que me perdoe), que ele sabia abrir tudo quanto era cofre, apesar dele confiar
muito em mim eu não confiava nele e o que eu fazia! Antes de fechar o Chaveiro
eu conferia todo o dinheiro da Banda, passava um elástico, colocava o valor em
cima eu assinava junto com a outra pessoa que estava comigo que era a Angélica
e ele assinava também e só então eu trancava o cofre. Certa vez a Angélica
perguntou, por que você faz isso, o Manelão não merece! E eu respondi, eu que
não mereço. Ele entregava mais sabia o que tinha no envelope, ele desconfiava
até da sombra dele, era o jeito dele. Ele confiava tanto em mim que fazia
aqueles bolões da loteria no final de semana e me entregava e eu levava pra
casa, era muito jogo! Minha amizade com ele foi muito questionada e eu sempre
disse pra ele, você é muito mais amigo do Silvio do que meu, porque a
fidelidade de vocês dois era muito grande. Tanto que o comando da Banda naquela
época ficou com você e comigo. Eu me sentia muito importante, mas jamais
explorei isso a meu favor.
Zk – E a saída do Chaveiro
para a praça no dia do desfile da Banda?
Ana Castro – Sempre gostei
de ficar nos bastidores. Quando a gente subia do Chaveiro para a praça das
Caixas D’água todo mundo fazia questão de estar ao lado do Manelão pra sair na
foto, eu tava lá atrás e você nessas alturas estava no trio elétrico. O certo é
que eu sofri muito, quando ele foi embora. Sofro até hoje porque perdi um grande
amigo e irmão!
Zk – Para encerrar essa
nossa conversa, gostaria que você contasse como veio parar como funcionária da
Biblioteca Francisco Meireles. Quem te indicou?
Ana Castro – Eu trabalhava
na Semad e aí tive um problema de saúde e precisava trabalhar apenas um período
e então fui trabalhar na Escola Samaritana onde encontrei a professora Maria
Luiza Oliveira que é minha amiga até hoje e ela me ensinou e me ajudou muito,
de lá fui pra Escola Maria Isaura com a missão de colocar em ordem a secretaria,
serviço que também fiz na secretaria do Castelo Branco. Quando minha mãe morreu
em 1989, eu precisava cuidar da minha filha Aline que era adolescente, a Mônica
já estudava no Rio e a Tarcila de Castro minha irmã que ficou muito abalada com
a morte dela e por isso precisava trabalhar num lugar que fosse mais perto da
minha casa e a Tarcila falou com a Glória Valldares que era a diretora da
Biblioteca e ela concordou e eu fui transferida para a Francisco Meirelles em
janeiro de 1990. Levei pra casa o livro de código bibliotecário e aprendi,
quando a Glória falava um código eu já sabia qual livro ela estava querendo,
nas horas vagas ia passear no meio das estantes.
Zk – E até hoje você assina
ponto na Biblioteca Francisco Meirelles?
Ana Castro – A respeito
disso, dei um depoimento no “Pro Ler” que é um programa da Biblioteca Nacional
agradecendo, porque as leituras que fiz aqui me ajudaram a passar novamente no
vestibular da UNIR ficando entre os 40 primeiros classificados. Já até assumi
interinamente a direção da Biblioteca. Hoje sou um dos suportes da Biblioteca,
não exerço cargo gratificado nenhum. Estou dando apoio a nova diretoria.
Zk – Para realmente
encerrar. O que a Ana Célia Santos (fotógrafa) deve fazer, para chegar aos
sessenta e sete, com esse vigor que você
esbanja?
Ana Castro – Ana você tem
que procurar amar mais, sorrir mais, ser mais feliz! Porque acho que perdi
muito tempo questionando muitas coisas, acho que Deus foi muito generoso
comigo. Agradeço a Deus todo dia. Agradeço todas as pedras que encontrei no
caminho, amo aquelas que me disseram sim e aquelas que me disseram não, porque
me ajudaram a ir pra frente. A beleza interior ajuda a beleza exterior ser
aflorada viu Ana Célia!
Um comentário:
Ana não lhe conheço pessoalmente mais tenho muitas boas informações a respeito de sua familia , voce me emociona com seus depoimentos , um grande exemplo de vida e dignidade a ser seguido , meus parabens como mulher e como mãe que voce é.
Postar um comentário