terça-feira, 14 de julho de 2020

Itaú Cultural lança Festival Arte como Respiro com maratona online das primeira obras selecionadas


Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas começa no dia 17 de julho (sexta-feira), com 26 obras exibidas no site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.brdurante 24h, cada uma. Trata-se da primeira série de apresentações com os resultados dos chamamentos abertos desde março pela instituição, para apoiar artistas de diferentes áreas impactadas pela suspensão social no contexto da pandemia do covid-19. Este primeiro bloco de espetáculos segue até o dia 19 (domingo) e é retomado de 22 a 26 de julho (quarta-feira a domingo) com diferentes linguagens e para públicos de todas as idades. Ao longo do ano, a instituição subirá no ambiente digital os demais trabalhos contemplados neste edital, assim como nos editais de música, literatura, poesia surda, artes visuais e audiovisual. 

Marcando esta estreia, a maratona de apresentações é composta de espetáculos completos, cenas teatrais, performances, quadro de dança e circo, registrados antes ou durante o período da quarentena. As temáticas destas primeiras 26 de 200 obras contempladas no edital de cênicas variam de questões sociais, raciais e de gênero até situações individuais ou coletivas causadas pela suspensão social. Permeada por obras curtas de abertura, já conduzindo o público ao olhar curatorial do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, a programação está dividida em sessões completas noturnas voltadas ao público adulto, com início sempre às 20h, e aos finais de semana, às 15h, em horário reservado para crianças. 
Abertura 
O festival abre no dia 17 (sexta-feira), às 20h, com peças criadas no período da pandemia. Começa com Rezos da Xamãe Zanoia, série de cinco vídeos/pílulas de medicina do riso conduzidos pela atriz pernambucana Livia Falcão.
Neles, Zanoia, uma índia, cuja missão é rir de si mesma, vive em terras distantes e faz vídeo-chamadas para a Terra para compartilhar saberes sobre este momento. Na sequência, o cartaz principal da noite é O Louco e a Camisa, projeto paulista dirigido por Elias Andreato, no qual uma família, marcada pela convivência hipócrita entre pai, mãe, filhos e genro, busca esconder o filho, tido como louco devido às suas ideias. Enquanto o restante da família tenta parecer o que não é, o louco é quem se mantém fiel aos seus valores.  
O circo, a dança e o musical conduzem a programação do sábado, 18. Radicados na Bahia, os argentinos da Cia Circo da Lua entram no ar às 15h, lançando a pauta infantil com MultiplicArte, uma curta apresentação com os palhaços Carrapicho e Andorinha. Cansados de ficarem sozinhos em casa durante a pandemia, eles tentam mudar a sua realidade com arte e magia. As peripécias da dupla abrem caminho para o espetáculo do dia, Shake Shake Show, um musical da Cia. Vagalum tum tum, de São Paulo. Conhecido por montagens de textos de William Shakespeare costurados por canções autorais, o grupo traz humor e poesia nesta nova montagem que reúne quatro versões de tragédias shakespearianas: O Bobo do Rei, a partir de Rei LearO Príncipe da Dinamarca, de HamletBruxas da Escócia, a partir de Macbeth, e Henriques, de Henrique V.   
À noite, após o segundo episódio de Rezos da Xamãe Zanoia, desta vez com foco na natureza, entra no ar Tecituras, espetáculo da Quik Cia. de Dança. Conduzida pelos bailarinos Letícia Carneiro e Rodrigo Quik, cuja bagagem inclui vasta experiência no Grupo Corpo, a companhia mineira traz um registro pré-pandemia de processos de improvisação realizados em espaços públicos de cidades por onde passaram, construído relações permeáveis entre corpo, objeto, imagem, sonoridades, voz e arquitetura.  

O festival segue no domingo, dia 19, com programações que abordam isolamento, equidades e memória afetiva. A faixa infantil abre as atividades com O Concerto, curto espetáculo criado pelo Circo de Québra. No pequeno espaço de uma lavanderia, a trupe paulista explora o humor por meio de recursos especiais de baixo orçamento, teatro de animação e efeitos cômicos físicos e sonoros propostos pela linguagem clownesca, mantendo um diálogo direto entre palco e plateia – nesse caso, entre lavanderia e internet. 

Na sequência, a paulista Ávila Produções traz o delicado A Menina Kung Fu, espetáculo com acessibilidade em Libras no qual uma garota de nove anos com deficiência visual é apaixonada pela arte do kung fu. Ao mudar de bairro com os pais, ela tem que frequentar uma nova academia de artes marciais, frequentada apenas por meninos. A convivência obrigada todos a discutir, na prática, questões como inclusão, discriminação, empoderamento feminino e bullying, buscando direitos iguais.
A primeira semana do festival fecha com a sessão das 20h, aberta pela terceira chamada de Rezos da Xamãe Zanoia, de Livia Falcão, na qual a índia Zanoia fala com o planeta Terra sobre a figura da mãe. Quem fecha a série de espetáculos é Histórias de Pescadores, sensível peça do cearense Coletivo Zanzulim, que conta de forma memorial, poética e afetiva a história da praia do Mucuripe, na cidade de Fortaleza. Em foco estão as transformações ocorridas na região
e mudanças nas relações da comunidade, dos seus primeiros habitantes, indígenas, até hoje. 

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