Tudo
começou no ano de 1954, no terreiro da casa da dona Conceição na Baixa da
União. Nego Hélio filho de Conceição resolveu fazer um Boi Bumbá de Caixa para
brincar com seus colegas, entre eles, o mais considerado, era um garoto
peruano. Depois já com outros companheiros, fez um boi de cipó e cobriu com
sarrapilha com a ajuda da prostituta “Maria Roxinha”, faltava um nome e foi aí
que dona Conceição lembrou, que já existia o Boi Rei do Campo. “Porque vocês não colocam o nome
do boi de vocês de Corre Campo?” e
o boi foi batizado como Boi Bumbá Corre Campo da Baixa da União. No início da
década de 1960 Nego Hélio passou a direção do grupo para o Amo conhecido como
Galego.
Sob
a direção do Galego o Corre Campo foi vencedor de vários festivais folclóricos,
à época, realizados pelo Serviço de Auto Falante “A Voz da Cidade” dirigido por
Fuad Nagib e Humberto Amorim. Durante a década de 1970 a brincadeira de bumbá
em Porto Velho foi proibida de ser praticada fora dos “Currais” dos bumbás e
com isso, a maioria dos grupos deixaram de se apresentar, entre eles o Corre
Campo.
No
final da década de 1970 houve uma tentativa de colocar novamente o Corre Campo
no circuito, juntaram-se os folcloristas seu Chagas, Antônio e José de Castro
Alves (Zé Comichão) e o boi voltou a se apresentar no curral montado ao lado do
Bar Canta Galo, veio o Estado de Rondônia e criaram o Flor do Maracujá, porém,
esqueceram de convidar o Corre Campo para fazer parte da festa o que só
aconteceu no ano de 1989, dessa vez contando com a volta do Amo Galego e a
direção da família Castro Alves.
O maior vencedor do Flor do Maracujá
A
partir do Flor do Maracujá de 1990 até os dias de hoje em 2017, o Corre Campo
se tornou no maior vencedor de títulos da Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás
que acontece no Arraial. “Temos em nossa galeria, mais de 15 troféus de campeão
do Flor do Maracujá, inclusive os de 2015 e 2016 e vamos em busca do tri
campeonato este ano”, disse a presidente Maria José Brandão a Dona Branca.
Na
realidade, desde o ano de 2004 a bacharel em direito Maria José Brandão Alves a
dona Branca, em virtude do falecimento de seu esposo Antônio de Castro Alves,
dirige o grupo que passou a adotar o nome de “Nação Corre Campo - O Gigante
Sagrado da Amazônia Ocidental”. “Optamos por adotar essa nova nomenclatura já
que realmente somos o maior vencedor de todos os festivais folclóricos que
existiram e existem em Rondônia”, disse dona Branca.
Tema para 2017
O Corre Campo tem como objetivo, mostrar a cultura do povo de
Rondônia e em especial o de Porto Velho. “Somos o único grupo de bumbá da
Amazônia, que não se prende apenas aos rituais indígenas, em nossas
apresentações, sempre exploramos um tema histórico, como a história da Madeira
Mamoré, as Minas de Urucumacuã, a história da cidade de Porto Velho e mais,
nossos rituais, não são cópias de rituais dos bois de Parintins, nossa equipe
de artes, pesquisa e desenvolve os rituais que apresentamos no Flor do
Maracujá, talvez por isso, somos o maior vencedor do festival”, concluiu o Amo
Sílvio Santos.
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