Na próxima quarta feira
dia 27, começa em Porto Velho, a 35ª Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás –
Arraial Flor do Maracujá, com a participação de 39 grupos folclóricos: 4
quadrilhas do grupo de acesso; 9 quadrilhas mirim; 14 quadrilhas adulta; 4 bois
bumbas mirim e 8 bois bumbas adulto.
A abertura oficial está
marcada para acontecer as 20h00 na Cidade da Cultura no Parque dos Tanques à
rua Lauro Sodré sob a coordenação da Federação de Grupos Folclóricos do Estado
de Rondônia – Federon e apoio do governo estadual, prefeitura de Porto Velho e
Assembléia Legislativa.
“Alertamos a população
que o acesso ao Arraial será franco, ou seja, não haverá cobrança de ingresso”,
confirma o presidente da entidade Aluizio Batista Guedes prosseguindo, o que
vai acontecer, é que, para aqueles que quiserem assistir as apresentações dos
grupos folclóricos, melhor acomodados, criamos o ‘Camarote Vip’ que são mesas e cadeiras colocadas à beira da arena
de dança e vamos cobrar o valor de R$ 10 por pessoa, assim como cobraremos o
mesmo valor, aos que preferirem assistir do Camarote normal. Lembrando ainda,
que não cobraremos nenhum valor para quem quiser assistir das arquibancadas.
Antes do Flor do Maracujá
Os festivais folclóricos em Porto Velho acontecem
há muitos anos, por exemplo, na década de sessenta o evento acontecia na
avenida Sete de Setembro entre a rua General Osório e a Campos Sales promovido
pelo empresário da comunicação Fuad Nagib proprietário do serviço de alto
Falante “A Voz da Cidade”. Fuad contava com o apoio do radialista Humberto
Amorim entre outros. Esse festival folclórico reunia apenas grupos de Bois
Bumbas, entre eles o Corre Campo (que existe até hoje), Flor do Campo, Pai do
Campo, Rei do Campo, Malhadinho, Boi Garantido, Boi Fortaleza, Brilhamante e
outros menos votados. Um dos últimos festivais folclóricos promovidos pela “A
Voz da Cidade” aconteceu no estádio Aluizio Ferreira.
Em virtude das famosas brigas, a brincadeira foi
“proibida” em Porto Velho. Durante a década de 1970 o único grupo que
permaneceu brincando e assim mesmo, sem sair do seu curral de ensaio, foi o
Malhadinho que era dirigido pelo Amo Lourenço e se apresentava no curral
montado na rua Joaquim Nabuco com a Princesa Isabel no bairro Tucumanzal.
Surge a Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbas
Em
1982 com a transformação do Território Federal de Rondônia em Estado, o
governador Jorge Teixeira cria a Secretaria de Cultura Secet e nomeia o ex padre Vitor Hugo como
secretário que convida a participar da equipe do Departamento de Cultura Yedda
Bozarcov, José Monteiro, Gutemberg, Flávio Carneiro, Isaías, Hilda e João
Zoghbi entre outros funcionários estaduais e federais.
Essa equipe tem a idéia de resgatar a brincadeira
de Boi Bumbá e Quadrilha e então cria a “Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbas”
cuja primeira edição aconteceu na quadra do colégio Rio Branco em junho do ano
1982.
A procura de novo
espaço
Durante a realização da 1ª Mostra na quadra do
colégio Rio Branco, os organizadores viram que muitos ambulantes montaram seus
carrinhos e barracas de venda de guloseimas nas ruas do entorno da quadra de
esportes. Diante dessa observação, para a realização da 2ª Mostra, caíram em
campo na busca de um local adequado para abrigar tanto a Mostra Folclórica como
as barracas dos ambulantes.
Arraial dos
Funcionários da Secet
A professora Nazaré Silva que passou a fazer parte
da equipe da Secretaria de Cultura foi eleita também, presidente da Associação
dos Funcionários da Secet e entre tantas atividades, criou o Arraial da
Associação e escolheu o espaço ao lado do Ginásio Claudio Coutinho (onde hoje é
o Complexo Esportivo Deroche Pequeno Franco) para montar o arraial.
A maioria das barracas montadas era de entidades
filantrópicas e irmandades da igreja católica. A sonorização foi fornecida pelo
radialista Miguel Silva esposo da professora Nazaré e os locutores o Volney
Alonso, Jaiminho, José Monteiro e o próprio Miguel Silva. O professor Antônio
Roque (contador de causos) foi o responsável pela recreação como a brincadeira
de subir no “pau de sebo”.
Surge o Flor
do Maracujá
Com a idéia de transformar a Mostra de Quadrilha e
Bois Bumbás em arraial, a equipe que agora contava com a participação da
professora Nazaré Silva e como a Secet (até hoje) não tinha recursos, José
Monteiro e Nazaré solicitaram ao Secretário autorização para procurarem
patrocínio de empresas privadas no que foram atendidos. O secretário adjunto
Isaias perguntou como seria o nome do Arraial e a equipe não soube responder.
Flávio Carneiro e José Monteiro caíram em campo
pesquisando e souberam que na década de 1950 até meados de 1960, existiu uma
quadrilha no bairro Triângulo cujo nome era “Flor do Maracujá” porque as
meninas que dançavam naquela quadrilha enfeitavam os cabelos com a Flor de
Maracujá tiradas dos maracujazeiros que Floravam na cerca da residência do
incentivador da brincadeira ferroviário Joventino. Após conheceram o porquê do
nome da quadrilha do Triângulo ao retornarem à Secretaria, reuniram toda a
equipe e apresentaram o nome “Arraial Flor do Maracujá” que foi aprovado por
unanimidade. “A professora Hilda também participou da pesquisa”, lembra João
Zoghbi.
Assim chegamos a conclusão que o nome “Arraial Flor do Maracujá” foi dado a
Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás graças a pesquisa de Flávio Carneiro, José
Monteiro e Hilda.
É claro que a professora Nazaré Silva foi muito
importante para que o Arraial acontecesse naquele ano de 1983.
A influência da professora Nazaré foi tão importante
que ela foi nomeada e atuou como coordenadora da festa entre os anos de 1984 a
1989. Depois já nos anos 2000 voltou à coordenação.
O que queremos deixar claro, é que o Arraial Flor
do Maracujá que a partir do ano de 1983, passou a acontecer paralelo à Mostra
de Quadrilhas e Bois Bumbás, foi criado pela equipe da Secet que contava com
Flávio Carneiro, José Monteiro, Professora Hilda, João Zoghbi, Professor
Gutembergue, Professor Isaias e também com a Professora Nazaré Figueiredo Silva.
Essa é a verdadeira história!
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