Sábado dia 25 de junho,
quando a cidade ainda respirava a fumaça das fogueiras de São João e o gosto
das iguarias culinárias típicas da época, como bolo de macaxeira, vinho de
cupuaçu, açaí, abacaba, buriti, vatapá, mungunzá e tantas outras e a ressaca do
quentão, o público foi chegando ao Sesc Esplanada para assistir o show de
lançamento do CD À Portovelhera do cantor e compositor Silvinho. A fila estava
enorme e a porta do Teatro 1 nada de abrir, familiares do músico ansiosos, pois
apesar de parentes não conheciam ainda as músicas gravadas. Amigos se
aglomeravam, uns lembrando a estréia do Silvinho no Festival Aberto de Música
do Sesc onde logo de cara, ficou entre os primeiros. A porta do teatro se abriu
e a ansiedade cada vez aumentava mais, até que foi anunciado o inicio do
espetáculo: “Eu sou do Norte eu to remando, devagarinho eu tô chegando...” O
som que vem do Norte foi a primeira e veio mostrando que o negócio seria de
primeira. “O cara entrou impactando”, comentou alguém na poltrona ao meu lado.
Silvinho antes de cantar
contava a história de como nasceu à melodia e a letra, algumas em parceria ou
por sugestão de sua mãe Terezinha. “Essa música foi baseada na história que
ouvi de um amigo”, só que esse negócio de história de amigo foi se
transformando em “gozação”. “Qual foi o amigo que inspirou essa nova música” a
platéia em tom de brincadeira perguntava e o cantor sorrindo contava a
história. “Um amigo meu que não vou citar o nome pediu que eu fizesse uma
música para sua namorada e então nasceu “Sabrina”, só, que quando fui
apresentar a música pra ele, ela havia acabado o namoro”. Assim o show foi
rolando e o público aplaudindo calorosamente cada momento. Vieram às
participações especiais Elisa Cristina levantou e emocionou a platéia com a
música “Nó” um poema que Silvinho fez para seu filho João Vitor. Anayole Eba
foi ovacionada ao interpretar “Contos da Beira do Rio” e o jovem percussionista
Arthur Guilherme foi aplaudido ao acompanhar algumas músicas ao pandeiro. Um
dos grandes momentos foi quando o cantor Bado surgiu cantando o Samba Rock “Só
sei que sou do Norte”, quase o teatro vai abaixo com tantos gritos e aplausos.
Parecia que nada mais
poderia ser tão envolvente como a participação do Bado, porém, Silvinho havia
guardado mais uma carta na manga para o final do espetáculo e após agradecer ao
Sesc, a platéia, a produção, além da equipe que estava gravando o DVD e a
equipe do Sesc e os músicos Carlos Guery (teclados), Júnior Lopes (bateria);
Liocélio, Juninho e Jordan (metaleira); Wagner (guitarra) Henrique (baixo) e o
amigo co-produtor do CD e do show Branco Moraz anunciou o reggae “Pra Te Fazer
Feliz”. E ao som desse maravilhoso reggae com o público pedindo mais uma, mais
uma. O Show terminou com todo mundo praticamente correndo para cima do palco,
para abraçar o Silvinho.
Já do lado de fora do Teatro,
o músico considerado um dos melhores guitarristas da Amazônia Julio Yriarte me
chama num canto e transmite o seguinte recado: “A Bene pede para você não
escrever sobre o show, até por uma questão de ética, já que você é o pai do
Silvinho. Ela vai escrever”.
Bom! Não apenas o comentário
da Bene foi enviado, outros artistas formadores de opinião também mandaram os
seus Vejam:
Comentando
o show À Portovelhera
Benedita
Nascimento - Bene
A Portovelhera o som da
gente que rema os tons e o ritmo do Norte, da Amazônia para o mundo. Uma
mistura musical e poética que nasce integrando sentimentos que vem do leito e
do canto da mulher e mãe. Do mundo que vagueia pelo tempo da vida e da noite,
da memória musical que abriga o samba e outras melodias...
Uma vibração sonora dos
sopros que invade a melodia e acalenta os acordes do violão numa canção que
invade a alma do músico e compositor Silvinho.
A Portovelhera conectou uma
voz a regência musical e gerou um som vibrante de contos intensos num musical
contemporâneo de canto regional com sabor universal. (Meu querido. Esse é o
texto que pensei escrever sobre o show do Silvinho. Obrigada pela confiança.
Benedita Nascimento – Bene)
Antonio
de Castro Alves
O show do Silvio José esta
no nível profissional de Brasil mesmo, não é mais aquela coisa regional, é
nacional. Outra coisa que gostei também é que ele envolve a platéia, ele vai
contando a história das músicas e isso prende a nossa atenção, quando você vê o
show acabou e a gente fica querendo mais. Em suma, o Silvinho tem estilo.
Lu
Silva (arquiteta, artesã, atriz, bonequeira e Maria da Chave)
Pô Zekatraca cadê os
comentários sobre o espetáculo que foi o show do Silvinho. Você tem que dizer
para seus leitores que o show “À Portovelhera” foi e é a melhor coisa que já
aconteceu musicalmente falando em Porto Velho nos últimos tempos. O Silvinho é
cantor para estar na mídia nacional, às músicas dele são porretas!
Suely grande fã do Silvinho |
Bira
Lourenço (percussionista) no final do show ainda dentro do teatro:
O que, que é isso Zekatraca!
Silvinho é louco, nunca vi tamanha ousadia em shows com o apoio do Sesc. O
swing da banda e das músicas é um negócio espetacular, vou lá dar um abraço
nele!
Carlos
Guery (tecladista)
O Silvinho mostrou que Porto
Velho tem talento no meio da juventude. Ele quebrou a castanha na boca daqueles
que não apostam na juventude com medo. Esse trabalho do Silvinho precisa ser
apresentado para o Brasil!
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